66º - Quantos centímetros?

Uma semana depois…

Ele havia ganhado a premiação que o pai tinha ido receber. Estava bem feliz, ele se animou também, o que foi bom já que estava ficando entediado por causa do gesso. 

- Amor, queria falar com as minhas fãs, mas é horrível digitar assim. - Disse no dia seguinte depois do almoço.

- Faz uma transmissão. 

- Mas eu nem avisei o pessoal do escritório. 

- Você não precisa deles pra falar com suas fãs. 

- Você me ajuda?

- Ajudo. - Sorri tirando a mesa. - Pega seu celular pra mim. 

Entrei no Snap dele e escrevi em uma tela preta que em uma hora ele faria um periscope, como se fosse ele. A gente se arrumou e nos preparamos pra começar. Eu mandaria as perguntas pra ele por WhatsApp, depois de selecionar no Twitter coisas engraçadas, diferentes, e sem polêmicas. Então ele responderia, filmando com o Ipad dele. Ele ligou no horário marcado, explicou a brincadeira.

- Minha namorada que esta aqui comigo vai pegar as pergunta e eu respondo. - Falou naturalmente e eu gelei. 

Ele me olhou rindo e deu de ombros. Como se fosse pra fingir que nada disso fosse uma novidade. Então, enquanto ele cantava a capela uma musica, lotou de perguntas sobre o namoro. Respirei fundo e fingi que não via, então comecei a selecionar algumas.

Luan POV. 

Estava bem feliz com aquela ação só de saber que eu estava agradando ela. Muitas vezes queria fazer algo, mas não sabia o que e nem como, dificultando demais. Com uma ideia bem simples, Liz me ajudou. O celular tremeu com a primeira pergunta e eu achei meio profundo. 

- A Camila Amorim de Recife quer saber qual foi a maior decepção que já tive na vida. - Olhei pra baixo pensando. - Eu não me olhei de uma decepção muito grande, mas tenho várias pequenas. Quando a gente vira amigo de uma pessoa, e no fim acaba descobrindo que é só mais alguém que quer tirar proveito da gente. Sempre me decepciono com essas coisas. - Sorri. - Mas faz parte da vida. Um beijo Camila. 

Cantei mais um trechinho, dessa vez de “Meu destino” pra elas, já que amavam. Combinei assim com Liz, era um trechinho e uma pergunta. 

- Próxima! - Fiz careta pra câmera e Liz ria. - A Júlia de Barueri, da minha cidade, olha que bacana. - Ri. - Ela quer saber se o vizinho dela pensa algum dia dar um pause na carreira, tipo umas férias e por quanto tempo? - Ri. - Tecnicamente eu estou de férias por tempo indeterminado. - Balancei o braço. - Mas eu nunca pensei nisso, Julia. E se fizer, não vai ser por muito tempo e vou precisar estar bem tenso. O que eu faço me acalma e não aguento mais ficar em casa. - Ri. - Achei que ia ser bom descansar, mas não! Quero voltar já. Beijão viu minha linda? 

Liz me olhou sorrindo, certamente estava repercutindo bem as respostas. Eu estava vendo que só precisava ser eu mesmo e não montar um esquema. 

Dessa vez cantei “Um ser só”. Era uma das minhas preferidas que já havia gravado e eu sabia que elas iam querer musicas diferentes, e não que eu cantava direto. 

- Agora a Isabella de Pernambuco. Ela quer saber qual lugar que já visitei que eu gostaria de morar. Difícil essa, por que já fui pra muito lugar nessa vida… - Ri. - Mas eu amo Recife. Sou louco pra essa cidade, o estado em geral. Caruaru, Porto de Galinhas, eu adoraria ser moradores algum desses lugares, principalmente Recife. Eu amo a sua casa Isabella, viu? Me aceita na sua casa? - Disse a última frase bem devagar e me aproximei da câmera. 

Ri e mandei beijo, pulando pra próxima música. Dessa vez era Promete, que Liz amava. Cantei uma parte e pulei direto pra pergunta.

- O que faria se pega-se um traveco e só descobrisse que não é mulher na hora? - Comecei a rir e olhei pra Liz, que gargalhava. - A Luanda Eduarda de Santa Maria da Vitória na Bahia, que fez essa pergunta sem vergonha. É nega… To de olho. - Eu mandava pegar a reta! - Falei rindo. - Nada contra né, mas não é meu estilo. 

Liz se matava de dar risada é réu tentei cantar Café com Leite, mas a risada com me permitiu e me tomou por inteiro. 

- Vamos pra próxima vai. - Disse, mas me arrependi. - A Tatá de Fortaleza quer saber quantos centímetros tem… - Li. - Que? - Perguntei pra Liz e ela caiu na risada. - Meu Deus do céu muié! - Olhei pra câmera. - Tem gente aqui que tá brincando de selecionar risadas né… - Olhei pra Liz e ela se acabava. - Não vou responder isso não, vou pegar a Tatá e essa daqui do meu lado e bater um papo sério depois com as duas. - Recebi uma nova mensagem. - A Rayane Silva de Campinas também quer saber, e a Brenna Dias também. Está todo mundo querendo saber, vou trazer todo mundo aqui pra casa pra conferir a resposta! - Disse rápido e abri a boca já pra cantar outra música mas não me aguentei da cara que minha pequena me fez de choque.

- Próxima! A tattoo da costela realmente é especial? Deu medo ou doeu muito pra marcar a música na pele? - Sorri. - Isso é a Kimberly de BH que quer saber. Até que enfim uma pergunta fofa. Olha que gracinha, suas bando de sem vergonha! - Ri. - É, essa é bem especial por que é uma coisa que fala sobre o que eu mais amo na vida, que é cantar. Não tive medo, por que sei que nunca vou me arrepender disso, mas doeu um pouco. - Fiz careta. 

Eu cantei uma música do segundo DVD e cantei a Amar não é pecado. Recebi outra pergunta e comecei a ler. 

- Por que desmunheca a mão quando canta? - Disse sem ler e fiz careta. - A minha namorada está armando comigo gente. - Ri. - E quem quer saber é a Tanara de novo. He, Tatá! Eu não faço isso não, viu? Vocês que são maldosas. Nosso, não acredito que estão fazendo isso comigo. - Ri fingindo chorar e continuei. - A Luanda quer saber por que loiras. - Ri. - Minha namorada é morena. - Pisquei. 

Fiquei um bom tempo respondendo às mais variadas perguntas. Eu merecia minhas fãs, elas são engraçadas, não tinham limites pra nada, mas eu amava elas demais. Fiquei horas rindo, me acabei. Aquilo me fez um bem danado. Não só pra mim, Liz amou também. Depois que a gente desligou fiquei olhando as mensagens dela e rindo. Elas tinham gostado das brincadeiras da minha namorada, elogiavam ela. 

- Estão dizendo aqui que gostaram de você. - Liz sorriu. - Por que você é da farra. - Rimos. - Só por que você me jogou no meio das brincadeiras. Conquistou amor. - Ela me deu um beijo e sorri. 

- Eu só achei engraçado, e acho lindo essa ligação delas com você. Não tem como não se contagiar. Sinto que elas preferem você assim, natural. 

- É, elas preferem. - Sorri. - A gente pode fazer isso sempre? Uma vez por mês pelo menos.

- Claro. 

- Quero fazer com você e não com a minha equipe. 

- Só não deixa virar algo pro programado. 

- Por isso vou fazer com você. - Sorri. - Já tem a aprovação das oficiais amor. 

- Vou ser a outra de novo? - Rimos. 

- Vai. 

Naquele dia vi que Liz não teria problema em entrar no meu mundo. Aliás, ela não tem problema em nenhum lugar, conquista todo mundo, cativa. Eu tenho a melhor namorada do mundo.