segunda-feira, 30 de novembro de 2015

49º - Eu quero você fora dessa casa agora!

- O que é que você está dizendo? - Ela perguntou me olhando assustada. - Ficou louco?
- Nunca estive tão certo de algo na minha vida. Eu estava morrendo de medo de te magoar, mas depois do que vi hoje eu não tenho mais. 
Ela respirou fundo e se afastou passando as mãos sobre a cabeça.
- E agora você vai ficar com aquela garota? - Ela berrou. - Ela é uma menina Luan! 
- Fala baixo. - Falei firme. - Com quem eu vou ficar ou o que ela é não te diz respeito.
- Você ficou louco, só pode! - Ela riu nervosa. 
- Você sempre soube que eu gostava dela Paula. 
- Achei que a gente estava construindo algo. 
- Até estava, no começo, mas depois… Eu não consegui, a gente se ama, e não parecia justo. Eu sinto muito, de verdade, mas eu não posso mais levar isso, não é justo com ninguém. 
- E por isso você compra um apartamento pra ela? - Ela gritou mais um pouco e eu me assustei. 
- Como você sabe disso? 
- Eu achei sua chave. E também vi ela no apartamento, minha amiga é vizinha dela, liguei os pontos né… 
- E por isso queria me arrumar um filho. 
- Eu precisava fazer algo Luan. - Disse sentando na cama e começou a chorar. - Eu não quero te perder. 
- Você nunca me teve de forma nenhuma além de amiga. E vai ser bom pra você, vai encontrar que te ame de verdade. 
- Eu amo você! 
- Ficar indo contra só vai te magoar mais. Eu não queria perder sua amizade, mas eu sei que não vai dar… 
- Não mesmo! - Ela falou quase gritando de novo. - Que bom que você sabe!
- Para de gritar. Olha, eu preciso resolver umas coisas… - Disse levantando. - Eu vou pedir pros meus pais pegarem minhas coisas.
- Como assim? 
- Paula, acabou, eu estou indo embora. E quero que você seja feliz. - Disse sério e desci correndo com ela chorando e protestando atrás. 
Meus pais ainda estavam sentados no sofá e eu quase me matei quando vi eles. Mais explicações. 
- Amarildo, olha isso o que ele está fazendo, me deixando por… - Interrompi. 
- Cala a boca Paula. É melhor você ficar quieta no seu canto. - Não era hora deles dois saber da Liz. - Você sabe que tem grande parcela de culpa e eu não vou esquecer o que aconteceu hoje. 
- Eu estava desesperada Luan… - Ela suplicou. 
- O que está acontecendo? - Meu pai perguntou nervoso ao nosso lado. 
- Estou me separando. - Disse. - Pega minhas coisas por favor mãe e leva pra casa. 
- Como assim? 
- Ele vai me deixar Seu Amarildo! 
- Para de drama Paula. Aproveita e conta pra eles o que você fez… 
- Sabe do que mais?
- Depois dessa não me impressiona mais nada! 
- Foi eu que mandei aquelas fotos pro pai da criancinha que você estava ficando lá no Rio de Janeiro. 
Quando escutei aquilo eu perdi a cabeça. Ela devia ter planejado tudo, eu achava que conhecia ela, que era minha amiga. 
- Cala sua boca e não fala dela! - Gritei rapidamente e fui pra cima dela, num ato impensado, mas meu pai entrou no meio. 
- Ficou louco Luan? - Ele gritou comigo.
- Manda ela calar a boca agora. Eu quero você fora dessa casa agora! - Gritei e sai batendo à porta. 
Eu não precisava de mais problemas e agora ela tinha me arrumado um. 
Respirei fundo e me acalmei quando entrei no carro, mas quando vi meu pai vindo na minha direção eu saí dirigindo. Agora estava de volta à estaca da noite e não sabia novamente o que fazer. 
Era a ultima semana de Liz na escola e ela com certeza não havia ido, mas eu podia ter sorte. Fui pra lá e fiquei plantado esperando e nada dela aparecer.
Voltei pro AP e fui buscar algo que pudesse me dar uma ideia de onde ela podia estar. Revirei tudo, mas não achei nada. Sentei no sofá sem saber mais o que fazer e agora tinha um apartamento que parecia que havia passado um furacão.  
A semana não demorou pra passar enquanto eu não fazia ideia de onde ela estava e nem sabia como procurar. Ela não deu uma noticia tinha medo de ligar pros seus pais e ela não estar lá e sobrar pra mim, então eu tive uma ideia. 
Como estava “morando” no AP com medo dela ir lá e eu não ver, meus pais estavam atrás de mim mais eu nem liguei. Fui até ó shopping e comprei um presente pro seus pais e liguei pro piloto. Eu ia pro Rio na esperança de achar ela. Ia chegar pela noite enquanto não havia perigo de não encontrar eles em casa. Quando cheguei no prédio dela o porteiro interfonou e minha entrada foi liberada. O pai dela me recebeu sem entender muito, o que me desanimou. 
- Ah, eu posso entrar? - Ele me deu passagem. 
- O que você veio fazer no Rio?
- Um trabalho, e passei pra deixar um presente da Liz. - Sorri e ele abriu um sorriso também e pegou a embalagem. 
- Lúcia não está aqui, mas ela vai amar. Já estamos com saudades dela. 
Aquilo me apertou o coração e eu fiquei bem triste com isso. Ela não estava ali também e não podia falar pra ele que tinha perdido a filha dele. 
Ele abriu o presente, uma escultura de uma familia, bem a cara da Liz e parecia com a que eu havia dado no seu aniversário. Me deu até um abraço agradecendo. 
- Você trás ela novamente? - Pediu.
- Assim que der eu volto com ela. Eu estou me separando. 
- Sério? Eu não vi nada… 
- É bem recente ainda. - Sorri. - Mas minha família já está sabendo e pedi pro meu pai dar entrada nos papéis. Ele está empurrando um pouco por que ele não sabe da Liz ainda, e acho que tem medo de eu voltar pra cá, mas ele não tem muito o que fazer, vai ter que sair. 
- Mesmo que demore um pouco. - Ele falou. - Bom, você me surpreendeu. 
- Eu sinto muito por tudo da forma que aconteceu, mas eu não podia ficar sem ela. 
- Você está se resolvendo, isso que importa. E Liz está feliz, não é? 
- Claro… - Disse passando a mão na nuca, eu não podia contar simplesmente pra ele. 
Não demorou 10 minutos pra mim me despedir e voltar pro aeroporto, depois de confirmar com porteiro que ela não voltou mesmo pra lá. 
Voltei pra casa chorando, desesperado, sem saber mais como procurar. Eu precisava prestar queixa, avisar a polícia, isso era desaparecimento e se algo acontecesse com ela podia sobrar pra mim ainda, por não ter avisado sobre seu sumisso. Mas isso implicava que todo mundo ia saber antes da hora. 
Esperei no aeroporto jogado numa cadeira o voo do meu amigo que estava pra chegar. Ele ia vir pra me ajudar, mas também não sabia como fazer. 

- Vamos ligar pros hospitais. - Disse com dois computadores abertos e me deu um telefone. 
- Cara, noticia ruim chega cedo. 
- Eu sei, mas não custa. - Ele falou. - Vamos lá vai, se isso não resolver a gente tem que procurar a polícia, mas eu tenho certeza que ela está escondida em alguma casa de amigo. 
- Vamos ligar vai. - Peguei um computador é um telefone e comecei enquanto ele estava em outro.
- Moça, é uma menina baixinha, morena, cabelos bem lisos. - Disse no terceiro telefonema. - Liz. 
Dei o sobrenome todo e depois ela pesquisou lá. Nada. E eu não sabia se era bom ou ruim. 
- Nada aqui também. - Marquinhos falou. 
- Não quero ligar pra polícia. 
- A gente espera até amanhã, podemos ir na escola cara. 
- Eu já fui lá. E ela não esta mais indo. 
- Mas falou com a diretora sobre o que está acontecendo?
- Não. - Falei olhando. - É uma boa. 
- Vamos terminar aqui. E depois amanhã vamos lá.
Passamos a noite toda ligando ligando e nada, e acabamos dormindo um pouco antes de ir até o colégio. 

- Tem a casa daquele garoto também. - Ele disse quando chegamos na secretaria e esperava a diretora nos atender. 
- Ela não é nem louca, eu vou lá e trago ela pelos cabelos. - Disse já pensando na ideia. 
- Se ela quiser te afrontar. 
- Nem me fala isso… - Disse já sentindo meu coração bater mais forte. - Liz não é burra. 
- Você prende ela demais. 
- Ah já chega, nem vou fala mais com você se você continuar com essa ideia. 
- Achei que quisesse achar ela. 
- Ela não está na casa desse idiota. 
- Eu acho que pode estar, mas você também pensa um pouco. Ele pode saber onde ela está. 

Conversamos com a diretora e ela não sabia como nos ajudar. Disse que ligaria na casa de alguns amigos da Liz e me retornaria. Marquinhos foi fazer algo com um amigo e eu fiquei sozinho à tarde. Me bateu dois minutos e resolvi ir até a casa do menino, Lucas. Não sabia se rezava pra achar ela lá ou não. 

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domingo, 29 de novembro de 2015

48º - Eu quero me separar.

- Luan? - Ela disse assustada e veio na minha direção sobre os olhares atentos dos amigos. - Não avisou que vinha.
- Eu estava passando por aqui. - Beijou meu rosto e me abraçou.
- Ah… Gente, esse é o… Luan! - Riu apresentando. - Ele é amigo da minha família, os nossos pais eram, e a gente cresceu junto, apesar dele ser mais velho. Ele que cuida de mim aqui em SP. - Disse, bem naturalmente aos olhares dos outros, mas parecia nervoso demais pra mim. 
- Ah, não sabia. - Uma das meninas falou ainda chocada. 
- É, ele não queria me expor, a mulher dele não gosta muito de mim. 
- Não. - Foi a única coisa que disse. 
- A gente não queria te assustar. - Um dos meninos disse. - Estamos de saída. 
- Não, imagina. - Falei. 
- Liz, minha linda, obrigado por tudo. - Ele abraçou ela pela cintura e apertou bem forte. 
Suas mãos bobas desceram e pegaram em sua bunda e não preciso dizer que meu sangue ferveu de ciúmes. Quase acabei com aquela palhaçada, e joguei tudo pro alto. Já estava tudo ferrado mesmo. Mas fui distraído com as amigas dela vindo falar comigo. Foram simpáticas, educadas e se despediram, assim como os meninos, e eu tive que sorrir bem falsamente pro idiota da mão boba. Ela levou eles até a porta e eu já fui jogando o celular no sofá com o sangue fervendo. Não vim ali pra isso mais com certeza aquele não era meu dia e a gente ia brigar também.
- Meu Deus! - Ela disse assim que encostou a porta. - Quase morri agora. - Veio me abraçar e eu não retribui morrendo de raiva dela não ter empurrado o amigo. 
- O que foi dessa vez? - Ela falou me olhando nervosa. 
- Foi que o seu amiguinho que você colocou pra dentro da nossa casa estava passando a mão na sua bunda. 
- O Lucas?!
- Então ele chama Lucas… - Cruzei os braços. 
- Você não vai começar de novo né? Ele não estava passando a mão em nada. 
- Estava sim. Eu vi. - Apontei pra mim e elevei o tom. - Vai negar de novo?!
- Você é um idiota. 
- Você está me fazendo, isso sim! - Passei a mão pelo cabelo. Não sabia o que estava acontecendo, a cena me deixou transtornado. - Da última vez disse que não era nada e era sim! 
- Você fica louco com ciúmes, doente! 
- Por que não contou de uma vez pra eles o que somos? Por que quer ficar com ele? - Acusei e me arrependi na mesma hora. 
Levei um tapa bem forte no rosto, e assustei. 
- Você ficou louca? Viro as costas e você coloca seus amigos pra cá e eu que apanhou ainda? - Falei alterado. - Eu não acredito que ainda vim te dar uma boa notícia! 
- Cala sua boca! - Ela gritou. - Cansei de você achar que pode mandar em mim. - Ela apontou o dedo pra minha. - Você não tem direito de cobrar nada de mim, enquanto estiver casado! 
- E o que voce vai fazer? - Gritei de volta. - É uma criança, cai no papo de qualquer um. Devia me agradecer de nao deixar!
- Inclusive cai no seu! - Ela disse começando a chorar. 
- Eu cuido de você aqui nessa merda! 
- Pois eu não preciso mais dos seus cuidados, engole eles! - Ela jogou a almofada em mim e me deu as costas indo pra sala de TV, mas eu segui ela. 
- E o que você vai fazer sem eles? - Ri atrás dela. - Voltar pra casa do papai? 
- Eu não preciso de você Luan. 
- Precisa sim! - Gritei. - Eu que trouxe pra cá, eu que pago a sua escola, eu que comprei esse apartamento, e eu fico preocupado o tempo todo com você. O que vai fazer sem mim Liz? Voltar pra casa do papai? - Debochei. - Você precisa de mim sim! 
- Você que pensa. - Ela me peitou, pela primeira vez. - Eu tomei minhas decisões, eu posso dizer o que eu quero ou não, e quanto a dinheiro meu amor, meu pai pode me dar tudo isso, mas também não preciso do dinheiro dele. 
- É mesmo? Vai fazer o que? Trabalhar? - Apontei o dedo pra ela. - Só por que vive sozinha acha que sabe se virar, mas não passa de uma menina. - Falei bem pausadamente. 
- Isso é o que você pensa! - Ela fez o mesmo. - Mas você é o único que não enxerga. Eu deixei de ser uma menina a muito tempo. - Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas, mas bem decididos e cheios tá raiva, e saiu batendo à porta do nosso quarto. 
Sentei no sofá passando as mãos pelos rosto e tentando entender em como tinha se transformado em tudo isso. À medida que fui me acalmando eu fui caindo em mim. Liz me deixava louco só de saber que podia perder ela. Ficava fora de mim. Pensei em falar com elas mas com as coisas que tinha dito, não adiantaria. Talvez se fosse pra casa e respirasse um pouco, mas a única coisa que não faria lá era respirar.
Sai do AP decidido a dar uma volta e quando a poeira abaixar eu voltava. Foi o que eu fiz. Fiquei dando voltas pela cidade por mais ou menos uma hora e meia e decidi voltar. 
Assim que bati na porta, ela estava entreaberta e eu entrei chamando por Liz, mas ela não respondeu. Fui até o quarto e estava tudo revirado. Tudo! Abri os armários do closet e muita coisa não estava mais ali. Desesperado liguei pro porteiro e fui avisado que um carro veio buscar ela e entrou na garagem. Liguei loucamente por seu celular e não tive resposta. Sentei no sofá com as mãos na cabeça. O que eu ia fazer? 
Depois de chorar de desespero, comecei a imaginar ela perdida e sozinha, gente ruim maltratando a minha menina e tudo mais de ruim. Nem preciso dizer que me senti mal. Eu nem senti horrivel. Estava desesperado. 
Peguei o carro e sai procurando por ela na rua, mas eu sabia que era inútil já que ela tinha saído de carro. Não sabia por onde começar e lotei o celular dela de mensagens, sem resposta, aliás, ela nem leu. Meu coração batia forte e foi dessa maneira que passei a noite na rua procurando por ela. 
Lá pelas 03h30 meu celular conecta tocar e atendi achando ser ela. Não conseguia segurar as lágrimas mais. 
- Luan, onde você está? - Meu pai perguntou meio sonolento. 
- Não sei. - Disse sincero e parei o carro. 
Tinha rodado a cidade toda, numa busca inútil. 
- Paula está preocupada, você não atende ela, o que esta acontecendo? 
- Estou bem, só me deixa sozinho. 
Desliguei e abaixei a cabeça chorando no volante. 
- Se acontecer algo com ela eu não vou me perdoar. - Disse. - Eu não vou. 
Era quase de manhã quando voltei pro AP pra procurar algo que pudesse me dar algum telefone pra ligar ao algo do tipo, mas não achei e acabei cochilando. 
Acordei quase na hora do almoço achando que tudo tinha sido um sonho e buscando ela pela casa, mas nada ainda. Liguei pro Marquinhos, talvez ele soubesse de algo. 
- A Liz sumiu. 
- É a segunda vez que você fala isso 
- Mas agora é de verdade. - Passei a mão pelo rosto e expliquei tudo. 
- Você é um idiota. 
- Não me ajudou boi. 
- Você ligou pros pais dela? 
- Ah claro, vou ligar e dizer: “Liz está aí, por que eu perdi ela em São Paulo.”.
- Não, melhor deixar quieto. - Respirei fundo. 
- O que eu faço? 
- Não sei cara. 
- Ela é uma menina, pode acontecer algo e… 
- Luan, Liz não é uma menina. Você acha que uma menina viria pra SP sozinha? Enfrentaria tudo isso? - Chorei. - Você não trouxe uma menina, trouxe uma mulher. E enquanto você não abrir os olhos pra isso, vai ficar parado no relacionamento de vocês. 
- Mas eu cuido dela e… 
- Cuidado é uma coisa, e isso que você tem com ela é lindo. Mas você pode continuar com isso assumindo pra você mesmo que ela é uma mulher. Você não é um ditador. 
- Você acha que ela me perdoa? 
- É claro que sim, ela te ama. 
- Eu não sei por onde começar. 
- Começa pelo que você devia ter feito faz tempo. 
- Mas… 
- Ela sabe o que faz, deve estar na casa de algum amigo. Ela vai ficar bem. Faz sua parte agora. 
Assine que desliguei, meu celular tocou pela milésima vez com meu pai na linha. Não atendi, e fui diretor-presidente casa fazendo meu discurso já, mas assim que cheguei tive uma surpresa. 
Paula pulou no meu pescoço e me abraçou, me assustando. 
- Luan, você está horrível. O de passou a noite meu Deus? 
- A gente pode conversar? - Disse vendo que meus pais estavam ali. 
- O que houve? 
- Quero falar com você agora. - Disse firme e subi depois de cumprimentar meus pais. 
- O que foi? - Ela pegava no meu rosto. - Eu fiquei tão preocupada. 
- Me solta. - Puxei sua mão e ela me olhou sem entender. - Eu vi o que você fez Paula, e pra mim já deu. 
- O que?
- Eu vi você furando as camisinhas… - Falei. - Eu não quero um bebê. Eu tenho outra, eu sempre tive, você sabe disso. E eu amo ela, e não queria te magoar, mas você tentou me dar um golpe pra me segurar, e… Eu quero me separar. 

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Aleluia!

sábado, 28 de novembro de 2015

47º - Você se apaixonou por ela.

Mais uma semana acabou passando e eu me senti bem mal. Marquinhos não me atendia e faltou a reunião que disse que ia comigo no estúdio pro novo repertório. Liz me perguntou dele, mas eu não soube o que dizer, o que abalou a gente um pouco. Eu por outro lado, estava tentando pensar em como acabar com tudo. Tinha que planejar bem, não queria que ela saísse mais magoada que o necessário. Só que não ia conseguir passar por isso sem a pessoa que mais me ajudou. Também havia perdido a chave do apartamento, e nem contei pra Liz pra ela não ficar sismada e preocupada, eu ia dar um jeito de achar. 
Sai de casa mais cedo numa terça-feira, disse pra Paula que precisava ir atrás dele me acertar com ele, alegando que era besteira nossa. Passei na casa da Liz, e contei o que ia fazer que ia me afastar de SP por uns dois dias. 
- Não, eu prefiro mesmo que vá. - Ele disse beijando meu rosto.
- Eu vou poder falar com você sempre pequena, só vou ter cuidado com meus pais. 
- Não se preocupe, vou ficar bem. - Ela sorriu e beijou meu rosto. - Não pode se atrasar. 
Peguei um voo comercial mesmo com meus pais e a Bruna, que por algum milagre não tinha nada da faculdade pra fazer. A gente ia ver os parentes, e ficaríamos no nosso apartamento na cidade, então eu só precisaria ir atrás do Marquinhos. 
Assim que chegamos alugamos um carro. Deixei meus pais na casa dos familiares e segui sozinho, Sines reclamações da minha mãe, mas meu pai em ajudou a fazer ela entender. Fui até sua casa, e descobri que ele estava lá. 
- Oi tia! - Beijei seu rosto. 
- Oi meu querido. - Ela me abracou. - Você está mais bonito, engordou. - Sorriu me apertando. 
- Isso é mesmo um elogio? - Ri. 
- Claro que sim, está sendo bem cuidado ué, comendo direitinho. A esposa está cuidando bem? 
Comecei a rir. 
- Está sim tia. - Mal ela sabia que eu comia em duas casas. - Marquinhos está aí? 
- Lá no quarto dele, não sai mais de lá. Uma chatice.
- Mais por que? - Perguntei. 
- Não sei meu filho, desde que voltou da sua casa. 
- Posso subir?
- Precisa pedir? 
Dei um beijo nela e sai correndo. Bati na porta do seu quarto e ele gritou que podia entrar. Estava deitado, mexendo no celular.
- Luan? - Levantou assustado. 
- Você não me atendeu. - Sentei na cama dele. - Decidi vir. 
Ele começou a fitar a parede e eu saquei tudo pelo seu olhar. Conhecia bem demais ele, meu amigo à tanto anos. Tomei coragem pra falar e respirei fundo. 
- Você se apaixonou por ela. 
- Desculpa Luan. - Ele abaixou a cabeça e passei a mão no cabelo. - Eu sinto muito. Não foi se pudesse evitar ou quisesse isso, é claro que não queria. Ela é louca por você, eu via isso todos os dias, quando você não ia, ela ficava triste. - Ele sorriu fraco. - Mas eu nunca tentei nada, nunca desrespeitei você ou ela. Só queria fazer ela se distrair, se sentir melhor. 
- E o que vai fazer agora? - Perguntei meio sem saber como lidar com aquilo. 
- Eu não vou mais dormir lá. 
- Não vai mais pra SP? 
- Não sei ainda, mas se for, não vou lá. Acho melhor. 
- Ela vai ficar triste, ela gosta de você boi. 
- Eu sei, mas acho que é melhor agora. Por enquanto. 
- A escolha é sua, eu não me importo. - Disse sincero.
- Não conte pra ela. 
- Não, não conto. Tudo bem assim por mim. Mas não quero perder sua amizade. 
- Não vai. - Nós abraçamos. - É agora cara, o que você vai fazer? 
- Me separar. Só não sei por onde começar. E preciso da sua ajuda
- Vamos elaborar então. - Ele disse rindo e começamos a traçar as coisas que eu precisava fazer. 

Paula POV. 

Luan tinha viajado novamente e fiquei sozinha pela noite. Sentia falta dela, e também estava sismada com a chave, que ainda estava comigo e ele pareceu não sentir falta. Só estava feliz por dessa vez ele estar com os pais e saber que ele não estava aprontando. Uma amiga me ligou e me convidou pra jantar em seu apartamento e eu decidi ir. Me arrumei e sai de casa mais cedo que o combinado pra não pegar o trânsito. Ela era casada, mas o marido estava viajando a trabalho também e ficamos conversando por um tempo. Quando estava saindo de lá, me despedindo dela, bem de frente com a porta dela, vi Liz, a menina do Luan, tentando entrar na porta levando alguns livros na mão. Parei a conversa, assustada, o que ela fazia ali? Então ela derrubou dois ou três deles e eu sai pra ajudar e tentar falar com ela. 
- Deixa que eu te ajudo. - Disse pegando e colocando em cima de sua pilha novamente. 
Assim que ela me olhou, parecia ter visto um fantasma. 
- Liz? 
- Oi. - Ela disse sem muita reação. 
- O que faz aqui? - Perguntei sem esconder a curiosidade. 
- Eu estou de férias. - Ela sorriu fraco. - Vim visitar minha tia. Preciso ir, tchau. - Entrou correndo e logo fechou a porta me deixando sem saber o que pensar. 
- O que foi? - Lorena, a minha amiga, questionou com ar de curiosidade.
- O que sabe sobre ela? - Perguntei voltando pra sua porta. 
- Ela mora aí, não entendi essa história da tia. - Lorena deu de ombros. 
- Sozinha? 
- Parece novinha né? - Ela comentou. - Ela me disse que é maior já, que veio estudar, e que o namorado mora em SP, que vem ficar com ela sempre. 
- Namorado? - Um alarme se acendeu na minha cabeça. 
- É, foi o que ela disse, mas nunca vi ninguém. Escuto vozes às vezes, abrindo a porta, masculina, mas nunca vi ele. Às vezes até dois homens conversnando. E como só tem ela nesse andar comigo. - Ela me olhou. - O que você está pensando? 
- É uma amiga do Luan, e ele não comentou comigo, só isso. 
- Ela é bem discreta, quase não se escuta nada. 
- Ele não deve saber, é isso. - Disse e abri um sorriso falso e me despedi dela. 
Não sei como não bati o carro. Fui embora pra casa sismada, e me joguei no sofá começando a chorar. Era isso que ele fazia, era isso. Peguei a chave e analisei. Não havia como ele não saber que a menina estava em SP, e ele estava estranho, saia muito. Tinha a chave também. É claro que ele que era seu namorado. Não conseguia acreditar no tamanho da coisa: trazer uma menina menor pra ser sua amante em São Paulo. Eu sabia que seus pais tinham dinheiro no Rio de Janeiro, mas ter um apartamento, na cobertura, naquele prédio, no bairro do escritório era coincidência demais. Me sentia enganada, mas idiota ao mesmo tempo. Eu sempre soube que ele amava ela é aceitei tudo aquilo. Não sabia o que fazer, só sabia que não queria perder ele, e já sabia o que faria.

Luan POV. 

Liz me ligou meio assustada, durante a madrugada, mas disse que preferia falar comigo pessoalmente. Acalmei ela pelo telefone e voltei a beber com meu amigo num churrasco na casa do meu tio. Eu iria embora no dia seguinte pelo fim da tarde, mas resolvi adiantar pelo começo. 
Paula não me ligou, o que achei estranho mas por um lado agradeci. Usei aquele tempo pra me distrair com a minha família, e no dia seguinte daria início à tudo. Só não imaginava que dá forma que tudo ocorreria. 

Cheguei em casa antes e meus pais me deixaram lá, sem avisar Paula que devia estar no serviço. Entrei em silêncio e aumentei mais ainda quando vi sua bolsa sobre o sofá e os sapatos na sala. Tirei o meu é deixei minha mala ali, subi sem fazer barulho. Era quase noite e era estranho ela ali essa hora e queria saber o que fazia. A porta do quarto estava entre aberta, e olhei pela fresta sem que ela me visse. Ela estava com a gaveta que eu guardava os preservativos aberta e furando um por um com uma agulha. Quase não acreditei quando vi aquilo e lembrei na horas do que Liz dizia. Ela já devia saber e faria de tudo pra me segurar. Pensei em entrar e falar com ela, mas fiquei tão nervoso que sai. Ela podia estar fazendo isso a muito tempo, mas me aliviei quando percebi que ia perceber. Então virei as costas, peguei um chinelo na minha bolsa e sai com o carro em direção à casa da minha princesa. Esse casamento não passaria daquele dia, mas eu precisava falar com ela antes. Queria fazer tudo com calma e não de cabeça cheia. Liz me acalmaria. Só ela conseguia isso. 
Subi pro apartamento meio nervoso pela garagem. Eu estava nervoso, colocava a mão na cabeça, mexia no cabelo. Assine eu cheguei ao andar, me surpreendi com a porta aberta, mas era bom já que a minha chave devia estar com Paula. Entrei rápido e fechei atrás de mim, e  usando via virar e chamar por Liz dei de cara com oito olhos arregalados na minha direção. Eram dois meninos e duas meninas, e então Liz apareceu atrás de boca aberta. 
Só consegui pensar: ferrou.

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Tem muitas coisas com as horas contadas! haha 
Quero muito saber o que acharam...
Amanhã vou fazer uma prova traumática, então caprichem pra mim ficar feliz! hahah

46º - Você vai se separar ou não?

Assim que entrei no quarto ela entrou atrás de mim, fechando a porta e cruzando os braços. 
- Você pirou? 
- Eu né Liz, estou sendo feito de trouxa aqui nessa casa. - Acusei nervoso, sem nem saber o que pensar. 
- Luan! - Ela acusou. 
- É isso mesmo. 
- Que besteira da sua cabeça, mas você acha que pode chegar aqui e dar ataque essa hora da noite? Depois de tudo que aconteceu aqui a tarde? - Ela me deu uma bronca já bem nervosa. - Você é um idiota, isso sim. Achar que eu ia te trair com ele é demais Luan, sem comentários. 
- Já chega Liz. - Falei. - É claro que eu não achei isso. - Menti. - Mas você é uma criança, não está vendo, ele está dando em cima de você e você não vê. 
- Ele é seu amigo a anos Luan. - Ela dizia como se aquilo fosse um absurdo. 
- Faz tempo já que estou vendo os olhares, os elogios, essas coisas. Eu não sou tonto. E ele não é casado e… - Comecei a me defender gaguejando. 
- Acho que já deu né Luan, melhor você parar. - Ela falou séria. - Você me conhece. E a culpa dele não ser casado não é dele né… Ou melhor: a culpa de você ser casado é só sua. 
- Eu sei. - Falei sentando e mexendo na mão. - Mas não é loucura minha Liz, vocês estão muito amigos, ele está a fim de você e é meu amigo. - Já voltei a elevar a voz. - Ele dorme aqui, nessa casa. Direto. Você pode se apaixonar por ele, e como eu fico? Ele não entra mais aqui, você entendeu?
Ela abriu a boca chocada com o que tinha acabado de falar.
- Pra mim já deu. Eu vou pegar minhas coisas e voltar pra casa. Eu ligo pros meus pais, eles não vão me virar as costas. - Ela falou limpando as lágrimas e entrou no closet.
- O que? - Falei pensando melhor e de repente me senti sem chão. 
Ela não podia me deixar, não por aquilo. De repente aquilo parecia tão impossível, tão absurdo. 
- Liz, amor, não… - Ela pegava algumas coisas no armário e eu me senti um monstro quando vi minha meninas chorando. 
- Me larga Luan. - Ela puxou seu braço de mim. 
- Me desculpa, meu Deus, que idiota o que eu fiz! - Levei a mão cabeça. - Você não pode me deixar por isso... - Supliquei, 
- Você se ouviu Luan? - Ela parou o que fazia e me olhou. 
- Eu fiquei com ciúmes, por causa da nossa briga mais cedo. Mas não era pra ser tudo isso, eu vim aqui me desculpar, não brigar mais, está errado isso. - Abracei ela, mas não fui retribuído. - Eu te amo, não sei o que faria se você for embora. 
- Foi ridículo isso que você fez, ele estava tentando me alegrar por que você me deixou aqui chorando. 
- Me desculpa, por favor. Por tudo. 
- Desculpo Luan. - Ela disse ainda sem me abraçar.
- Você não vai embora né? 
- Não, mas você vai resolver isso. Vai se separar dela e pedir desculpas por Marquinhos. - Respirei fundo. 
- Amor, ele está realmente dando em cima de você. 
- Luan… - Ela me acusou. 
- Tudo bem, eu falo com ele enquanto você arruma essa bagunça que você fez. - Disse apontando pra mala. - Onde já se viu pensar que vai escapar de mim assim? - Peguei em seu cabelo e virei seu rosto pra mim, mas ela desviou e não me deixou beija-la. 
- Você vai se separar ou não? 
- Me dá um um. Um mês e eu resolvo isso. 
- Já esperei 6 meses. - Ela me olhou bem 
- Só mais um, e então vou fazer tudo da maneira certa. Eu devia ter te contado, sobre as decisões, mas eu não queria te magoar. Me desculpa. 
- Você vai me esconder mais coisas? 
- Não, eu juro.
- E seu amigo? 
- Vou agora mesmo lá. 
- Então vai antes que eu me arrependa. 
Beijei seu rosto e ela riu, mas sai correndo pra fora do quarto esperando que ela não fosse embora mesmo. 
No caminho até a sala pensei em como ela me fazia ser uma pessoa melhor. Liz sempre jurou que eu era o melhor que aconteceu na sua vida, mas a verdade era que ela era minha salvação. Ela me fazia sentir vivo, ela me fazia praticamente ajoelhar por desculpas, segundos depois de uma crise de ciúmes. Antes de conhecer ela, eu fiquei me perguntando se algo do tipo seria provável, e com certeza não. Ela podia me fazer voltar atrás e ver que estava errado, o que pra alguém teimoso como eu era uma coisa bem complicada. Liz era perfeita, e eu era tão louco por ela que sabia que se algo desse errado, eu estaria na pior. Dizer que não viveria em ela não era drástico. 

Assim que cheguei à sala dei de cara com ela vazia. Comecei a procurar meu amigo pela casa e só fui encontrar no “quarto dele”. Bati na porta e o encontrei fazendo as malas. 
- Já estou indo Luan. Eu não queria causar… - Ele disse de costas. 
- Posso falar com você? 
- Claro. - Ele se virou e eu entrei e fechei a porta.
- Quero pedir desculpas. 
- A culpa não foi da Liz, não precisa brigar com ela. Ela só tem você aqui. - Ele disse. - Eu sabia que você era ciumento, e mesmo assim eu… Eu só me aproximei por que me sentia mal de ver ela sozinha aqui. E eu estava só tentando alegrar ela. 
- Não precisa me explicar, eu entendi. - Afirmei. - Eu fui um idiota. - Suspirei sentando na cama. - Eu estava enciumado por que a gente brigou hoje à tarde. Ela te falou? 
- Não. - Ele se sentou. 
- Ela me contou sobre a Paula. 
- Eu disse que você devia ter falado com ela já. 
- Eu sei. Mas… - Suspirei. - Eu fiquei nervoso, deixei ela aqui sozinha, me senti muito mal e decidi voltar. Dai encontro vocês juntos… Você sabe, como eu sou possessivo. 
- Eu sei, mas quando essa menina, você é muito. Nunca te vi assim cara. 
- Eu sei. E então eu pensei: “ele não é casado e bem…”.
- Ela é louca por você e eu… 
- Eu sei cara, eu fui um idiota, sério. Me desculpa. Não precisa ir embora. 
- Eu vou amanhã pela manhã, já estava combinado. E está tudo bem. E vocês? 
- Ela ameaçou ir embora e eu cai em mim. 
- Mas ela não vai não é? 
- Não por enquanto. 
- Você não pode perder ela. 
- Eu vou me separar. 
- Espero que sim, Liz é incrível. E vai ser uma esposa maravilhosa pra você. 
- Sério que você acha? - Sorri. - Eu também. Quero me casar com ela. 
- Eu não duvidei disso. 
- Vou passar a noite aqui hoje. - Disse. - Vamos fazer algo? 
- Não, eu tenho que levantar cedo. - Ele fez cara feia e me levantei. - Fica com a Liz e se acerte com ela. 
- Boa noite. 
- Boa noite Luan. 

Voltei por quarto e Liz tomava banho. Fiquei esperando ela, que demorou um pouco. Ela me abraçou de lado e ficou sem falar muita coisa, só fitando o teto. 
- Ainda está brava? 
- Chateada. 
- Eu sinto muito por tudo que fiz hoje. 
- Só cumpre suas promessas por favor. 
Nós dois ficamos deitados por muito tempo, até dormir, sem muitas palavras. Era um silêncio perturbador, ma no dia seguinte acordamos normalmente, só que Marquinhos já havia ido sem se despedir. 

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Desculpa a demora gente. Eu me atrasei pra escrever. haha 
Iniciamos agora uma fase de bastante ação, e preciso saber se estão gostando da maneira que as coisas estão sendo narradas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

45º - Devia era gostar de alguém que não liga de enfrentar o mundo por mim.

O tempo passou rápido. Eu me acertei com Paula e estava bem com Liz. Não tinha falado com ela sobre o problema da separação, mas ainda estava analisando e vendo, e por incrível que pareça ela não me cobrou nada. Eu me sentia bem com isso, apesar de que cada vez que ela citava o casamento eu ficava nervoso. 
Estava meio enciumado com o Marquinhos também. Os dois estavam sempre bem próximos pro meu gosto, mas eu parecia tão idiota com isso que nem me pronunciei. 
Dois meses depois da briga com Paula eu iria pro Rio de Janeiro e decidi levar a Liz. Agradeço aos céus a única equipe que ia comigo conhecer a Liz. Roberval ficou meio no canto dele novamente, mas não se pronunciou. Paula fez que queria ir e eu acabei falando que o Marquinhos ia, que a gente ia se divertir e só ia ter homem, então ela foi pra chácara com meus pais, e eu acabei obrigado a chamar o meu amigo.
Nem preciso dizer que ela estava louca pra ver eles. Foi o caminho todo tagarelando e já que eu estava cansado, quem lhe dava atenção era ora Marquinhos e ora Rober, bem pouco ate, estavam sem graça, mas conversavam. E eu fiquei no meu canto vendo Marquinhos secar minha menina com os olhos pelas suas pernas, disfarçando o máximo, mas eu era um pouco esperto. De repente, começou a elogiar ela, o que me deixou ainda mais sismado. 
- Olha que cabelo lindo Rober!- Cheirou o cabelo dela, que riu tímida. - Ainda é cheiroso. 
Tenho certeza que se me olhasse ele ia parar na hora de tanta cara feia que eu fazia. 
- Essas pernas de fora também. - Comentou e eu virei a cara olhando pra janela já sem um pingo de paciência. 
Quis até falar algo, mas não queria arrumar briga a toa e nem que Liz ficasse com raiva justo no fim de semana mais importante para ela. 
Fazia quase 6 meses que a gente estava em SP e que ela não via eles. Fiz questão de levar ela até a porta de sua casa e subir com ela. Assim que fomos recebidos pelo seu pai, eles se abraçaram forte e depois ele ficou só me olhando, e me chamou pra entrar, mas eu sabia que era só por educação e pra filha voltar mais vezes. 
- Não, eu… Vim trazer ela pro senhor ver que eu cuido muito bem dela. - Disse meio sem graça e ela me olhou sorrindo. - Eu vou indo, e mais tarde eu passo pra pegar ela… Vou só gravar um programa. 
- Eu achei que… - Ele ia protestar.
- Pai, vamos precisar ir embora hoje, mas eu volto com mais tempo. - Ela explicou com jeitinho deitando a cabeça e ele sorriu novamente abraçando ela e eu fui embora pro hotel dormir um pouco.

Liz POV. 

Luan me deixou em casa e saiu. Minha mãe apareceu logo em seguida, me abraçou muito forte e acariciando meu rosto ficou por um tempo, e olhou feio pro meu pai. 
- Não acredito que não chamou ele pra entrar… 
- Não mãe, papai chamou, mas ele está cansado, trabalhou pela noite. Foi dormir um pouco. 
- Oh filha… -Ela me abraçou de novo. - Vem, tem o bolo que você adora. 
Fomos pra cozinha e ficamos conversando por um tempo. Eles queria saber tudo sobre SP e perguntaram muita coisa. 
- Filha, se ele brigar ou algo do tipo… - Meu pai já saiu avisando. 
- Pai, Luan não briga comigo, ele é um amor, sério, não precisam ficar preocupados. 
- E o casamento dele? 
- Ele vai separar pai, mas está vendo as coisas ainda, é complicado, mas a gente está feliz. 
- E você fica sozinha… 
- É bem seguro, e ele está sempre lá também, às vezes até dorme. - Disse comendo o bolo. - Tirei ótimas notas, ele pega muito no meu pé pra isso. 
- Se cuida filha… - Minha mãe pediu. 
- Vou ficar bem mãe, serio. 
Quase de noite meus amigos foram lá assistir um filme, mas acabamos conversando e não vendo nada. Bia não me largou um minutos e eles queria saber de tudo sobre SP e a escola nova. 
- Estou feliz. - Disse no fim, e prometi voltar. 
Luan não demorou pra me buscar depois que eles saíram. Ia chegar no fim da noite e ele ia fazer um show numa casa noturna perto de SP e estava meio atrasado. 
Me despedi dos meus pais com tristeza, e com vontade de voltar logo, mas estava feliz e era isso que importava. 

Paula POV.

Luan tinha ido pro Rio mas não ia ficar muito lá, então agradeci por isso. Eu sabia que ele tinha uma ligação muito forte com aquela menina então resolvi voltar de Londrina antes e acompanhar ele até a cidade próxima. Combinei de esperar por ele no aeroporto, mas ele pediu pra mim ficar em casa que Claudio ia me pegar e levar direto pra cidade e ele me encontraria lá. 
Estava me arrumando e ligaram pra levar um gravata específica pra ele. Quando estava quase pronta, fui pegar o acessório e vasculhando a gaveta em busca, eu achei uma chave meio escondida entre os itens. É claro que estranhei no mesmo momentos. Todas as chaves dele ficavam no chaveiro do carro, e as reservas guardadas numa caixa. Eu mesmo colocava lá. Minha mente começou buscar um local que pudesse ser aberto com aquilo e eu não achei. Ele andava diferente a muito tempo, e não era um marido normal, a gente quase nem se via direito, mas ele tinha começado a ficar mais em casa, então eu tinha ficado mais sossegada. Mas Só que precisa descobrir aquilo, então guardei ela pra mim na minha bolsa, bem escondida. 

Luan POV. 

Tive que deixar a Liz em casa e o Marquinho foi junto, o que me deixou um pouco irritado e chateado. Eles pegaram um táxi e eu fui pro show, onde Paula estava me esperando por  uma força divina, já que eu consegui distrair ela é convencer a esperar no local do show. Ela me recebeu com um beijo e um abraço, e eu retribui com carinho pra ela não ficar sismada, já que eu estava sendo um idiota com ela, que não tinha nada haver com isso. Estava estranha, me analisando o tempo todo, me cuidando, e eu tratei de tomar cuidado com telefonemas de Liz e qualquer outra coisa do tipo diante da sua atenção aguçada. 
- Amor, me deixa te ajudar. - Ela disse vindo em minha direção com a gravata e me ajudou, ficou o tempo comigo. 
Havia imprensa lá, que se esbaldaram de fotos nossas, coisa que eles amavam só pelo fato de ela nunca estar comigo e suspeitaram do nosso casamento surpresa, coisa que eu adoraria ser de mentira pra não estar nessa situação agora, mas não era dessa maneira. 
Depois que o show acabou voltamos pra casa. Eu queria me jogar Da ponte quando lembrei que Liz estava dormindo lindamente sozinha naquela cama gigante e meu amigo estava com ela no AP, enquanto eu estava indo pra casa. Como se pudesse ler meus pensamentos, Paula perguntou dele. 
- Ele não estava com você?
- Pegou um táxi no aero até a casa de um amigo, vai ir pra casa amanhã. 
- Ah sim… - Ela disse voltando a olhar a janela enquanto colocava os pés sobre meu colo, cansada. 

Já era segunda-feira num piscar de olhos e eu acordei com Paula levantando pra ir ao serviço. Estava sonolento, mas assim que ela saiu resolvi tomar um banho, levantar e ir ver Liz.
Dirigi quase dormindo, e então lembrei que ela estava na escola fazendo provas e chegaria um pouco mais cedo. Abri a porta e dei de cara com Marquinhos já de pé. 
- Nossa cara, caiu da cama? - Ele perguntou. 
- Vim dormir com Liz, mas lembrei que ela foi pra escola. 
- Ele vai voltar logo não vai? 
- Vai, então vou me jogar aqui na cama e ficar pra sempre. - Rimos. 
- Eu volto à noite, e vou embora de manhã amanhã. 
- Beleza.
Ele saiu apressado e nem lembrei de perguntar pra onde e voltei a dormir. Só fui acordar com Liz deitando ao meu lado um pouco mais tarde.
- Bom dia neném. 
- Bom dia amor. - Passei meu braço por cima dela e apertei. - Vamos dormir mais? 
- O quanto você quiser. - Respondi rindo e beijei seu rosto. 
Voltamos a dormir e mais tarde acordamos e pedimos nosso almoço. Ficamos juntos à tarde inteira. 
- Como você consegue ser tão linda até cozinhando? - Perguntei apaixonado enquanto “ajudava” ela a fazer cookies. 
- Você não cansa de me deixar sem graça amor. - Ela falou sorrindo virando a massa. 
- Ainda me conquista pela barriga. 
Ela gargalhou e eu abracei por trás. 
- Vou te colocar pra fora se ficar me atrapalhando. - Ela disse quase seria. 
- Amor! - Reclamei enquanto ela já quase colocava no forno.
Ouvimos meu nome na TV da sala e depois de olhar um pra cara do outro saímos correndo rindo. Ela amava me ver na TV, mas fiquei meio sem graça quando cheguei. Estava passando um programa de fofocas de tarde e mostrou eu no show que Paula foi junto e na hora lembrei da entrevista. 
- Ah, não é nada. - Puxei seu braço. - Vem. 
- Quero ver amor. - Ela se sentou e eu fiquei esperando a minha morte em pé mesmo. 
Então ela chegou em forma de Paula , que foi chamada no meio da entrevista e perguntada sobre filhos, saiu falando que a gente estava pensando. Quem estava pensando? Ela? Da até pra ver a minha cara de desespero na reportagem. 
- Nossa, pensando? - Liz perguntou com uma cara irônica. 
- Não amor, ela só disse por não saber o que falar. - Fui abraçar ela 
- Que se dane Luan. - Ela me empurrou. - Sabe de uma coisa? Faz quase 6 meses que eu estou aqui e se agora você estava “analisando”. Estou cansada já. - Ela já quis começar a chorar, bem fragil. - Não vim pra cá pra isso, e o que você está fazendo é me enganar. 
- Liz, não é assim. - Falei gaguejando. - Eu amo você. 
- Eu também, e Paula também. Será que você não percebe que de amor sua vida está cheia? - Ela falou limpando as lágrimas. 
- Eu tinha que ter te falado antes, mas eu vi, eu analisei, e achei melhor… 
- Ficar com ela e não me comunicar disso. - Ela disse cruzando os braços. 
- Só mais um pouco amor… - Pedi suplicando. 
- Até ela engravidar? - Seus olhos ferviam. - Essa mulher é louca por você e vai fazer de tudo pra te segurar. 
- Eu não vou deixar. 
- Então se separa. 
- Tem muita coisa em jogo, você tem que entender. Você logo faz 18 e… 
- É, pra você ver, eu enfrentei coisas por você e você tem que me esperar fazer 18 mesmo emancipada, sou muito burra mesmo! Devia era gostar de alguém que não liga de enfrentar o mundo por mim. - Ela disse brava e saiu se trancando no quarto. 
Chutei o pé do sofá com força, de tanta raiva. Eu sabia que ela estava certa e não consegui encontrar um motivo pra ter entrado nesse buraco que eu estou. Era quase 17h30 e decidi voltar pra casa, deixar ela esfriar a cabeça e tudo mais. Não quero perder Liz, e precisava fazer algo, mas primeiro tinha que pensar em algo. 
Quando cheguei em casa recebi uma mensagem de Liz dizendo que faria um plantão no lugar de uma amiga e não voltaria pra casa. Eu fiquei meio mal até, por que não queria ficar tentando a voltar ao AP, então fui até a casa dos meus pais. Jantei por lá e recebi muitos mimos da minha mãe que me achou com uma cara abatida. Quando estava voltando pra casa às 21h00, eu decidi que não queria dormir sozinha, e nem com Paula. Eu queria dormir onde eu devia dormir todas as noites, e não podia ficar brigado com ela. 
Não demorou muito pra chegar ao AP e entrei todo sorridente. Ouvi sua risada gostosa na sala e fui até lá. Meu sangue ferveu quando vi Liz nas costas do Marquinhos, como criança que brinca de cavalinho. Fiquei louco de ciúmes. Ele gargalhava, sorria, e no exato momento me lembrei de suas palavras mais cedo. “Devia era gostar de alguém que não liga de enfrentar o mundo por mim.” 
- Liz! - Chamei bem alto e minha voz denunciou meus sentimentos. - Se você acha que vai ficar me vingando agora, está enganada. 
- Do que você está falando Luan? - O idiota perguntou. 
- Você cala a sua boca! - Apontei o dedo nervoso. - Você acha que eu não percebo né? Mas depois eu cuido de você. - Olhei muito feio e segui pro quarto chamando ela. 

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Obrigado pelos comentários de melhoras, me senti muito bem quando vi... Foi só uma gripe que me derrubou um pouco, mas acho que já estou melhor. Obrigado mesmo viu? Sobre a fanfic, vai ter bastante reviravoltas agora. Estamos conhecendo um Luan diferente dos 44 capítulos passados, e em breve, atitudes vão ser tomadas a força, ele querendo ou não... Hahah

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

44º - Cansei.

Paula POV. 

Cheguei em casa do serviço um pouco atrasada e a empregada já devia ter ido embora. Chamei Luan, e como não tive resposta, sai procurando por ele. Depois de olhar todos os possíveis cômodos e não encontrar, liguei pro celular e estava desligado. Fui ficando bem irritada com aquilo, ele nunca estava em casa e nem parecia ser meu marido. Liguei então pra casa da Mari, mas ele também não estava lá e sabia que não tinha nada no escritório. Estava com fome, então procurei algo pra comer depois de tomar um banho e fiquei assistindo TV pronta pra arrancar a cabeça dele fora. 

Luan POV. 

Assim que abri os olho sonolento me dei conta que estava no meu quarto e da Liz, que dormia como um anjo nos meus braços. 
Olhei pra janela e me bateu um desespero quando me toquei que já era noite e eu perdi a noção da hora. 
- Mas que merda. - Resmunguei baixo. - Ainda não era o momento de deixar Paula saber, ainda não podia, e estava vacilando muito com isso. 
Levantei de fininho vestindo minhas calça e minha blusa e Liz se aconchegou novamente, voltando a dormir. Antes de sair, dei um beijo em seu rosto e peguei o celular. Já tinha algumas ligações perdidas e então sai ligando pra Paula já. 
- Onde você está? - Pergunto e eu fechei os olhos.
- Sai pra dirigir e perdi a noção da hora. Me desculpa, estou voltando. 
- Bom mesmo. - Ela desligou brava e eu levei a mão na cabeça. 
- Tudo bem? - Marquinhos apareceu. 
- É a Paula. 
- Já passou da hora de você resolver isso. 
- Eu sei, mas meu pai me pressionou, não sei se posso agora. Vou acabar perdendo a Liz 
- Ela sabe disso? Por que ela me disse que… 
- Não, ainda não. - Suspirei. - Não tive coragem de contar. 
- Abre o jogo com ela. 
- Não, vou levar até onde conseguir. 
- Luan, cuidado, pra não ficar sem as duas no fim. 
- Para com isso. - Reclamei. - Vira essa boca pra lá. Vou indo já. Não conta pra Liz, deixa um beijo pra ela. Diz que amo ela. 
Ele fez uma careta e rimos, mais sai logo em direção à minha casa. Dirigi rápido a fim de evitar uma briga e reclamações dela pro meu pai. Se ele procurasse, ele ia achar e saber que eu estava escondendo a Liz, só isso, basicamente. 
Cheguei já sorrindo e olhei ela na sala. 
- Oi amor. - Disse. - Sai pra dirigir. 
- Tem nem cara de pau né… - Ela me olhou louca de raiva. - Você nunca está em casa. 
- Eu trabalho. 
- Eu saio pra ir pro consultório e você sai atrás Luan! - Ela disse. - Pra onde eu não sei! - Levantou me olhando louca de raiva. 
- Quase nunca. 
- Você sai pra vagabundear isso sim. 
- Claro que não! - Falei nervoso. 
- Deve ter uma amante em cada canto da cidade. Não fica aqui nunca, até de noite tem saído. 
- Desculpa, eu nem percebi. Isso é mentira, não tem nada Paula.
- Vou fingir que eu acredito tá bem? Arruma um quarto pra dormir que comigo você não dorme hoje. - Disse desligando a TV e subindo as escadas. 
Respirei fundo pra não perder a paciência, mas o errado era eu e não ela. 
- Para com isso? - Fui atrás. 
- Me esquece! - Ela bateu à porta do nosso quarto na minha cara e resolvi não ir discutir, estava irritado e ia acabar falando bosta pra ela. Só entrei e peguei uma roupa e sai. Tomei um banho e procurei algo pra comer, depois vi TV na sala. Liz não tinha me ligado, e estranhei, mas era até bom no momento. Sempre acabava descontando em todo mundo minha irritação, e apesar de nunca ter feito isso com ela, não queria correr o risco. 
Fiquei pensando em tudo e resolvi jogar pro alto. Iria viajar no dia seguinte e não queria ficar até a outra semana sem ver Liz, então peguei algumas coisas e fui saindo. 
- Onde você vai? - Paula apareceu. 
- Quer saber de uma coisa? - Estourei. - Cansei. Que se dane essa merda toda. - Gritei e sai batendo à porta. 
Dirigi bem irritado até Moema e quando cheguei no apartamento percebi que não era meu dia. Marquinhos havia ido embora e por mais que gritei por Liz, ela não apareceu. Era quase 23h00 e eu fiquei preocupado por ela não me avisar que ia sair. Liguei em seu celular, já bem irritado.
- Mas que porra! - Xinguei desligando, já que ela não atendia pela milésima vez. - Eu vou matar ela quando ela chegar. - Resmunguei e decidi ligar pro meu amigo. 
- Onde você está cara? - Perguntei pra ele. 
- Cheguei agora a pouco aqui, tudo bem? - Respirei fundo. - Sua voz… 
- A Liz sumiu.
- Como assim? 
- Não sei cara, eu cheguei agora aqui no AP e ela não estava mais. Ligo e ela não atende e nem me avisou que ia sair. Ela não sabe andar aqui, já mandei ela não sair, é teimosa. 
- Ela saiu com uns amigos, eu mesmo deixei ela na casa que ela foi de táxi. 
- Onde que ela foi? - Perguntei nervoso. - Vou lá buscar ela. 
- Não surta Luan. - Ele disse calmo. - Um amigo estava fazendo uma pizza, algo assim, e chamou ela. Eu estava vindo pro aeroporto e levei. E você nem devia estar aí né?
-  Briguei com a Paula. 
- Então. Fica de boa aí, ela te ama, e fica muito tempo sozinha, só queria sair um pouco. 
- Tudo bem, mas você lembra o endereço? 
- Não cara, mas é aí perto. 
- Vou tentar ligar pra ela, não pode voltar de táxi agora. 
- Só relaxa, ela vai ficar bem. 
- Obrigado cara. 

Mesmo ele falando aquilo, eu não me acalmei. Fiquei ligando e andando de um lado pro outro nervoso. Tinha pânico de acontecer algo com ela, dela estar com pessoas que eu não conhecia. E ciúmes, muito ciúmes. Eu sou louco por ela e sei que ela tem todos os motivos do mundo pra me largar. Eu não podia ficar parado vendo isso acontecer. 
Tentei me distrair, mas não adiantou. Só as 23h55 que meu celular tocou e até lá parei que nunca ia passar o tempo. 
- Você não me atendeu por que? - Perguntei logo. 
- Hey, calma. Estava longe do celular, vendo um filme.
- Com quem você está Liz? 
- Com amigos da escola. Os que eu já te falei. 
- Ia adorar saber que você ia sair. - Falei ironicamente. - Você sai assim e eu nem fico sabendo? Se acontece algo com você? 
- Foi a primeira vez. - Disse. - Eu vou pegar um táxi.
- Me passa o endereço que estou indo para te pegar. 
- Não, o Marquinhos disse que você perdeu hora, não quis te ligar por isso.
- Acontece que eu estou no AP faz horas esperando você dar notícias. - Disse já descendo de elevador. 
- A Paula brigou? 
- Sim, eu fiquei estressado. Mas agora estou indo. 
- Tudo bem, eu espero.
Ela me mandou mensagem com o endereço e fui até lá, praticamente no bairro mesmo. Fiquei no carro e ela saiu da casa, deu um abraço em um cara e veio pro carro. Entrou sorrindo e meu deu um beijo, mas eu estava meio bravo e virei um pouco o rosto.
- O que foi Luan? 
- Me irritou muito não saber onde você estava. - Disse de cara fechada dirigindo. - Eu te tirei da casa dos seus pais, você é minha responsabilidade.
- Não liguei por…
- Por que Paula tinha me ligado brava? - Perguntei. - Que se dane a Paula, ela não tem nada haver com o que tem entre a gente neném. - Disse com calma e acariciei o rosto dela, me rendendo. Eu amava ela e não sabia brigar.
- Desculpa amor… - Ela pediu com a carinha mais linda do mundo.
- Quem era aquele cara? - Abracei ela de lado e beijei sua testa. 
- O Lucas, o amigo que te disse… 
- To de olho dona… - Fingi estar bravo e ela riu.
- Então hoje você é meu?
- Só seu. - Beijei sua testa e voltei a dirigir pra nossa casa.

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

43º - Você escutou o que eu disse? M-e-n-i-n-a!

Luan POV. 

Duas semanas depois… 

Estava bem feliz. Recebi o boletim de Liz e ela havia se saído muito bem nas provas. Conversei com a diretora pelo telefone ela disse que apesar de algumas dificuldades, ela era uma das melhores da sala e tinha excelente comportamento. Ela ainda completou que Liz ia longe e com certeza no ano seguinte estava na faculdade. Fiquei mega orgulhoso e encorajei ela a ligar pros pais e contar. Eles estavam bem mais conformados com aquilo, e foi um conversa melhor que dá outra vez. Mas eu estava meio chateado por que não ia poder passar o dia com ela. Tinha coisas pra resolver no escritório e foi um dia cheio que acabou com migo no Dudu vendo o novo projeto. Bem tive tempo de pegar Marquinhos no aeroporto já que ele viria ver o estúdio comigo e depois dormiria na casa da Liz. 
Encontrei com ele lá e já ficamos um bom tempo, noite a fora. Trabalhamos muito e quando fui deixar ele no AP nem parei, já esgotado. 
- Cuida da Liz. - Falei.
- Pode deixar cara. 
Quando cheguei em casa Paula já dormia. Tomei um banho e deitei, quase quando ela estava pra levantar. Tenho confessar que não vi nada e tive que colocar o despertador pra lembrar de almoçar na casa da minha princesa com os dois. 

- Fala pra ela que vou levar comida japonesa. - Disse pelo fone enquanto dirigia quase duas da tarde. 
- Comida japonesa está ótimo. - Marquinho falou alto e nós dois rimos com ela gritando em seguida. 
- Fala pra ele que ele não entra aqui! - Gritou. - Eu que mando aqui. Vocês acham que só por que são maioria podem mandar, eu que mando aqui Marquinhos! 
- Meu Deus cara. - Marquinhos gargalhava. 
- Passa pra ela. - Gargalhei. 
- Luan, escuta… 
- Sushi ou Temaki? - Perguntei sério. 
- Luan, eu não gosto amor. - Disse fazendo manha. - Vai me deixar passar fome? Acabei de chegar da escola. 
- Não tenho outra opção amor, vou ver aqui. - Disse fingindo que tinha que desligar e ri muito assim que cortei a ligação. 
Passei em um restaurante típico brasileiro mesmo e comprei a nossa comida. Fui dirigindo pra casa sem ver a hora de abraçar ela bem forte. Nosso tempo havia diminuído. Aumentei os atritos com Paula, então tive que ficar mais tempo em casa pra evitar problemas. Mas Liz achava que era por causa do trabalho corrido, que não deixava de ser verdade também.  Abri a porta com a minha chave e Liz veio de cara emburrada me receber. 
- Esse seu amigo é pior que você. - Me deu um selinho e eu ri olhando pra ele fazendo graça comigo atrás dela. - Chato igual, fica irritando. - Ela pegou a comida. - Se trouxe comida japonesa pode ir embora com ela comer lá na escada os dois. 
- Meu Deus que muié brava. - Ri e puxei ela pra mais um beijo. - Estava com saudade sua braveza. 
- As baixinhas são as piores. - Marquinhos falou e eu ri, mas ela olhou feio e eu parei. 
- Você acha que eu ia trazer japonesa meu amor? - Ri beijando seu rosto. - Se você quiser, eu vou na Itália meu anjo, e compro a legítima massa pra você. - Ela sorriu envergonhada e Marquinho já chegou no meio e comemos rindo. 
- Como passaram a noite? - Perguntei. 
- Eu nem vi ele chegar.
- E nem eu vi você sair. - Ele riu. 
- Estava cansadinha? - Passei a mão por seu ombro. 
- Não conseguem desgrudar nem pra comer? - Meu amigo zuou. 
- Isso tudo é inveja?! - Perguntei. 
- Sabe como é, fiquei de lado depois que você arrumou essa piriguete aí. 
Liz quase engasgou rindo e eu fiquei preocupado mas logo depois estava gargalhando junto. 
- Prometo que pasaremos a noite juntos amanhã. - Entrei na onda e rimos mais ainda. 
Por alguns minutos me senti completo.
- Eu já acho que tenho que te dividir com gente demais. - Liz reclamou e Marquinhos riu mais eu fiquei serio.
O senso de humor dela me matava às vezes. 
- Luan já fecha a cara. - Meu amigo traiçoeiramente disse e eu olhei feio pra ele. 
- Ele fica emburrado quando eu falo. - Ela deu de ombros e beijou meu rosto. 
- Vamos jogar video-game? - Ele perguntou. 
- Nem tenho aqui. - Liz falou. Ela era tão menininha que não sabia jogar. 
- Eu trouxe. - Ele riu. - Luan sempre leva e como eu ia ficar aqui eu trouxe o meu. 
- Vamos cara! - Liz olhou brava pra gente e eu ri. - Você vai ser minha parceira amor. 
- Eu não sei jogar. 
- Mas eu te ensino. - Disse animado e levantamos rápido enquanto ele foi buscar o aparelho. 
Sentamos os três no chão da sala de TV grande jogamos almofadas. Liz sentou no meio das minhas pernas. 
- Essa coisa aí vai ser ótimo. - Ele apontou pra minha pequena e ela riu. - Te desconcentra. 
- Sou uma boa parceira Marquinhos. - Eu ri e ela beijou meu rosto novamente. 
- Vamos ver quem manda cara. 
Começamos uma partida animada e rimos muito. Ensinei uma maneira de Liz me ajudar e ela fez direitinho, me permitindo ganhar vantagem sobre o meu adversário. E ganhei a primeira partida e pra comemorar ganhei um gostoso beijo. 
- Com esse incentivo. - Marquinhos reclamou e ela mostrou a língua pra ele.
E assim foi, a dupla imbatível levou mais umas três. Pulamos felizes e fizemos muita bagunça, como crianças. Liz estourou pipoca e a sala virou sala de aula de jardim da infância. Mas foi uma tarde muito gostosa e quando vimos, eu perdi a hora. 
- E agora? - Meu amigo perguntou enquanto Liz foi pegar minhas coisas. 
- Eu invento uma desculpa. 
- Você tem que resolver isso. 
- Eu sei. - Escutei passos. - A gente fala sobre isso depois. - Sussurrei. 
Dei um beijo na minha pequena e sai correndo. 

No dia seguinte meu pai apareceu em casa cedo. Não havia visto Paula sair novamente e acordei meio assustado com ele me chamando no quarto.
- Nossa pai, que susto. - Disse esfregando os olhos. 
- Trouxe café, vem que eu quero conversar com você. - Ele saiu deixando tudo no ar e eu me assustei um pouco. 
Fui lavar meu rosto e despertar, depois coloquei uma roupa e desci ainda sonolento. Ele lia o jornal bebendo café quando cheguei na mesa e me servi de algumas coisas que ele tinha trazido. Estava com fome. 
- Nossa que delícia. - Disse bebendo suco e comendo um pedaço de um bolo. - Pode falar pai. 
- Eu estive falando com Arleyde e com o advogado. - Gelei. - Eles comentaram por cima sobre umas perguntas. 
- O que tem? - Perguntei tentando parecer indiferente.
- O estranho é que ela batem. Você fez perguntas sobre o mesmo assunto. - Ele abaixou o jornal e me olhou. - Emancipação, lado judicial e lado público. Estranhei. 
- Curiosidade. - Falei fingindo não perceber. 
- Luan, me olha. Tem algo que preciso saber? 
- Não. - Falei rápido olhando ele. 
- É aquela menina. 
- Faz meses que não vejo ela pai. 
- Mas perguntou pra saber se podia voltar e resolver tudo entre vocês. - Ele suspirou. - Achei que você estava gostando da Paula. Vocês se dão bem, tenha paciência. 
- Pai, quem está me fazendo pensar nisso é o senhor. Estou aqui não estou? 
- Espero que sim. - Ele disse sério. - E que fique bem entendido que você não pode ter nada com aquela menina. Você escutou o que eu disse? M-e-n-i-n-a!
- Para de jogar isso na minha cara. Fica tranquilo, você já deu um jeito de decidir minha vida por mim. Casei e pronto, não voltei mais atrás. Devia estar feliz e parar com isso, de querer ficar me controlando agora. - Me levantei batendo a cadeira e voltei pra escada. 
- Luan… 
- Já acabou pai? - Ele afirmou. - Estou querendo voltar a dormir. - Sorri ironicamente. 
- Foi pro seu bem. Um dia você vai me agradecer. 
- Pode ter certeza que sim! - Sai batendo o pé e nem vi ele ir embora. Me joguei na minha cama e bufei, jogando o travesseiro rápido e dando socos na cama pra descontar minha raiva. 
- Nada vai ser suficiente pra eles… - Reclamei. 

Fiquei bem irritado e resolvi sair pra casa da Liz de surpresa. Não pretendia hoje, mas meu pai acabou me incitando a isso. Já que estava tudo ferrado, que fosse tudo de uma vez mesmo. 
Passei numa padaria depois do almoço e fui pra casa então. Minha segunda casa. Só queria ver minha pequena e dormir a tarde toda abraçado com ela. Estava me sentindo além de cansado, carente. Assim que cheguei na porta já escutei as risadas. Abri com minha chave tentando fazer pouco barulho com os embrulhos na não e depois de colocar na mesa da sala de jantar, segui os risos lindos dela. Encontrei os dois na sala, tão entrosados que franzi a testa olhando. Estavam deitados nas almofadas da mesma maneira que a gente na noite anterior e ela ria sem parar, com o controle na mão. Fiquei vendo por alguns segundos ali sem perceberem minha presença e juro que fiquei meio incomodado. Ela se virou de lados empurrou um pouco ele que também ria. 
- Essa foi boa. - Continuou rindo e depois se virou pra mim, me vendo enfim. 
- Amor! - Disse levantando rápido e veio correndo até mim, pulando no meu colo. 
Ri de sua atitude e segurei suas pernas na cintura pra ela não cair. 
- Louquinha. - Ri afastando aquilo da cabeça. 
- Não disse que vinha. 
- Não vinha, mas… Fiquei com saudade. - Beijei seu rosto. - Quero dormir a tarde toda com você. Estou esgotado. 
Marquinho se levantou e veio me cumprimentar também. 
- Trouxe bolo. - Disse. - E brigadeiro. 
Liz era louca por brigadeiros.
- Vamos comer… - Liz saiu pra cozinha e colocar as coisas na mesa. 
- Vou dar uma volta. - Marquinhos bateu nas minhas costas. 
- Relaxa, não precisa. Vamos dormir. - Ri. 
- Então vou fazer o mesmo. - Rimos e sai correndo pra cozinha. 
Liz devorou quase todos os brigadeiros e nós dois ficamos brincando com ela. 
- Vai engordar amor. 
- Vai se ferrar os dois. - Rimos. 
Ela me deu um beijo com gosto de brigadeiros e continuamos comendo e rindo. 
Dormi a tarde toda com ela e peguei no sono enquanto ela me fazia carícias. Eu amava tanto ela, e ficava me perguntando como tive coragem de ter ciúmes do meu amigo. 

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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

42º - Você topa ir comigo pra chácara?

Luan POV. 

Dois meses depois… 

Eu queria levar Liz pra chácara, mas era complicado, não queria que ela perdesse aula e tinha todos os problemas que nos cercavam. Então surgiu a oportunidade perfeita. Nos falávamos pelo FaceTime enquanto eu estava na estrada. 
- Não vou ter aula na terça-feira. 
- Sério? 
- Sim, vai organizar o torneio que vai ter no dia seguinte, e dai não vai ter. 
- Você vai no torneio? 
- Não sei, acho que não. É mais pra torcer mesmo, não vou competir. 
- Está se adaptando? 
- Sim, está tudo bem. 
- Você topa ir comigo pra chácara? 
- Você é louco?
- Eu queria muito te levar lá. 
- É vai dizer o que?!
- Que vou compor. 
- Você acha que acreditam?!
- Sim, claro que sim. 
- Você quem sabe amor. 
- Nós vamos, fica pronta de manhã que eu vou mandar te pegarem. 
- Vai ser ótimo. - Ela sorriu lindamente. 

Na segunda, como combinado, mandei o mesmo táxi de sempre pegar ela e levar até o aeroporto. Minha família toda estava avisada e tudo ocorreu bem. Claro que Paula deu um ataque e começou a reclamar que nunca me via, mas eu contornei a situação. Como tinha acabado de chegar de viagem, ninguém sabia que eu sairia de novo. Tudo estava bem planejado. 

Chegamos em Londrina logo, não demorou quase nada. Liz sorria o tempo todo pra mim até ser deixados na chácara, sozinhos. 
- Eu estou louca pra conhecer tudo aqui. 
- Você vai amar. - Coloquei as coisas sobre a minha cama. - Esse é meu quarto. 
- É lindo. - Disse olhando tudo as fotos. - Você está estiloso nessa. - Ela tirou sarro. 
- Eu devia ter uns 18 anos, para com isso. 
- Tenho 17 e não sou estranha assim. 
- Você me acha gostoso, e não estranho.
- Ainda bem que te conheci agora amor. 
- Fica quieta pequena. 
Ela parou analisando quarto e olhou pra cama. 
- Vocês casaram aqui… 
- Eu só pensei em você o casamento inteiro. Esquece isso… 
- A Paula já dormiu aqui? - Ela apontou pra cama. 
- Já Liz. - Falei sem graça arrumando a mala. 
- Dormiu ou… 
- Os dois. - Abaixei a cabeça e sussurrei. Não queria que ela se sentisse mal. 
- Eu não vou dormir nessa cama com você. - Disse me olhando séria e saiu do quarto, e deixando assustado. 
Passei a mão pelos cabelos e levantei atrás dela. 
- Liz, amor, volta aqui. - Peguei seu braço descendo as escadas já. 
- Me deixa Luan. 
- Não, olha, não importa tudo bem? Podemos dormir em outro quarto se você não se sente bem. Tem mil quartos aqui. - Ela ainda manteve o olhar distante e eu virei seu rosto pra mim. - Eu amo você.
- Mas ainda está com ela. 
- Eu estou resolvendo, já te disse. Não fica estragando isso que existe entre a gente, com as lembranças dela o tempo todo. Ela não importa pra mim. - Abracei ela é ficamos assim por alguns segundos até sentir ela amolecer nos meus braços e começar a corresponder. 
- Desculpa?
- Não tem por que pedir desculpa. 
- Eu não quero ficar te cobrando ainda mais com tudo que tem feito pra estar ao meu lado, mas eu me senti mal e não quero dormir lá, não me pede isso por favor. 
- Não, tudo bem, acabou. A gente não precisa ficar lá. Estamos bem aqui neném, sozinhos, vai ser maravilhoso.
- Promete que vai resolver isso? 
- Prometo. 
Queria na hora contar pra ela sobre minhas conversas com a equipe e a decisão, mas não queria estragar nossa viagem, que ia ser um momento especial, e único. 

As coisas entre a gente ficaram bem de novo assim que mudei todas as nossas coisas pro quarto dos meus pais e tranquei a porta do meu quarto.  Liz preparou uma comida básica pra nós dois, que ficou bem gostosa, e ficamos grudadinhos vendo TV. 
Umas duas horas depois, sai pra dar uma olhada na chácara e ela disse que iria voltar. Aproveitei pra tirar de vista qualquer vestígio do casamento e olhar a propriedade pra ver se encontrava algo que não devia. Era gostoso andar ali, eu amava, e me senti ainda melhor sabendo que ia voltar e encontrar me esperando quem eu realmente preciso ter do meu lado. 
Voltei logo, não aguentei ficar muito tempo fora e encontrei Liz se arrumando pra nadar, já que eu tinha chamado ela. Amarrava a calcinha de um biquíni bem pequeno pro meu gosto. Cheguei por trás e ajudei ela, e depois lhe dei um beijo bem calmo. 
- Pequeno demais isso daqui, mas como aqui não tem ninguém, fique à vontade. 
- Quero tomar um pouco de sol, ficar com marquinha. 
- Eu aprovo minha carioca. - Ri levando e procurando uma sunga pra mim. 
Não tinha costume, mas ali, só com ela, eu me sentia a vontade. Logo depois que me troquei deixei ela tomando um pouco de sol e comecei a fazer um mini churrasco pra nós dois. Levei um pouco de carne pra ela. 
- Abre a boca. - Ri e ela fez. 
- Está gostosa. 
- Tudo que eu faço é gostoso. 
- Tenho que concordar. 
Pulei na piscina e chamei ela, que primeiro negou com o dedinho, e depois veio toda delicada pela escadinha. 
- Mais é uma princesa mesmo. - Ri pegando ela pelos braços. 
Quase não dava pé pra ela. 
- Eu sou mesmo, sua princesa. - Ela passou as mãos pelo meu pescoço e ficamos assim por um bom tempo, namorando. 
- Imagina, nossos filhos, correndo em volta dessa piscina e nós dois igual loucos atrás. 
- O serviço pesado fica com você. 
- Fazer? - Ri. 
- Não seu tarado. - Ela riu. - Brigar com eles. 
- Ah sim! - Ri. - Você não briga nem com uma mosca. É minha neném. 
- Eu gosto quando você me chama assim.
- Se sente… 
- Sua. - Ela completou. - Amada, cuidada, protegida. 
- É por que você é isso é tudo mais pra mim. 
Encostei ela na parede e nos beijamos com paixão, fervor e intensidade. Tudo entre a gente era muito grandioso. Eu amava isso. 
- Posso tirar seu biquíni? - Pedi no seu ouvido enquanto sentia a água ferver ao nosso redor. 
- Pode. - Ela riu e começou a me beijar passando a mão por todo o meu corpo. 
Acariciou por cima da minha sunga e apertou com delicadeza  com suas mãos pequenas meu membro. Suas bochechas coraram. 
- Está ousada hoje. - Ri beijando seu pescoço. 
- Um pouquinho. 
Tirei rapidamente seu biquíni de cima e joguei pra fora da água. Ela riu e me deu um beijo, mas logo interrompi e comecei a beijar todo seu colo e acariciar seus seios. Logo o laço que eu mesmo amarrei na calcinha foi desfeito e teve o mesmo destino da outra parte. 
- Melhor agora. - Eu ri e ela grudou as pernas na minha cintura. - Eu te amo. - Colei nossas testas invadindo sua intimidade. 
- Eu te amo mais. - Ela sussurrou. 
Aquilo, bastava pra mim, pra sempre. 

A viagem ainda durou um dia, até terça a noite. Vimos todos os pôr-do-sol, e os nascer também. Abracados, como passamos boa parte dos nossos dias. Mas infelizmente acabou. 

Liz POV. 

Eu tive um “feriado” perfeito. Os dias com Luan na chácara me mostraram que eu podia me entregar. Ele me amava, eu tinha certeza. E iria até o fim do mundo. 
Ele não ia poder me ver na quarta-feira e nem na quinta-feira. Iria gravar programas e resolver problemas no escritório. Até disse que daria um jeito de passar no AP pra mim não me sentir sozinha, mas eu tranquilizei ele, dizendo que tinha algumas provas e precisa estudar muito já que era complicado as provas da escola. 
Assim que ele me deixou em casa na terça-feira a noite, eu entrei, comi, tomei banho e dormi. Estava esgotada de dois dias de muito amor. 
No dia seguinte na escola, estava com meu grupo de amigos. Sentia falta dos amigos do Rio, falava pouco com eles, mas os daqui ajudavam. Eles conversavam animados enquanto eu suspirava feliz e sorrindo lembrando de Luan. Aline, Lucas, Luiza e Gustavo falavam sobre os dois dias de folga. Um tinha ido pra casa dos avós no interior, as meninas ficaram na cidade frequentando festas e o outro foi viajar durante todo o fim de semana pra praia. 
- O que fez Liz? - Lucas perguntou. - Não tem redes sociais. - Era a piada do grupo, mas tive que excluir quando sai do Rio. Isso não iria ajudar a manter tudo escondido. 
- Engraçado… - Brinquei. - Fui viajar, com meu namorado. - Disse tímida. 
Eles sabiam que eu tinha um namorado, mas não quem era. 
- Huuuum. - Todos tiraram sarro e eu fiquei envergonhada. - Só vocês dois?
- Sim. A gente foi pra chácara dele. A Falei tentando fazer esquecerem aquilo.
- Usaram camisinha? - Gustavo perguntou rindo. 
- Quer parar? - Pedi sem graça rindo. 
- Seus pais não ligam?
- Sou de maior praticamente. - Dei de ombros. - Eu moro sozinha, é claro que eles sabem que ele passa muitas noites na minha casa. 
- Mas eles ligam? 
- Não gostam muito. - Tentei cortar. - Mas vamos mudar de assunto. 
- Quando vamos conhecer ele?! Temos que conhecer sua casa também. 
- Minha casa é só olhar pra cima. - Apontei o prédio e ri. - Agora meu namorado, nunca! - Ri me levantando quando o sinal bateu. - Vamos logo! É química agora. - Fiz careta e seguimos pra sala. 

Mais um pouquinho de paciência que tenho surpresa logo mais...
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Divulguem please!