sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

92º - Eu quero me sentir mãe.

Bella estava nos braços da minha pequena quando começou a chorar. Liz me olhou meio desesperada. 
- Acho que ela quer mamar. - Disse calma o acaricie a cabeça da minha neném. 
- Meu Deus. - Liz riu. - Chama alguém pra me ajudar. 
- Não precisa ficar nervosa. - Ri de sua cara. - Só um montão. - Rimos e eu sai no corredor. 
A enfermeira que estava ali veio me ajudar e explicou pra Liz o que fazer enquanto eu olhava. Quando Liz aproximou Bella de seu peito, a enfermeira ajudava ela e ela ficaram um tempo ali. 
- Ela não está mamando. - Liz disse e  senti sua voz preocupada. 
- Vamos tentar de novo, tudo bem?! - Disse baixinho a enfermeira e eu fiquei alerta. - É normal, difícil no começo. 
E elas tentaram mais três ou quatro vezes. Eu já estava aflito, e nem olhava mais, minhas mãos ficaram entre no rosto e eu apoiei elas sobre o joelho fitando o chão branco daquele lugar. Bella começou a chorar depois de alguns minutos, um choro ardido, que mexia comigo. Ela continuaram, mas só conseguia ouvir Liz dizendo que ela não estava sugando o leite, em todas as vezes, mas a última ela já fez com voz de chorou. O chora da Bella estava mexendo com ela, e aquela situação também. Sempre imaginei que a primeira amamentação ia ser aquele momento lindo, mas não era nada disso que estava acontecendo comigo. 
- Vamos tentar depois, as duas estão nervosas. - A moça pegou minha menina do colo da Liz e eu me levantei. 
- Ela está com fome! - Disse nervoso. - Vamos continuar tentando. 
- Senhor, é normal isso, acontece muito. - Olhei pra Liz e ela chorava. - Podemos amamentar ela no berçário, pouparmos por outra do cansaço. Sua esposa acabou de sair do parto, é cansativo, sua filha também sente isso. Ela não vai ficar com fome. 
- Tudo bem Luan. - Liz disse e eu segui até ela. - Deixa eles fazerem isso, ela está com fome meu amor. 
- Tudo bem, obrigado. - Disse pra enfermeira e peguei na mão de Liz enquanto ela saia com Bella do quarto. Beijei sua testa. 
- Meu Deus. - Liz disse. - Estou preocupada. 
- Vai ficar tudo bem.
- E se eu não conseguir?
- Você vai conseguir. Você ouviu o que ela disse. É só cansaço. - Sorri forçado. 
Eu como pai de primeira viagem estava tão assustado como ela. Não sabia o que acontece quando o bebê não mama, mas rezava pra também não precisar saber. 
Mais cedo estava tão nas nuvens que aquele momento foi horrível pra mim, uma balde d'Água. Liz continuou nervosa por um tempo, e acabou dormindo. Aproveitei pra sair, falar com alguém sobre aquilo. A primeira coisa que eu fiz foi pegar o celular e ligar pra minha mãe. Senti meus olhos molhados enquanto andava pelo corredor do hospital.
- Oi meu filho. - Ela disse sorrindo. - Estou no estacionamento. Vim pra você sair do quarto um pouco e ir comer alguma coisa. 
- Mãe, eu… - Respirei fundo. - A Bella não quis mamar, eu não sei o que aconteceu. Ela não aceitou o peito. - Ouvi um silêncio.
- Vem aqui pra gente conversar querido. 
Desliguei o celular e passei a andar até o estacionamento, e logo que cheguei avistei o carro. Ela saiu dele e e me abraçou quando eu me aproximei, meu pai fez o mesmo, então contei tudo que havia acontecido pra eles. 
- Liz chorou, eu não sabia o que podia fazer…
- Acontece querido. - Ela acariciou meu rosto.  - É muito cedo pra pensar nisso, mas pode ser que o bebê não peguei o peito mesmo.
- E como vai ser?
- Camili e a pediatra vão passar mais tarde, elas pode ajudar Liz da melhor forma possível, e se não for possível, existem outros métodos, como a mamadeira. 
- Mamadeira?
- Não precisa de assustar. - Disse. - O ideal é amamentação, mas não precisa existir drama se isso não acontecer.
- Você tem que apoiar a Liz, isso basta. 
- Eu vou apoiar ela sempre. 
- Então tira desse rosto esse nervoso e mostra pra ela que está tudo sobre controle. - Sorriu pra mim. - Vamos? 
- Vamos. - Sorri. 
Eles entraram comigo e quando chegamos no quarto Liz estava acordada. 
- Mas você acabou de dormir amor! - Disse. 
- Acho que senti sua falta. - Disse e depois cumprimentou meus país. 
Sai pra almoçar com meu pai e minha mãe ficou com ela. Percebi que ela iria conversar com Liz e eu também precisava comer. Conversamos bastante, principalmente sobre a nova sensação que estava sentindo de ser pai. Ainda não me sentia um, minha ficha não tinha caído, mas sentia o amor imenso dentro do meu coração. E acho que isso tem haver com algo. 

Estávamos voltando pro quarto quando vi no corredor uma movimentação grande dentro do apartamento de Liz. 
Era um quarto grande, um dos melhores, e eu escolhi pra poder receber visitas com tranquilidade. Durante o almoço havia visto meu celular com muitas mensagens de felicidades dos meus amigos e dos meus fãs. Não me aguentei ao ver que Bella já era muito amada.
Ao me aproximar da porta, preocupado, encontrei minha mãe, minha Liz, e as duas médicas. Cumpriementei elas e percebi logo que Bella estava no colo de Liz, que tinha um sorriso lindo. 
Ela estava mais calma, e eu me aliviei um pouco. 
- Dra. a Liz tentou dar mama e… - Comecei a falar logo e todos riram. 
- Que pai mais apressado. - Riu Camili. - Vamos ver isso agora, tudo bem?
Meu pai se sentou e eu não quis ir. Preferi ficar ao lado da minha mãe. Camili orientou Liz, assim como a médica pediatra, Dra. Marina. Ela tentaram muitas maneiras, se dedicaram aquilo, e a cada segundo eu ficava mais nervoso ao ver a expressão de Liz, já preocupada. 
Resolvi me sentar e minha mãe também saiu de cima. Passei a mãos pelos cabelos nervoso ouvindo as instruções pra Liz que elas davam. 
- Ela não mama. - Disse pros meus pais. 
- Não é o fim do mundo Luan. - Disse mão acariciou o meu cabelo. - Camili vai dar uma solução.
Elas tentaram por mais algum tempo e por fim, desistiram. Me levantei se aproximando novamente, enquanto Camili pegou Bella do colo de Liz e deu pra minha mãe. 
- Liz está nervosa. - Sorriu pra ela e depois se virou pra nós dois. - Isso é a coisa mais normal do mundo, tudo bem?! - Disse olhando pra minha mão entrelaçada com a da minha menina. 
- Como ela vai mamar? - Perguntei agitado. - Você disse, que o leite materno era importante, e o contato das duas também… E… 
- Calma. - Ela pediu. - As vezes o bebê não aceita. Ela não pega o peito. Isso é normal. 
- Perfeitamente normal. - Dra. Marina disse. - Sei que pode assustar vocês dois, são novos, pais de primeira viagem, Liz mal fez 18 anos, mas não é nada pra se descabelar. Ela mamou na mamadeira no berçário, pode continuar fazendo isso. 
- É claro que o leite é importante, e por enquanto a Liz tem, ela pode tirar e dar na mamadeira. Mas isso não é tudo, Bella vai crescer normal, vai ser a mesma coisa. - Liz limpou as lágrimas e eu apertei sua mão. - Liz, não é sua culpa, vamos continuar tentando aqui no hospital. 
- Neném, não precisa chorar. - Disse e mexi em seu cabelo. - Você ouviu, não tem com o que se preocupar. 
- Estou bem frustrada. - Ela disse. - Eu não sei explicar. Eu quero me sentir mãe. 
- Você está descobrindo tudo querida, é normal. - Minha mãe surgiu do meu lado e sorriu pra nós dois. 
- Liz, eu sei bem como reagiu a essa gravidez de início. Eu não imaginava que você fosse dar a volta por cima tão rápido. Você foi atrás do prejuízo, você se adaptou em dias, mesmo tão nova e não querendo isso de início. - Camili sorriu pra minha noiva. - Admiro muito a coragem que você teve, de enfrentar tudo isso de cabeça erguida. Você não vai deixar de ser menos mãe por isso, de forma alguma. - Liz assentiu. - No seu lugar, muitas iam largar a mão. Tem mãe que não quer amamentar, mas não é seu caso. O contato que você teria durante a amamentação você pode ter da mesma maneira. Nada muda. Acredita em mim? 
Liz sorriu secando as lágrimas e sorriu. 
- Acredito. 
Camili e Marina conversaram muito com a gente sobre como as coisas seriam, mas foram embora no meio da tarde pra ver outras pacientes. Não demorou pros pais de Liz chegaram, e então, a alegria foi formada. 

Meninas, me desculpem. Eu sei que devia satisfações a vocês e consideração também, mas me deu um bloqueio gigantesco. Eu me perdi tanto no meio dessa gravidez que nem sabia por onde começar.  Então peço desculpa, e vou tentar me restabelecer aos poucos. Agradeço de coração as meninas que se preocuparam comigo, já que recebi inúmeros prints de grupo de WhatsApp de leitoras, e aqui também, perguntando de mim. Espalhem que eu gostei!
Sobre os boatos do grupo da dona Tanara, onde ela e a Natália inventaram que eu estava gravida, digo que é uma calunia. Elas não sabem o que dizem viu? 
Beijos e obrigado por não desistirem dos meus nenéns...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

91º - Bem vinda minha Bella.

Terminaram a operação normalmente e eu tive que acompanhar Bella até a sala que ela ia fazer exames. Fui com a pediatra que acompanhou o parto, Dra. Renata. 
- Bella é grandinha pra um bebê prematuro. - Ela sorriu. - Vamos ver quanto ela pesa. 
Assim que mediu sorriu pra mim. 
- 2300g, é um peso otimo! Com 47 cm. 
- Isso é bom né? - Sorri. 
- Ótimo. 
Ela foi então limpa e os primeiros cuidados tomados. Ela colocou a pulseira e depois de vestir a roupa que eu mesmo peguei, perguntou se eu queria pegar a Bella. É claro que eu aceitei.
Ela me mostrou a melhor maneira e eu peguei. Uma emoção enorme tomou conta de mim e chorei novamente. Minha filha, minha Bella. 
- Ela está saudável? - Perguntei um tempo depois. 
- Perfeitamente. 
- Queria ver os olhos. 
- Demora um pouco ainda pra abrir. 
- E minha noiva? 
- Ela logo estará no quarto e eles vão te chamar. Acho que você precisa ir avisar sua família. 
- Eu não consegui falar com eles, de madrugada. Agora já acho que consigo. - Dei um beijo na testa da minha pequena e devolvi pra médica. - Preciso mesmo falar com eles. 
- Vai sim. - Sorriu pra mim. 
Sai de lá depois de tirar aquelas coisas e peguei meu celular. Agora havia duas chamados do meu pai, que tocou novamente e eu atendi já rindo. 
- Luan, estou preocupado. - Disse apressado. - Você ligou mil vezes, mas estava no silencioso. 
- Estou no hospital. - Disse. - A Bella nasceu, acabei de sair da sala. - Soltei uma risada. - Ela é linda pai! Morena igual a Liz, cabeluda. 
- Luan… - Ele riu também é saiu gritando minha mãe. - Como estão as duas?
- Bem, Liz é perfeita. E Bella se saiu muito bem, estão terminando a cesariana. 
- Cesariana, mas por que? 
- Ela não teve dilatação, eu não sei. Mas ela estão bem. Ela já estava pronta pra nascer. 
- Menos mal. - Disse. - Estamos indo.  Vamos acordar a Bruna e vamos. Liga pra Lúcia e pro Roberto. 
- Vou ligar. 
Desliguei e me apoiei na parede me sentindo o cara mais feliz do mundo. Meu coração batia forte, e eu tinha ganhado um novo motivo pra viver. Mal via a hora de ver Liz, de abraçar ela bem forte e de pegar as duas e ir pra nossa casa. De ficar lá, a tarde toda com as duas deitadas na cama, pegar ela no colo e encher de beijos, depois ver minha linda amamentar ela, com os olhos brilhando de alegria. Estava louco pra ver minha neném beijando a minha nova neném. 
Resolvi acordar e prestar atenção. Eu ainda tinha que ligar pros pais da Liz. 
- Luan? - Dona Lúcia atendeu com a voz sonolenta. - Aconteceu algo com a Liz? 
- Eu estou ligando por que, ela passou mal essa noite e depois que viemos pro hospital, Camili resolveu fazer uma cesariana de urgência. - Disse e percebi ela tomar um susto. - Mas elas estão bem, Bella é linda. 
- Elas estão bem? 
- Sim, Bella é perfeita. E Liz está bem. 
- Meu Deus! - Ela riu. - Nós vamos pra aí. 
- Mando meu jatinho. - Sorri. - Ela é linda Lúcia. 
- Eu imagino Luan, nossa que alegria! 
- A senhora nem imagina como estou me sentindo. Olha, vou ligar pro meu comandante e te aviso o horário. 
- Tudo bem Luan, obrigado. 
Fiz tudo que precisava e mandei a mensagem. Perdi o tempo na sala de espera quando meus pais entraram no hospital e vieram na minha direção. Nos não cabíamos de felicidade, eles me abraçaram. 
- Não vejo a hora de ver ela! -a minha mãe falou. 
- Médica disse que é só ir lá, mas eu estou esperando o médico, pra mim ver Liz. - Disse afoito. - Está demorando. 
- Não precisa ficar assim, vai chegar logo. - Bruna disse. - Meu Deus, nem acredito. - Bateu palmas. - Podemos ir lá ver, perguntamos o caminho. 
- Tudo bem. 
Eles foram e não deu dois minutos o médico apareceu. Liz estava dormindo, e estava bem. Eu podia ficar com ela, mas era melhor esperar. Decidi ir até o berçário então, é lá encontrei minha família encantada com a nova membra. 
- Luan, olha isso! - Minha mãe disse olhando pelo vidro. 
- Linda igual à mãe. 
- Eu achei ela muito aparecida com a Liz também. - Disse meu pai. - Perdeu Luan. 
- Não, não tem problema. A gente faz outro. 
Eles brincaram comigo. 
- Mal nasceu uma e já quer outro? 
- Já! - Ri. - Estou nas nuvens. 
- E a Liz? 
- Ela está dormindo. - Disse sem desviar o olhar da princesa. 
- Está bem? 
- Sim. - Sorri pegando o celular. - Olha. - Mostrei a foto do parto e eles amaram. 
- Eu podia postar né? 
- Liz concorda? 
- Sim. - Disse. - Ela disse que confia em mim. 
- Posta, mas tenta controlar as fotos, não expor a Bella. 
Eu me afastei e escrevi a legenda, publicando em seguida. 

Minha princesa, deu hoje à luz a uma princesinha. Minha vida bem outro significado, outro tom. Que ela espalhe a luz do amor que a gerou. Bem vinda minha Bella. 

Passei a manhã no quarto de Liz esperando ela se levantar, o que só aconteceu no fim da manhã. Ela abriu os olhos sonolenta e sorriu. 
- Oi meu amor. 
- Oi principe, cadê a nossa bebê?
- No berçário, ansiosa pra mamar. - Ri e beijei sua testa. - Como você está se sentindo? 
- Ansiosa pra ver ela. 
- Vai vir seu almoço, depois a enfermeira vai trazer ela. 
Ajudei Liz com tudo e dodóis fui buscar a minha menina. A enfermeira me ajudou e quando cheguei, Liz tornou a chorar. 
- Que linda! - Disse pegando ela no colo. 
- Agora que passou, é outra coisa ne?!
- Sim, não acho que não reparei em tantos detalhes quando peguei ela lá. - Disse.
- Meus pais acharam que ela se parece com você. - Disse.
- Eu não sei ainda. - Disse sorrindo pra mim. - Você está sentindo essa mesma coisa que eu? 
- É amor, e sim, eu estou. Hoje é o dia mais feliz da minha vida.
Ela sorriu pra mim e beijou o rostinho de Bella. 
Aquela doia cena mais linda da minha vida. 

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90º - Chegada do amor.

Luan POV.

Alguns dias antes de completar 9 meses, Liz acordou com muita dor. Eu fiquei a principio, confuso, e agradecido por estar ali com ela. Primeira coisa que fiz foi dar remédios, mas diante do desespero dela eu me assustei. 
- Luan… - Ela me chamou enquanto eu tentava ligar pra minha mãe.
- Oi. - Me aproximei ainda com o telefone no ouvido, chamando eternamente.
- Acho que são contrações. - Disse baixinho.
- Não está na hora ainda amor. - Disse. - Falta quase um mês, não tem jeito de ser isso mesmo.
- E se for? - Ela pediu fazendo cara de dor. - Me leva pro hospital.
- Não precisa se desesperar neném. - Eu disse calmo, pelo menos por fora, e dei um beijo nela.
Corri pro closet e coloquei uma roupa melhor, desesperado. Desisti do telefone peguei um vestido pra ela também, e fui pro quarto.
- Vamos pro hospital. - Disse. - Se acalma. - Ajudei ela se vestir. - O que tiver que ser, vai ser.
- Não quero perder. - Seus olhos estavam molhados.
- E não vai. - Passei a mão pelo seu rosto. - Bella já esta pronta. Se acontecer algo, vai ser ela nascer no ultimo mês antes das ferias de inverno do colégio, em vez de nas ferias mesmo. - Sorri rindo e ela me acompanhou. - Você vai ter que rezar pra ela não ficar de recuperação, por que se não a gente não vai poder ir viajar pra comemorar. - Ela gargalhou e eu dei a mão. - Vamos.
- Pega as minhas coisas.
- Vou pegar, depois que deixar você no carro. 
Assim que fechei a porta do carro com a ajuda do porteiro, que ficou lá com ela pra mim, voltei pro elevador e me permiti se desesperar. Perto dela não, mas ali eu podia. Me segurei pra não chorar e tentei ligar novamente pra minha mãe enquanto pegava as bolsas. Era madrugada de uma quarta-feira, dia 15 de junho, e com certeza Dra. Camili estava de plantão, o que eu respirei aliviado depois de checar. Ela havia me passado seu cronograma. Desci rápido com a bolsas depois de fechar a casa e dirigi com ela com dor até o hospital que estava marcado já. Pedi pra Liz ligar pra medica no caminho e ela disse que estava preparada já, tentando acalmar minha pequena.
- Ela falou que vai ficar tudo bem.
- Mas é claro que vai! - Disse parando no semáforo. - Aguenta firme amor. - Passei a mão por seu rosto. - Está acabando já.
Assim que cheguei no estacionamento, avistei Camili com uma cadeira de rodas. Ela veio até o carro e ajudei Liz a se sentar. 
- O que você está sentindo? - Ela perguntou.
Liz foi explicando enquanto elas conversam e eu não entendia muita coisa. 
- Vamos entrar, vem Luan. - Ela me chamou e eu foi levando a cadeira pelo hospital até uma das salas. 
Duas enfermeiras entraram e eu fiquei quietinho na minha fingindo que não estava ali pra não atrapalhar elas. Liz subiu na maca e depois de fazerem alguns exames de analise no corpo dela, Camili começou a dizer pra prepararem uma cesária. É claro que eu me assustei, não era esse combinado.
- Calma. - Ela veio até mim. - Não precisa me olhar assim. Está tudo bem. Vai nascer.
- Mas não está na hora.
- Ela quer agora, é impaciente. - Disse e sorriu, me passando segurança.
- E por que não pode ser parto normal? - Liz perguntou sentindo cada vez mais dor. 
- Por que você não tem dilatação e está em trabalho de parto, cada vez mais contrações, pode ser perigoso esperar. - Ela segurou a mão de Liz. - Cesaria não é o fim do mundo, é uma seguraça pra vocês agora. Você é magra Liz, toda pequena, é o melhor no momento. Podemos ter algum problema se esperar.
- Então tudo bem, não é? - Falei e minha pequena me olhou. - Vai dar tudo certo. - Ela só afirmou e em seguinda deu um grito de dor que me assustou.
- E você, se quiser assistir, tenta respirar. Um enfermeiro vai vir te buscar. Vi pegar as coisas delas no carro. 
Dei um beijo na testa dela e sai correndo pro estacionamento, tornando a tentar falar com casa, mas não consegui. Peguei as bolsas e voltei pro mesmo lugar, depois de ser parado pra fazer um ficha na recepção quase vazia. Era a parte da maternidade, haviam só alguns pais impacientes. Ao voltar pro quarto, encontrei um homem, ele pegou as bolsas e me levou até uma sala, onde tive que colocar uma roupa diferente e me mandou esperar ali. Fiquei só com o celular na mão pra filmar ou tirar fotos, o que eu conseguisse. Tremia todinho de nervoso e não cabia em mim. Pensei ter andado tanto no quarto que poderia ir até a China quando uma mulher simpática veio me chamar. 
- Ela tomou anestesia local. - Disse. - Vai te escutar normal. 
- Obrigado. - Sorri. 
- Posso avisar seus familiares.
- Não consegui acordar ninguém ainda. - Disse. Era quase 06h00 da manhã, logo meu pai me retornaria.
Quando cheguei, nem olhei pro resto. Ainda não tinha começado, então eu me abaixei e comecei a falar com ela.
- Você está bem?
- Sim. Não sinto mais dor, confio na Camili.
- Eu sei, eu também. - Me sentei ao lado dela e respirei fundo. - Mê dá sua mão.
Ela me estendeu e sorrindo, fechei os olhos e comecei a fazer uma oração. Pedi a Deus pra cuidar dela e de Bella, proteger minhas meninas e abençoar as mãos de Camili. 
- Amém.
- Amém meu amor. - Ela disse emocionada.
- Não vou sair daqui está bem?
- Você está tão calmo.
- Por fora, somente. - Ela riu. Levei sua mão ao meu coração, que batia muito forte. 
- Você nem faz ideia de como está o meu. - Disse com um sorriso enorme. - Eu te amo tanto.
- Eu também, te amo muito. - Sorri. 
Quando a operação começou, eu não olhei. Nõ tirava os olhos de Liz, que estava toda aflita pra mim, me olhava nervosa, curiosa. 
- Não acaba logo.
- Vai acabar. - Eu disse. 
- Estou com medo, muito medo. - Ela começou a chorar. - E se eu não for boa mãe?
- Você vai ser a melhor mãe desse mundo. 
- Pra você é fácil falar, você com certeza vai ser.
- Ai que besteira. - Ri e ela me acompanhou. - Estou do seu lado, não estou?
- Sim. 
- Então pronto.
- Me sinto melhor, mais segura. 
Não consegui responder e ouvimos o choro preencher toda a sala. Solte uma risada gostosa e ela me acompanhou, já emocionada. Nem me preocupei em ficar ali, já me levantei e olhei nossa menina, linda. Ela era bem grandinha e mal consegui ver o rosto quando levaram ela pra limpar. Só vi a cabecinha. 
- Vão trazer ela, se acalma. - Uma das enfermeiras me disse e eu sentei, sem tirar os olhos do corpo dela numa mesa um segundo. 
- Ela é moreninha. - Sorri pra Liz e ela chorava, limpando as lagrimas que eu já não continha. - Cabelinhos escuros, da cor do meu, e a pele é mais pra sua, morena clara. - Liz era um pouco mais morena que eu.
- Eu te amo. - Ela me disse e eu dei um selinho nela.
- Eu amo muito vocês. 
Fiquei com a testa grudada nela e sorrindo até enfim trazerem minha Bella. E ela era linda. Eu e Liz choramos ainda mais quando vimos. Ela tinha bastante cabelo já, era grandinha, e o rostinho lindo. Não consegui definir com quem se parecia, mas tinha grandes bochechas e os olhos estavam fechados.
Liz pegou ela no colo e sorriu pra mim.
- Ela é linda. - Disse.
- Um princesa. - Sorri. 
Uma enfermeira se ofereceu pra tirar a foto e nós olhamos pra ela. Peguei o celular agradecendo e mostrei pra Liz, que se encantou, mas logo voltou o olhar pra nossa Bella. Nossa linda Bella.

Mais depois de 9 capítulos. Preparados pra maratona?

89º - Oitavo mês de tensão!

Quando o oitavo mês chegou, veio com ele toda a dificuldade. Minha barriga cresceu bastante, e como eu era magrinha, o corpo estava ficando cansado e não aguentava quase nada de pé. Sentia dores nas costas, nas pernas, e na coluna. Mal conseguia dormir por que a barriga não parava de me incomodar. Estava exausta, não via a hora de Bella nascer.
- Não mãe… - Luan entrou no quarto numa tarde de quarta-feira falando ao telefone. - Vamos comer aqui mesmo. Vou ir comprar comida, a Liz está com dor de novo.
Ele conversou mais algumas coisas e depois desligou e me deu um beijo avisando que voltava em alguns minutos. 
Ele estava segurando a barra, já que eu sempre precisava dele. Estava sempre ali, pro que eu precisava. Agora que estava perto, ele ia sempre fazer shows de sexta e sábado, e voltava no domingo. Meus pais estavam vindo ficar o fim de semana em casa e quando eles não podiam, minha sogra viria. 
Seria assim também depois que Bella nascesse. Ele não podia parar, por causa dos dias que ficou parado alguns meses, ainda tinha algumas coisas pendentes. 
Assim que ele chegou, veio ao quarto me ajudar. Comemos juntos, na cozinha, enquanto ele contava da fã que ele encontrou no restaurante. 
- Você tem uma vida mais tranquila agora. - Falei. - Morreu de encontrar com ela? 
- Não. - Ele riu.
- Está vendo? - Sorri e passei a mão pelo seus cabelo. - Não mata. 
- Queria que você fosse num show meu. 
- Assim é complicado amor, não posso ficar em pé que meus pés doem. 
- Mas vai passar, e daí vamos ter uma princesa em casa. - Ele ficou preocupado. - Ela não pode chorar muito. 
- Por que? - Ri. 
- Nosso vizinhos. - Ele fez careta. 
- Existem milhares de famílias que vivem em apartamentos com bebê, a gente vai sobreviver. 
- Podemos mudar pra uma casa, no condomínio. Ficar mais perto dos meus pais. 
- Pode ser quando a gente se casar? - Fiz bico. - Eu gosto daqui.
- Mas temos uma vizinha amiga da minha ex que vai reclamar lá embaixo cada vez que a Bella chorar. - Rimos. - E aqui é nosso cantinho, eu sei, mas vai demorar pra gente casar, você sabe disso. 
- Falando em Paula, onde ela foi parar?
- Não sei, mas Eober disse que cruzou com ela não sei a onde e ela estava com um cara. - Deu de ombros. - Vai me enrolar mesmo né? 
- Vou. - Sorri lindamente e senti uma pontada na barriga. - Ai. 
- O que foi?
- Dor. - Sorri fraco. - Bella está me matando. 
- Vamos pensar 10 vezes antes de ter outro filho hein? - Ele riu me dando a mão enquanto me acompanhava pro quarto. - Não tem condições, você com esse seu corpo. 
- Tá reclamando?
- Eu não, de forma alguma. - Riu. - Mas a Bella está! - Ele me abraçou pelas costas e beijou meu pescoço. - Estou com saudade de você. 
Fazia um tempo já que a gente não fazia amor. Minha barriga já incomodava. 
- Eu também meu amor. 
- Passa rapidinho. - Ele beijou meu rosto e ficamos deitados na cama vendo filme abraçados. 

No meio do mês eu fui com Luan numa loja do shopping escolhe o quarto do bebê. Contratamos uma arquiteta, coisa de Luan, que queria o quarto perfeito. Marquinhos acabou perdendo o dele, já que nosso AP não era enorme, e o quarto dele era mais perto do nosso. Acabamos escolhendo um estilo bem leve. No fundo ficariam num móvel planejado, que serviria pra fraldário, e em cima estantes com objetos que era de uso diário e em cima do berço, no lado, vários círculos com ursinhos de pelúcia marrom. As paredes seriam pintadas de bege. Na frente do berço, uma poltrona pra amamentar e na parede da porta, o guarda-roupa. Ficaria lindo, todo delicado. Escolhemos também por não personalizar as coisas com nome dela. Estava ansiosa pra ver pronto.
Mas a maratona pelo quarto de Bella me deixou exausta e com os pés inchados. No meio da noite, já não aguentava. Luan ficou preocupado e se ofereceu pra massagear minhas pernas, o que fez com muita qualidade. Ele fez nos pés, com as mãos firmes, apertava com jeito, e parecia tirar um peso deles. 
- Está muito inchado? 
- Um pouco, mas está melhor. - Ele disse. - Respira neném, relaxa. 
- Não aguento mais, não vejo a hora dela nascer. 
- Estou ansioso, mas nem consigo imaginar a sua ansiedade.
- Está ficando cada dia mais difícil. 
- Tenha fé, vai passar.
No dia seguinte o quarto do Marquinhos já estava desmontado e as coisas estavam encaminhando. Enquanto Luan olhava o quarto com a equipe, fiquei organizando as bolsas da maternidade, com minha sogra. 
- Tudo isso? - Perguntei. 
- Melhor do que faltar querida. - Ela sorriu. - Agora vamos pra sua. 
Ela me ajudou a escolher as melhores coisas pra levar, enquanto conversava sobre esse último mês. 
 - 
- Sua barriga está bem baixa. - Ela olhou e eu assustei. 
- Eu não reparei. 
- Está. - Disse. - Era pra começar só mês que vem. Já foi na medica né? 
- Já, mas ela disse que estava tudo bem. - Comecei a ficar nervosa. 
- Mas não estava assim da última vez que te vi Liz. - Ela olhou novamente e saiu do quarto atrás do Luan. 
Ouvi eles conversando no corredor e comecei a ficar com medo. Tinha muito medo, de algo dar errado. 
- Deixa eu ver amor… - Ela apareceu no quarto e eu levantei da cama enquanto ele e Mari analisavam. - Você está sentindo alguma coisa?
- Não. - Ele me olhou e jurei que meus olhos estavam marejados. 
- Liz amor. - Ele riu. - Não precisa chorar. 
- Liz, tudo bem querida! - Mari tentou me acalmar.
- Eu vou ligar pra Dra. - Ele disse beijando meu rosto e saindo do quarto. 
Ele voltou minutos depois. Me abraçou e disse que Camili tinha assegurado que tudo ficaria bem. Mas eu tinha que ficar em repouso. O resto do meu mês foi ainda mais tenso. 

Amanhã tem maratona, de noite, a partir das 20h. Posto depois de 10 capítulos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

88º - Sétimo mês de preparativos...

Liz POV.

Na semana anterior a viagem, a gente ficou dois dias fazendo fotos. Luan queria deixar registrado esse momento, então resolvemos fazer um book. Escolhemos um cenário perto de SP mesmo, na praia. Minha sogra me ajudou a escolher as roupas e a própria cabeleireira do Luan ficou responsável pelo resto. Era um cenário lindo numa praia particular, e Luan estava todo cuidados comigo. 
- Ele não para. - Mari riu.
- Seu filho é louco. - Ri, vendo ele se afastar pra pegar meu almoço já que eu podia me cansar. 
- Nunca vi meu filho assim. - Ela suspirou. - É bonito, ele é louco por você. Mas ao mesmo tempo assusta. 
- Assusta? - Perguntei sem entender. 
- A intensidade que existe nele, em vocês em geral, assusta. É como se ele pudesse fazer qualquer coisa por você. - Disse. 
- Eu não tinha reparado. - Disse sincera. 
- A prova disso é que ele te trouxe pra cá, assumiu coisas que nem imaginava, vai ser um pai incrível. 
- Ele vai mesmo, Luan parece que nasceu pra isso. 
- Você também vai ser. - Ela sorriu me vendo acariciar a barriga. - Está linda de grávida. 
- Mas já está ficando complicado. 
- É por que você é magrinha, tem todo um corpo delicado. Mas você vai ficar bem, está chegando. 
- Não vejo a hora. 
- E o nome?! Não vai escolher? 
- Estamos vendo alguns ainda. - Sorri. - Nossa princesa logo terá um nome. 
- Eu mal posso esperar por ser vó. Estava achando que ia demorar ainda e vocês me vem com essa surpresa. 
- Acho que foi coisa de Deus. - Disse. - Nunca me imaginei aqui hoje, tão cedo, mas estou feliz. - Sorri. 
- Neném, olha, o que você gosta. - Ele disse estendendo pra mim e Mari riu. 
- Não para nunca de mimar né? 
- Não mesmo… - Ele se sentou com a sua comida. 
- Imagina a filha. 
- Nossa, vou ter trabalho, por que se não, se depender dele, vai ficar mimada e sem limites. 
- Não é assim também. - Disse me servindo de suco numa mesa que havia ali na casa, na areia. - Eu sei que eu tenho que ser um pouco mais rígido. 
- Esse pouco seu, ainda não vai ser suficiente. - Mari riu se levantando pra ir pegar o almoço e nos deixou sozinhos.

As fotos ficaram lindas. Luan participou bastante, já que no dia anterior tiramos muitas minhas sozinhas. Tiramos dele beijando a barriga, juntos brincando na água, várias coisas lindas, e eu fiquei encantada. Luan mal esperou pra sair postando uma das fotos que seu fotógrafo mandou enquanto a gente nem havia chegado em casa. O álbum iria ficar lindo, e Luan já estava com algumas no celular, me mostrando animado. O dia cansativo me deu um pouco de cansaço. Não havia ficado com aquelas barrigas enormes, mas o bebê havia ganhado peso ideal, então estava bem tranquila, e agradecia, já que o que eu já tinha me dava algumas dores de coluna.

A viagem pra Orlando não demorou a chegar. Dra. Camili havia me faço mil recomendações e por decisão nossa, não iríamos a nenhum parque. Não era o momento. Meus avós pegaram a gente no aeroporto, e mal se acabaram de felicidade. 
- Que barrigão lindo! - Ela me abraçou rápido, e eu abaixei um pouco, sabendo que ela não tinha mais a saúde perfeita. 
- Ficou linda não Dona Clarice? 
- Linda! Não cresceu muito, né? 
- Não ficou gigante, mas está tudo bem com a princesa. - Luan abraçou ela. 
- Melhor assim minha querida. - Sorriu me puxando pela mão depois que meu avô ficou todo bobo alisando.
- Sua avó já está fazendo o almoço. - Meu vó disse ajudando Luan com . - Não se cabia de ansiedade. 
- Não acredito que enfim vai ficar em casa! - Ela segurou minha mão sorrindo. - Assim que nascer, nós vamos ver ela! Você avisa. Está marcado o dia?
- Liz vai fazer parto normal, a não ser que algo dê errado. - Luan contou.
- Mas nada vai dar, vai ser parto normal então! - Minha vó ergueu as mãos pra cima e eu sorri pra Luan, já entrando no carro. 
Eles tinham cerca de 60 anos, e não eram quietinhos, dançavam, faziam atividades físicas, eram bem ativos e com saúde. 
Minha vó fez tanta coisa gostosa que Luan ficou me controlando, dizendo que não queria que eu passasse mal depois. 
- É normal isso querido. - Minha vó me defendeu, mandando em seguida ele deixar eu comer meu doce. 

Como não podia perder tempo, fomos às compras logo em seguida depois que almoçamos. Meus avós nos acompanharam e minha vó conferiu uma lista que eu fiz de coisas essenciais pra não esquecer nada. Luan chegou em uma das lojas de bebês, e já queria sair comprando tudo. 
- O bom é que aqui dá pra você vir junto Luan. - Meu avô comentou enquanto eu controlava meu noivo. 
- Mas por isso mesmo que viemos. - Ele contou levantando um vestido todo delicado. - Olha amor. 
- Que lindo! - Sorri. - Gostei dele.
Ele colocou nas nossas coisas, tipo um carinho. Compramos muitas coisas, não nada demais, já que minha vó disse que haviam outras lojas.
Compramos algumas coisas pra mim e depois, resolvemos passear um pouco. Jantamos num restaurante animado, e voltamos pra casa cedo. Eu já estava cansada e meus pés doendo.

- Como vai se chamar? - Luan perguntou me acariciando enquanto estava deitada ao seu lado.
- Do que você gosta? 
- Uma menina esses dias no meu camarim se chamava Bella. 
- Bella mesmo? 
- Bella. Eu achei lindo. 
- Eu gostei. 
- Procurei o significado. 
- E o que é. Bella, que é formosa, bonita, mas tem também uma relação divina, como promessa de Deus. 
- É lindo. - Sorri. - Eu quero que ela se chame Bella. 
- Então temos uma princesa com um nome já. - Ele sorriu e me beijou a testa. 
- Temos uma princesa com nome. 

Assim que tomamos café, contamos pros meus avós sobre o nome. Eles amaram, ficaram encantados. 
- A esse genética vai ser bela mesmo! - Minha vó disse fazendo carinho no meu rosto e nós todos rimos. 
- Eu já disse isso para ela. - Luan comentou. - Se puxar ela, eu estou bem encrencado. 
- Isso é bom! - Clarice riu.
- Vai sofrer Luan… - Meu avô, pai da minha mãe, falou. - Filha menina é um sofrimento. 
- Aí que drama desses dois. - Ri. 
- Seu pai não sofreu com você? - Ele perguntou rindo e eu corei. 
- Bom, se eu encontrar um moleque como eu, vai levar um tiro. - Luan riu falando. 
- Não devia, por que nunca vi alguém tratar uma mulher igual você trata a Liz. - Vó comentou. 
- Não, eu sei. - Ele sorriu. - Prometo que vou ser bem sensato. - Ele bateu continência. 
O dia foi bem agitado também. Tinha que comprar mais algumas coisas e Luan queria ir em algumas lojas pra comprar presentes e coisas pra ele. 
Viu um vestidinho lindo, ergue pra mim, todo babadinho, e cor de rosa. Fiquei encantada. 
- Vai ficar lindo nela. - Sorri. 
- Será que vai ter cabelo? - Luan perguntou em seguida olhando pra uma estante de coisa de cabelo. 
- Não sei. - Disse. 
- Liz nasceu com a cabeça cheinha de cabelos. - Minha vó apareceu.
- Eu não tinha muito. - Luan comentou. - Mas tenho bastante hoje.
- Então acho que nasce sim. - Ela sorriu e Luan entendeu que podia escolher tiaras. 

Acabamos jantando na minha vó, e eles nos levaram no aeroporto. Agora havia bastante malas e Luan queria levar todas sozinho, mesmo não precisando carregar, mas só puxar. 
Agora só faltavam dois meses, e as coisas começavam a ficar mais difíceis. 

Mais tarde tem mais! 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

87º - Sexto mês de desejos

O sexto mês chegou bem agitado. Nos dois estávamos decidindo o nome da nossa filha, mas o acordo estava difícil. Tinha mil opções e não combinávamos em nada. Luan estava emburrado com isso desde cheguei da médica mais cedo, onde ele me acompanhou na ultrassom. Tinha decidido por ir viajar no próximo mês pras comprar do enxoval, mas ele estava achando que eu não podia. Ficou mais tranquilo quando Camili liberou, mas todo preocupado com os cuidados. 
- Aí… - Reclamei de dor sentindo óculos chutes da menininha. 
- O que foi? - Ele perguntou me olhando. 
Estava sentado no sofá da sala ao meu lado maquiando assistia TV e ele estava vendo algumas coisas na internet pro show novo. 
- Chute forte de novo, ela não para. 
- Doi muito né? 
- Parece que ela está enfiando o pé na minha costela. - Ri baixinho. - Estou ansiosa. 
- Eu também, muito. - Ele colocou a mão sobre minha barriga. - Não está dando pra sentir? 
- Não. - Fiz careta, acho que ela se acalmou. 
- Ia mexer com ela, mas nem vou, por que se ela se agita vai te machucar toda aí… - Ele riu. 
- Pode conversar amor, conversa com ela. 
Nós dois não brigávamos fazia um bom tempo, mesmo com as minhas oscilações de humor, Luan estava sendo paciente. Camili nos contou que era importante o laço do bebê com a voz do pai, já que se, ao ouvir o pai gritar e depois sentir a minha tristeza, ele ligava a voz paterna a sensações negativas e isso podia prejudicar a relação dos dois futuramente. Desta maneira, o ato de conversar com minha barriga era importante, e Luan estava sendo incrível. 
- Minha princesinha, sabia que papai ama você? - Ele disse baixinho perto da barriga e ela já mexeu um pouco, me fazendo rir e guiar a mão dele. - Papai ama as duas princesas dele, você e a mamãe. - Sorri. - Você vai ser minha princesinha, vou cuidar de você. - Ele me olhava emocionado, e depois começou a cantar a minha música. - E quando a barriga for crescendo, você ainda vai ser linda, eu nem preciso te ver. Seca o choro e fica aqui comigo, que até assim tristinha eu já sei, que eu amo você!
Ele ficou assim por longo tempo, cantando pra nossa princesa, e com ela retribuindo nas minhas costelas. Tudo aquilo estava sendo incrível, e eu não via hora de nascer, de ter ela nos meus braços, de pegar e cuidar. Queria ser mãe, não via a hora. 

Luan POV.

- Luan, não quero ficar sozinha. - Disse fazendo bico enquanto eu lhe servia. - Não quero comer sozinha.
- Eu não gosto de carne moída. - El olhando pra ela enquanto coloquei o prato em sua mesa.
- Pega só a batata. Não vai ficar sem comer.
Liz estava com muita vontade comer uma carne moída com batatas que sua avó fazia quando ela era pequena e estava tentando me obriga a comer com ela. Seu humor variava muito, e hoje ela estava manhosa. Sabia que se negasse ela ia começar a chorar dizendo que eu não amava ela, então peguei um prato e me servi com pouca comida, enquanto ela já devorava o dela. Ia comer devagar as batatas e quando ela começasse a passar mal de tanto comer e sair da cozinha, eu dava um fim. 
Era sempre assim, ela sempre que estava com vontade de algo, comia muito e passava mal no final. Mas dessa vez ela comia bem devagar e começou a me analisar. 
- Minha comida está ruim. 
- Não, claro que não. - Falei rápido comendo mais e sem fazer careta. 
- Você não está comendo. 
- Besteira sua, estou sim, só não estou com muita fome como devagar.
- Não acredito que esta ruim e você não vai comer. - Liz já fez cara de choro e eu tentei segurar a risada. 
- Eu estou comendo Liz.
- Me chamou de Liz agora, qual a próxima? Você está querendo terminar. 
- Neném, é claro que não. Não estou te entendendo. Estou normal querida, não precisa ficar nervosa. - Levei a mão até a sua e beijei com delicadeza. 
- Tem certeza? 
- Absoluta. - Comi uma colherada e fiz cara de quem estava gostando. - Está uma delícia - Ela sorriu. 
- Que bom, vou fazer sempre. Você não gosta disso, e está comendo, gostando. Me lembre de fazer mais vezes. - Ela sorriu e se levantou pra pegar uma das suas vitaminas. 
Quando Liz virou as costas, eu bebi água tentando engolir direito. 
Se essa gravidez durasse um ano, eu pedia demissão do cargo de pai. 

No fim do mês seu amigos quiserem fazerem encontro à noite. Ela quase na via eles, já que todos estavam na faculdade, e também deu uma afastada de Aline por livre e espontânea pressão. Aquela menina não me descia desde o acontecimento da clínica, e eu entendia que a culpa não era só dela, mas não julgava ela boa influência pra Liz. 
Eles chegaram pouco a pouco, Aline foi a última. Eu sabia que ela tinha percebido que eu estava bem chateado com ela, então ela foi bem tímida comigo, quase não nos falamos. Mas Liz foi muito paparicada, principalmente pelos meninos. Eles diziam que seriam “tios” maravilhosos. 
- Luan, é oficial, a gente vai ficar de olho nela e te ajudar com os namoradinhos. - Gustavo falou enquanto sentia ela mexer. 
- Que namoradinhos, o que… - Bati no boné dele. - Não tem essa aqui. 
- Sua filha vai virar freira? - Luiza riu.
- Vai! - Fiz careta. 
- E qual o nome? - Lucas perguntou. 
- Não sabemos ainda. - Liz sorriu. - Não entramos num acordo. 
- Acho justo a Liz escolher. - Luiza ergueu a mão. - Ela está carregando poxa! 
Todo ríram, e eu protestei. 
- Não fez sozinha! - Disse rindo. 
- Ela vai ser linda. - Aline sorriu quietinha. 
- Se puxar a mãe, vai mesmo. - Disse sorrindo pra Liz e todos zoaram. 
- Homem apaixonado é foda né! - Disse Lucas rindo. - Gustavo está na mesma! 
Liz e Luiza começaram a discutir sobre nós dois com ele.
Eles quiseram ouvir eu cantar a música da Liz, que eu tinha lançado, e tocava demais. Peguei o violão e fizemos uma roda na sala enquanto comíamos pizza. 
Gustavo tocava também, então eu cantei algumas musicas enquanto ele tocava. Foi uma noite bem divertida. 

Já na última folga do mês de abril, eu decidi levar Liz até o Rio. Fazia tempo que não via seus amigos, e seus pais poderiam curtir ela um pouco grávida. Tudo caminhava bem, e até que conheci eles. Felipe, Caio, e Bia, de verdade. Foi uma experiência bem gostosa, saber mais da vida dela, das aventuras da escola e dos passeios. Liz era tão doce, tão menina, que não tinha nada de ruim. Sua histórias eram doces como ela. Estávamos todos na sala conversando. 
- Luan, já está mais calmo né? - Roberto perguntou. 
- Claro, já. - Sorri. - Temos que resolver algumas coisas antes da princesinha chegar, e quero estar presente. De agora em diante, só vai melhorar. 
- É bom, você ia se arrepender se ficasse muito ocupado nesse momento. 
- Eu sei. - Ele sorriu. - Não vou cometer essa besteira. E Liz precisa de mim. 
Ela me abriu um sorri mais lindo da face da terra e eu não me arrependi em nenhum momento de ter colocava ela no pilar da minha vida. 

Amores, me perdoem o sumiço, eu estava com bloqueio horrível e não queria escrever qualquer coisa... Estou aqui pra desejar um ano incrível pra vocês, e muito amor... Feliz Ano Novo!
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