domingo, 21 de fevereiro de 2016

94º - Estou muito orgulhoso de você.

Capítulo dedicado a Gio, Tatá, Nath, Ju, Isa, Anna, Bella e Dany.  

Com a chegada da segunda semana Liz me convenceu a voltar pra nossa casa. Eu entendia ela, não se sentia muito a vontade ainda com meu pai, e ficou combinado que voltaria quando eu pegasse estrada novamente. Bella escolheu um mês agitado, cheio de shows de São João. Quando chegamos, foi um alivio. Era bom se sentir em casa, já estava acostumado com o apartamento. Liz levou Bella no colo sorrindo e apresentando a ela a casa nova. Eu ainda achava que era bom uma casa com Bella pequena, mas Liz insistiu, dizendo que gostava do apartamento e ele era muito nosso. Eu sabia que apesar de estar tudo resolvido, ela sentia que morar ali era uma proteção, por que meu pai não tinha domínio ali. Era uma coisa que sumiria com o tempo, e era até melhor que não desaparecesse totalmente. 
- Ela dormiu. - Liz apareceu sorrindo e me abraçou, minhas mãos desceram pra sua cintura enquanto sua cabeça ficou sobre meu peito. 
- No carinho?
- Sim, sua mãe disse que é melhor por enquanto.
- Estou muito orgulhoso de você. - Disse encantado com seu rosto. - Você está tão diferente, mas pra melhor, não que eu era ruim, mas está ainda melhor. Mais mulher. - Sorri e ela abriu o sorriso mais lindo. 
- Eu me sinto diferente. É tão estranho isso, eu me sinto mais responsável. Por que convenhamos que eu nunca fui responsável nem por mim. Sempre foi meus pais, e depois você.
- Você é responsável por mim a muito tempo, ou não se lembra de quando foi embora e me deixou louco atras de você? Marquinhos descreveu bem esse apartamento. - Ri.
- Ando com tanto medo de falhar, eu nunca me senti assim antes. 
- Você está sendo uma mãe incrível minha neném.
- Você não vai passar esse titulo pra Bella?
- Não. - Ri. - Ele é seu. Ela é minha pequena, ou princesa. Estamos precisando ficar juntinhos, você não acha?
- Acho que temos uma hora antes da sua pequena acordar. - Ela riu. 
- Então… - Num movimento rápido peguei ela no colo. - Vamos ficar deitados na nossa cama. - Liz riu surpresa e quando viu eu já esta andando com ela no colo em direção ao nosso quarto. 
Deitei ela na cama e me joguei ao seu lado, colocando seu rosto sobre meu ombro e ficamos bem abracados. 
- Você não quer uma babá?
- Por enquanto não.
- Tem certeza neném?
- Tenho, eu gosto de cuidar dela, e é a unica coisa que eu faço da vida. 
- Você vai estudar, não fala assim. Eu te prometi, lembra? - Beijei sua testa preocupado com o assunto.
- Eu sei que vou amor…
- Então curte essa fase. Muitas mães queria ter essa oportunidade que você está tendo.
- Sou grata por isso. - Sorriu pra mim. 
- E uma empregada?
- Talvez, vamos fazer o teste primeiro. 
- Tudo bem, vou pedir pra minha mãe selecionar algumas, e já fica meio que visto isso, pra hora que você decidir, tudo bem?
- Tudo bem. 
- Queria que você me ensinasse algumas coisas, tipo dar banho nela. 
- Eu posso fazer isso sim, quando der banho nela eu te mostro, paizão.
- Estou tentando. - Disse envergonhando.
- Está conseguindo. Estou orgulhosa de você. 
- Quem ia imaginar, aqueles dois apaixonados loucos, agora tão responsáveis por uma vida, felizes, juntos. Conseguimos vencer, nosso amor venceu. 
- Eu disse que a gente ia conseguir, que se você estivesse do meu lado eu iria até o fim do mundo. - Disse pra ela.
- Era só enfrentar. Quando fizemos isso, foi tudo embora. 
- Por que nós amamos. Você segurou minha mão e pronto.

Naquela mesma noite, depois do banho, Bella estava agitada demais. Liz tentava trocar ela, mas ela não ajudava, causando risos na gente. Fiquei perto do fraudário dela, rindo e então resolvi brincar com a pequena. Mexia as mãos pra ela, batia palmas e cantava, bem pra cima, e ela então começou a rir. Liz fez o mesmo, achando um máximo a atenção da mocinha toda minha. Comecei então a cantar, e ela parou, olhando e deixando a mãe cuidar dela. Liz riu com a cena, me olhou apaixonada, feliz. Então eu abri um sorriso lindo, continuando a cantar até a mãe terminar a fralda, depois colocar a roupinha. Minha princesa soltou risadas lindas, e nós dois ficamos como dois pais bobos apaixonados.

Na hora de escolher os padrinhos eu fiquei bem confuso. Roberval tinha me acobertado muito no começo, mas durante um tempo, foi contra. Ele era uma das minhas opções de padrinho, já que ficou combinado que Liz escolheria a madrinha desde que ela não fosse a Aline, como uma condição minha. Minha outra opção era o Marquinhos, que me ajudou muito, mas que tinha se apaixonado por ela. Águas passadas, mas não tão passadas assim, já que eu sempre preferi ficar acompanhando o olhar dele quando estava junto. Só que ele amava Bella, e diversas vezes foi em casa ver ela e levou presentes. 
- Qual você prefere? - Perguntei pra Liz. 
- Acho que o Marquinhos. 
- Ainda guarda mágoa do Roberval né? 
- Eu fiquei um mês te ligando. - Ela disse simplesmente. 
- Eu sei, eu te entendo. Mas entende ele. 
- Entendo, mas não vou esquecer. 
- Já escolheu a madrinha? 
- Ainda não. 

Durante a noite combinamos com os amigos dela e o Marquinhos que estava em SP, uma noite de pizza. Fazia um tempo que não se reunia, Liz sentia falta deles, e acabou vindo ainda Bia e Felipe, que agora namoravam, e estava em SP a passeio pra ela conhecer os avós dele. Aline também viria, mas eu não estava muito feliz com isso. 
Marquinho chegou de tarde, pronto pra dormir em casa, já tomando posse de tudo enquanto eu ria da Liz zoando com ele enquanto instalava o vídeo game. 
- Ninguém merece né… Duas crianças! - Liz riu indo por quarto enquanto a gente não tirava o olho da tela. 

Luiza e Gustavo foram os primeiros a noite, gentis como sempre. Loucos pra verem Bella, já foram pegando no colo. Eles foram visitar ela na casa dos meus pais, mas Luiza adorou ficar andando com ela no colo. 
- Ela é tão pequenina ainda. - Luiza comentou sentada com ela na sala de TV, enquanto eu olhava Marquinhos e Gustavo jogarem. 
- Ela é. - Liz sorriu do lado. 
- Com esse macacão de lacinho. - Rimos. - Ela não dorme cedo?
- Dorme, mas hoje dormiu a tarde inteira. - Falei. 
- E já é cabeludínha! - Rimos. 
- Os cabelos pretinho igual do pai. - Liz sorriu pra mim. 
- E lisos como o seu, graças a Deus. 
- O seu também é. - Luiza disse rindo. 
- Mais ou menos né! - Ri. - Tenho que viver com a cabeleireira. - Elas riram e os caras pararam o jogo pra me zoar, mas eu nem liguei.
Logo chegaram Aline e Lucas e em seguida Bia e Felipe. 
Se abraçaram muito, com saudades e eu fiquei um pouco na minha, não era íntimo deles como dos amigos de SP, e eles pegaram uma fase bem turbulenta nossa, não sentia que eles achavam eu bom pra Liz, mas eles respeitavam e ainda sim, fizeram muito por nós. Fui educado, gentil e simpático, era a primeira vez deles na nossa casa, e Liz foi mostrar Bella, que eles ainda não conheciam. Foi uma alegria só, Bia até chorou, lembrando de que era amigas a tanto tempo. 
- Estou tão feliz por você amiga. - Bia falou. 
- Luan, me desculpe, mas não tem nadinha de você! - Rimos todos com a fala de Felipe. 
- Isso é um elogio pra ela. - Disse.
- Bella está cada dia mais parecida com você mesmo Liz. - Lucas falou. 
- Lembro quando a gente descobriu dos dois. - Luiza riu. 
- Ele ficou desesperado aquele dia. - Liz contou e rimos. 
Aline permanecia em silêncio, mas só foi eu levantar pra cozinha que ela apareceu atrás de mim. Olhei de canto de olho pegando um bebida pros caras e depois desviei o olhar. Não fazia questão de ser legal com ela. 
- Posso falar com você? - Perguntou parando perto de mim. 

Meninas, quero esclarecer uma coisa. Eu sou mega amiga das meninas, Tanara e Natália. Elas brincaram no grupo da Tatá sobre mim, eu falei no outro capítulo, mas era tudo brincadeira. Em nenhum momento fiquei chateada quando a Juliana me mandou os prints, também brincando por que havia me defendido junto com a Giovanna. Conheço elas das tempo, participamos de um grupo que era da Juliana, elas têm toda a intimidade pra brincar comigo. Depois, rimos bastante disso e está tudo certo! Nenhum mal entendido, COMO TEVE BOATOS POR AI, até por que amo muito muito essas loucas! Desculpa meu sumiço, mas eu vou me ajeitar, eu prometo! Obrigado por ainda estarem aqui...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

93º - O amor que bate no peito, também bate na mamadeira.

- Minha filha! - Dona Lúcia entrou já chorando no quarto e correu pra abraçar Liz. 
Seu pai me cumprimentou em silêncio e já foi até a mulher que estava olhando Bella no colo da minha noiva. 
- Ela se parece com você menor meu amor. - Disse pra filha e eles sorriram. - Que princesa do vovô! 
- Princesa da vovó também! - Todo mundo rua e então Lúcia pegou a pequena. 
Ficaram balançando, enquanto Liz contava sobre o parto com a ajuda da minha mãe e eu estava sentado sorrindo olhando pra ela. 
Falaram então dá amamentação e as mulheres começaram a conversa com Liz sobre isso enquanto seu Roberto sentou ao meu lado com Bella. 
Tentavam convencer ela, eu resolvi não me meter por enquanto, ver no que ia dar aquilo, e depois conversar com Liz em particular. Era um assunto delicado, e por mais que eu estava nervoso com isso, e preocupado, não podia imaginar o que era pra ela toda aquela situação, ainda mais por que Liz teve problemas nessa gravidez desde o inicio e ela lutava muito contra isso, culpada de muita coisa. Mas eu sabia o quanto ela estava feliz de sermos uma família agora. 
Logo mais tarde, quando Bella chorou de fome, foi uma coisa bem complicada. Meu pai e seu Roberto resolveram sair do quarto, pra não deixar ela nervosa. Me chamaram também, mas eu fiquei. Me sentei e resolvi ficar no meu canto enquanto nossas mães, já experientes, tentaram ajudar ela. Uma enfermeira também, mas não funcionou. A cada momento que demorava, Bella ficava com mais fome aquilo estava me torturando, tanto quando mexia com a Liz. O choro da minha menina entrando na minha cabeça, me deixava sem chão e impaciente. Depois de quase meia hora, da minha mãe e Lucia insistirem em parar, Liz ainda se mantinha irredutível, já chorando. Resolvi de certa maneira que ela hora dela parar.
- Amor, chega. - Disse me levantando e pegando a mamadeira sobre um dos moveis do local. 
- Não, eu vou tentar mais uma vez. - Ela disse.
- Você já está nervosa, dai fica sem leite e só vai piorar a situação. - Estendia a mamadeira pra ela sobre os olhares atentos das duas curiosas que parecia surpresas por ela se render tão bem aos minhas falas. 
Peguei Bella e passei a balançar pelo quarto enquanto Liz tirava o leite pra dar a ela na mamadeira. 
Estava me surpreendendo com minhas atitudes. Acho que fui pai na hora certa. Agora sou maduro o suficiente pra lidar com tudo que vier, e isso estava sendo muito importante pra mim, também pela idade e falta de experiencia da Liz. Não que tivesse experiencia com bebês, mas eu tinha em tomar decisões e aquilo estava se mostrando importante. Sabia agora a hora e como agir pro bem da minha família. 
Foi um momento difícil pra Liz, mas era o melhor pra todos nós. Ela pegou Bella e sorriu pra mim, com os olhos cheios de lagrimas. Incentivei com um sorriso e uma caricia, ficando ao seu lado. Ela seguiu as dicas de sua mãe e em seguida aconchegou Bella no seu colo. E então, com todo o seu jeito, começou dar o leite pra ela. Passada a euforia inicial, rimos da pequena toda agitada bebendo tudo com fome. Passava meus olhos de Liz até Bella, e sorri pra minha linda noiva, que me sorriu de volta olhando em seguida nossa filha nos seus braços. 

Depois que as duas tiveram alta, nossa vida voltou um pouco ao normal, ou quase isso. Ficaria uma semana com elas na casa da minha mãe, ou por um tempo. Fizemos o teste do pezinho e do ouvidinho, e tudo certo. Liz também foi com a minha mãe furar a orelha da pequena, já que eu disse que não queria ir por nada nessa vida. Minha mãe ajudou o tempo todo, e nos primeiros dias a gente não teve problemas de noite. Os pais de Liz voltaram pro Rio, prometendo voltar logo nas ferias. E eu corri atras de soluções por causa da amamentação, por ver o quanto aquilo incomodava Liz. Mas no fim do segundo dia dela em casa, desisti. Camili conversou com nós dois sobre isso, assegurou que era a coisa mais normal do mundo e que tudo ficaria bem e acabou convencendo Liz. Bella não mamaria no peito, mas teria o mesmo amor e o mesmo afeto com a mãe que era louca por ela. 
- O amor que bate no peito, também bate na mamadeira. - Disse. 

Liz mãe me fez ver ela de outra maneira. Era dedicada, atenciosa, e muito amorosa. Estava aprendendo tudo que minha mãe ensinava bem rápido e não via problema em levantar horas e horas pra socorrer uma chorona de noite. Fazia isso com um sorriso no rosto, o que me deixava ainda mais orgulhos da minha neném. E é claro que quando via que ela estava cansada, eu ajudava muito, já que também podia dar mamadeira. Ainda estava tentando aprender a lidar com as outras coisas, mas isso eu estava me virando bem.
- Ela é tão boazinha! - Minha mãe disse depois de um dia todo de Liz dormindo enquanto estávamos na sala de noite. - Quase não chora! Liz você teve sorte. 
- Espero que continue assim Mari. - Ela riu. 

- Os olhos dela são lindos. - Disse. 
Eles eram grandes, e pareciam duas bolinhas de gude, lindas. Já eu, fiquei imensamente feliz quando ela abriu eles. Pareciam com os meus, indo contra o que todo mundo achava já que cada dia mais ela lembrava a Liz.
- Parece que o mundo tem outro sentido, você sente isso? - Minha neném perguntou enquanto acariciou o cabelo dela. 
- Eu sinto. - Sorri olhando elas. 
- Seu maior presente pra mim. - Ela sorriu. 
A gente estava ali, acordos, as três da manhã depois de dias cansativos, mas felizes. 
- Acho que é o contrário né? - Disse. 
- Você que é bobo demais. - Ela me olhou sorrindo. 

No fim da semana foi difícil lidar com a ideia de que deixaria elas pra trás. Meu coração estava apertado. Não queria mais deixa-las, era dolorido e difícil. Agora eu talvez entendia as coisas que meus pais me diziam longe de mim. Foi horrível ir embora e estar com a cabeça em outro lugar, e eu sabia que aquilo só estava começando.
Liguei de duas em duas horas e quando minha neném percebeu, ela me zoou muito. 
- Não aguenta mais de saudade e saiu hoje.
- Claro que não. - Ri. 
- Verdade, confessa logo. 
- Tudo bem, confesso. Não aguento mais mesmo, estou quase voltando. - Disse antes de entrar no palco. - Ja era uma tortura, agora parece que ficou pior. E todas as entrevistas perguntando dela só me fazem não esquecer que deixei vocês pra trás. - Ri por fim.
- Que drama meu Deus. - Ela riu. - Eu estou bem, Bella melhor ainda, só dorme e mama. - Riu e depois voltou a falar cochichando. - E sua mãe está me mimando tanto que comprou brigadeiro.
- Não pode ficar comendo muito amor… - Reclamei rindo.
- Não vou comer muito. - Disse como aquelas pessoas que alegam inocência em crimes, como se não acreditasse. Tinha duas crianças em casa.
- Dá cólica nela, você ouviu a medica.
- Eu não vou comer muito, pronto. Só unzinho.
- Vou pegar logo logo a dona Marizete quando chegar ai. Sabia que você não devia ficar na casa dela rapaz…
- Para de ser rabugento.
Comecei a rir dela e acabei tendo que desligar logo. Era difícil, mas eu ia ter que aprender a ficar longe. 

Essa frase do titulo do capitulo é da Fernanda Gentil num desabafo sobre a amamentação. É um tema muito importante. É algo mega importante pro bebe e pra mãe, mas as vezes, não acontece. É normal e justificável, mas o ideia é a amamentação, ok? 
Desculpem, mesmo. Mil perdões, mas foi um inicio de ano muito difícil pra mim. Espero que gostem!