sábado, 31 de outubro de 2015

19º - Enfim, casados!

Um mês e meio depois… 

Luan POV.

Acordei sozinho na minha cama do quarto da chácara. Ainda com um pouco de sono, me mexi até me dar conta que dia era hoje. Bati a mão na cama em busca do meu celular e encontrei. Confirmei a data e respirei fundo. Nenhuma ligação do Rio, a não ser a das fãs, que no caso, haviam diminuído muito e agora eram uma a cada dois dias. Um sábado de folga, a quantos anos não tinha isso? Mas também, ia me casar. 
Ouvi no jardim uma barulheira sem tamanho. Levantei e abri a janela, então de cima, pude avistar o altar já formado. Iria ser apenas um casamento civil no fim da tarde, eu me recusei a casar no religioso, o que causou um pouco de problema pra mim, mas eu contornei. 
Desci depois de colocar uma roupa decente e encontrei minha mãe se preparando pra comer. 
- O pessoal da organização foi almoçar e voltam daqui a pouco. - Minha mãe informou e veio me dar um beijo. - Como está se sentindo o mais novo noivo? 
- Acho que bem. - Disse sem graça e dei um abraço forte nela.
Meu coração bateu forte, estava precisando muito disso. 
- Vai ficar tudo bem meu anjo. As coisas vão se ajeitar. Eu sei que tudo isso foram grande decisões pra você, é muito sacrifício também. Mas você vai ficar bem, e vocês combinam, se entendem, se conhecem, você vai aprender a amar ela da maneira que amava… - Ela parou a fala me olhando docemente, e não terminou. 
- Mas eu amo ela mãe. 
- Não precisa me enganar, tudo bem? Eu te conheço bem. Só saiba que Deus ajeita tudo. 
- Eu queria que fosse diferente. - Confessei. - Mas… 
- Já que não é, você está em boas mãos. 
Sorri pra ela e me sentei ao seu lado.
Bruna e Paula tinham dormido num hotel na cidade e iriam logo cedo se arrumar num salão. 
- Não vai encontrar as meninas?
- Daqui a pouco. - Ela olhou o relógio. Seu pai vai ficar com você. E o pai de Paula chegou logo cedo. Eles foram levar o Julia e a Carmen no salão mais cedo e estão lá no lago vendo não sei o que. Eu ainda tenho que esperar a organizadora chegar. 
Carmen era minha sogra, e Julia minha futura cunhada. Minha mãe acertou os últimos detalhes com a empregada depois de comer e logo saiu a procura do meu pai. A organizadora chegou e tudo andou como o combinado. É então encontrei seu José, pai da Paula, que decidiu ter uma conversa comigo sobre cuidar da sua filha. O erro era todo meu, então fui perfeitamente educado e atencioso com ele. 
Algum tempo depois meu pai voltou. Estava tão angustiado que fiquei lá dentro, no meu quarto, quieto, tentando pensar um pouco. Estava triste, não consegui voltar ao Rio e consequentemente, não pude falar com Liz e ela ia saber pelas notícias. 
- Que Deus me ajude pra não estar fazendo besteira… - Disse baixinho. 
Não deu nem meia hora Roberval chegou com Marquinhos e Douglas. Eles eram meus padrinhos. Apareceram no quarto derrubando tudo e me tiraram da cama. Eles foram se arrumar e eu também fui, tomei banho e vesti uma parte da minha roupa. Decidi descer e encontrar todos lá em baixo, mas dei de cara com eles na sala com meu pai. 
- Fiz o favor de mandar flores no salão em seu nome pra Paula viu? 
- Flores? 
- É, você não faz né? 
- Tinha que mandar? - Perguntei. 
- Não tinha, mas é o mínimo. 
- Desculpa tá? - Falei sem paciência. - Obrigado. 
- Seu José está se arrumando e sua mãe deve estar chegando com Carmen. - Ele disse levantando. - O pessoal da organização está aí terminando, vão lá ver como está. 
Os caras foram comigo e quando sai me surpreendi. Estava tudo do jeito que Paula havia planejado. Lindo, pra ser bem sincero. Bem campo, delicado. 
- Ficou bonito mesmo cara. - Marquinhos falou. 
- Ficou do jeito que ela queria. 
- Olha, melhora sua animação tudo bem? 
- Vou tentar. - Disse pra eles, sincero. 
- Vai ganhar uma folga. - Douglas riu.
- Nossa que engraçado. - Falei de mal humor.
- Acaba com isso, vai casar mesmo? Foi decisão sua isso… 
- Eu sei, mas eu vou. 
- E a Lua de Mel? 
- Paris, Paula que escolheu. - Suspirei. 
- E vocês já… 
- Não. - Disse logo. 
- Mas vão… 
- Vamos né? O casamento é de verdade… Eu só estou me acostumando com isso. 
Rober me olhou de canto o tempo todo. Eu sabia que o que ele pensava. Queria que eu estivesse feliz, mas eu não estava. 

O tempo até o casamento passou logo. De repente minha chácara  encheu de pessoas e eu tive que receber todas elas com a minha mãe ao meu lado. O horário se aproximava e então, fiquei no meu lugar no altar. Quando vi uma movimentação, percebi ela ela havia chegado. Entraram os padrinhos e madrinhas, os nossos pais e depois Paula. 
Ela estava muito bonita num vestido tão branco quanto a neve, com alguns bordados. Sorri pra ela, mas na minha mente imaginei Liz. Era isso que eu precisava fazer pra não surtar. As cenas passavam nos meus olhos, mas minha cabeça estava bem longe dali, então quando vi, estava Paula  estava bem próxima e beijei sua testa depois de dar as mãos ao seu pai. Ela estava com um sorriso enorme, radiante, então me toquei e disfarcei minha empolgação. 
Trocamos votos e declarações, e quando vi, estávamos casados. Me bateu um nervoso, uma coisa estranha no peito. Paula estava no melhor dia de sua vida, e eu estava no pior. Só conseguia pensar se Liz ficaria ao meu lado. 
- Enfim, casados! Eu te amo tanto! - Paula disse enquanto dançávamos. - Faz muitos anos já Luan. 
- Eu… Também te amo. - Abracei ela. 
Depois da festa e de mil cumprimentos, fomos pra um hotel. Passaríamos a noite ali e no dia seguinte, depois de almoçar com as famílias, viajaríamos. Paula chegou tirando os saltos na mão e eu ri dela, já tinha bebido um pouco e esqueci tudo aquela merda, voltando um pouco a ficar a vontade ao seu lado. 
- Tem que te pegar no colo né? - Ri. 
- Tem, mas você bebeu. - Ela riu. - Vai me derrubar. 
- Vou não. - Peguei ela no colo e ri muito. 
Pra ela aquilo significava o mundo, já pra minha, nada. Assim que botei ela no chão, o silêncio tomou conta do local. Tirei minha gravata e minha camisa, com calor. Mas não olhei um segundos se quer pra ela. 
- Você me ajuda com meu vestido? - Ela me olhou sorrindo e eu aceitei.
Ela se virou de costas e se aproximou. Eu abri ele com calma, sem saber muito o que faria depois. Então ela soltou a parte da frente e ele caiu aos seus pés. Eu estava aparentemente nervoso e me xinguei mentalmente por isso. A encarei e respirei fundo quando ela se virou de frente pra mim, vestida somente com uma calcinha branca, delicada e ousada. Abriu um sorriso e se aproximou. 
- Você está nervoso né? - Acariciou meu rosto. 
- Um pouco. - Fui sincero. 
- Só relaxa e aproveita meu marido!
Então então me beijou com vontade e eu retribuo meio sem jeito. Tentei me concentrar e toquei sua cintura, aproximando ainda mais ela de mim. E me deixei levar. 

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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

18º - Por que ele dá um telefone que não atende?

- Luan, agora estou com duvidas, ainda prefere as rosas brancas? 
- Tanto faz Paula. - Disse de saco cheio daquilo. 
Fazia 2 horas que ela, minha mãe e Bruna, decidiam a decoração do casamento e ela simplesmente não conseguiam escolher a cor da flor. Era só uma cor! 
- Está estressado? - Minha mãe questionou. 
- Só cansado. Não dormi bem no hotel. - Disfarcei. 
- Se envolve mais, se não ela vai ficar chateada. 
- É só uma flor mãe. 
- É o casamento. 
- Tudo bem mãe. - Disse me levantando da cadeira e fui então dar opinião sobre a cor das rosas. 
Já estava feliz com o casamento seria na chácara, somente com as pessoas mais próximas, então resolvi colaborar pra não ter uma festa alem do que eu planejava. Esses dias estavam sendo uma tortura, e eu queria era ir pro Rio, pegar a Liz e fugir pra bem longe, mas como não podia, eu só esperava a ligação dela.
Mas ela não ligou. 
E toda vez que o telefone tocava com o número do Rio, que era as fãs que o Roberval tinha me dito, eu via o DDD e meu coração disparava.

Logo depois de escolher as flores, fomos parar na hora do almoço pra escolher o buffet do jantar. Pelo menos era comida, e isso seria bem divertido. Resolvi interagir e encarar aquilo de outra maneira. Eu não estava indo para a minha morte, pelo menos era o que pensava, e também não seria por muito tempo. Por pouco, aliás, segundo meus plano. Rimos muito de Bruna, que comeu uma das coisas que trouxeram e fez cara feia. 
Tampei o nariz fazendo graça e depois comi. 
- Eu gostei. 
- Para Luan! 
- Gostei mesmo Pi! - Ri da cara das duas e depois Paula comeu com medo. 
- Definitivamente não Luan! Empurrou de lado. 
- Sério mesmo? Eu gostei. - Ri. 
- Horrível Luan! - Bruna disse me batendo no braço. 
Aquela sem duvidas era a hora mais divertida. E nós deliciamos nos doces.  E eu nem consegui escolher, e acabei deixando por conta das meninas. Eu até me senti um pouco feliz de estar fazendo aquilo. Mas durou pouco tempo. Ainda tinha os convites pra ver e Paula tinha uma lista de frases de amor pra colocar neles e EU, isso mesmo, eu, tinha que escolher alguma. Fiquei abismado com aquilo, então logo fechei a cara e aceitei que tinha que fazer aquilo. 
- Se fosse me casar com Liz, qual escolheria? - Falei pra mim mesmo enquanto Bruna e Paula travavam uma batalha com a organizadora sobre os tipo de papel, que pra mim, parecia tudo a mesma coisa. Aliás, era tudo a mesma coisa e nem adiantava falarem ao contrário. 
Escolhi qualquer uma e então fiquei esperando elas lá parado, quase dormindo no sofá. Eu tinha certeza que se fosse a Liz, ela não ligaria pra textura do papelzinho, desde que fosse comigo. Além do mais, estava desesperado de alguém ali em Londrina me ver arrumando as coisas de um casamento e divulgar por aí. Ainda não tinha conversado com minha menina e ela não podia saber antes, o que eu já estava fazendo um plano caso isso realmente acontecesse e eu não tivesse outra opção. 
Comecei a ficar muito estressado. 
- Vamos embora logo… - Chamei. 
- Ainda não terminamos Luan… - Paula foi logo dizendo e eu suspirei. 
- Onde foi que eu fui me meter meu Deus? - Falei baixinho. 

Passamos a semana toda em Londrina cuidando dos preparativos, é uma semana pra mim, parecia 5. Cheguei em São Paulo na sexta-feira cedo, parecendo não que tinha voltado das folgas, mas que estava trabalhando á séculos. Esgotado demais e ainda tinha mais uma coisa a fazer: ver a casa onde iria morar com Paula. E tudo que eu queria era simplesmente continuar na casa dos meus pais. Mas algo me lembrava no meio disso tudo que eu que escolhi o casamento e que era um plano somente meu. 
Pela manhã visitamos duas casas no condomínio e meu pai me olhava feio a cada vez que faziam uma pergunta e eu respondia “tanto faz”. Não via agora de ir viajar e respirar em paz.
- Qual você mais gostou? 
- Ah… A segunda. - Disse, fingindo empolgação enquanto ele me levava pra casa pra mim arrumar as malas e ir viajar no fim da tarde.
- Sério? - Ele me olhou. - Gostei mais da última. 
- Grande demais. 
- É, tem isso, a segunda acho que vai dar melhor pra vocês dois por enquanto. 
- Você vê tudo pra mim? - Perguntei. 
- Vejo. 
Não trocamos uma palavras até eu  me despedir e conseguir entrar no avião. Respirei, sentindo o cheiro da liberdade e sorri. 
- Acho que vou dar uma dormida. 
- Nem parece que voltou das folgas. - Rober comentou. 
- Definitivamente, não voltei. - Ri e logo já estava dormindo. 

Uma semana depois… 

Liz POV. 

- Fe, desiste. - Disse desanimada. - Ele está dormindo ainda. 
Nós quatro estávamos sentados no pátio no intervalo enquanto Felipe tentava ligar pela milésima vez pro Luan.
- Por que ele dá um telefone que não atende?
- Ele pode ter passado errado. - Bia me olhou em consolo. 
- Luan não é tão burro, pode ser lerdo, mas não tanto. - Falei.
- Ele não veio de SP aqui pra passar o telefone errado né? - Caio concluiu. 
- Algo estranho está acontecendo, eu sinto. - Disse, passando a mão no coração. 
- Pode ser que estejam no pé dele. 
- Pode ser. - Disse, checando então uma das mil mensagens no instagram que Paula visualizou e não respondeu. - Ajudaria se a amiga dele respondesse. 
- Amiga, ela gosta dele, ela não vai responder. 
- Nossa Liz, não tinha um cara mais fácil não? - Caio perguntou rindo. - Pais, o Brasil em cima do cara, amiga apaixonada, telefone que não atende, o que mais? 
- Nossa, nem quero imaginar. - Ri. - Mas ele me disse que as coisas iam ficar difíceis, pra mim confiar nele. E pra ele ter vindo pra cá, nada mudou. 
- Te disse que ele estava em Angra né? - Bia falou. 
- Disse. - Passei os olhos pelas mil manchetes e entrevistas que Bia printou em seu celular e li pela milésima vez uma delas. - Deve ter dado alguma desculpa, férias, sei lá. Ele deve ter um plano, vamos esperar. 

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Me deixem fanfics aqui que vocês gostam pra indicar...

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

17º - Um dia você vai me agradecer por isso.

Sai do carro por alguns segundos, e fiquei com raiva, por que Paula sabia exatamente o que estava fazendo e não me acompanhou. Ela sabia que eu precisava de alguns segundos ou eu surtaria. 
Respirei um ar, e quando tomei coragem, dei a volta a abri a porta pra ela. Não falamos uma palavra apenas, ela só me deu a mão e seguidos pra porta da minha casa.
Assim que entramos, meu pai estava na sala, no sofá, me olhando. Sorriu pra cumprimentar Paula, mas parou assim que nos viu de mãos dadas. Ele percebeu na hora que algo estava errado. Bruna e minha mãe chegaram radiantes cumprimentando minha amiga, que me soltou e foi falar com eles todos. Depois de toda a conversa, Bruna e minha mãe queriam arrastar ela pra cozinha e eu puxei Paula pela mão. 
- Eu preciso contar uma coisa. - Disse nervoso. - A gente precisa. 
- O que foi? - Bruna perguntou. 
- Estamos juntos. - Sorri falso apertando a mão de Paula e senti ela mesmo queimar com os olhares todo direcionados. 
- Como? - Meu pai perguntou. 
- Na verdade, não é bem assim. - Olhei Paula e ela me encorajou. - A gente conversou, e vimos que já perdemos muito tempo. E vamos casar. 
- Casar? - Minha mãe falou assustada e todos os olhares assustados estavam em cima de mim.
- É... Não faz sentido namorar né? 
Eles ficaram alguns segundos somente me olhando assustados, e eu não sabia o que se passava na cabeça deles. 
- Tem certeza? 
- Acho que a gente já sabia que uma hora isso ia acontecer ne? - Bruna falou rindo. 
- Sim! - Sorri. 
- Bom, então, parabéns! - Bruna veio correndo em minha direção, e começou a sessão de abraços e cumprimentos que eu não estava nem um pouco a fim de receber. 
Logo percebi meu pai totalmente aliviado com a notícia, o que me deixou bem triste ao olhar todos felizes com uma coisa que não tinha nada haver com a minha felicidade. Paula, principalmente, estava radiante durante o jantar. E eu, fiquei quieto olhando enquanto tentava fazer meu estômago aceitar algum tipo de alimento preparado por minha mãe. 
- Seus pais já sabem? - Meu pai perguntou a Paula. 
- Não, mas vamos contar logo. E tenho certeza que vão amar, eles adoram o Luan. - Me olharam esperando uma resposta e eu sorri falso. 
- Claro. - Respondi. 
Por um segundo me lembrei do meu celular. Bati as mãos no bolso e percebi que havia deixado no carro. Até que foi bom, pra não olhar nada e não levantar suspeitas. 
Me perdi um pouco da conversa e quando voltei pro mundo, Paula falava uma coisa super sem noção. 
- Amor, eles precisam saber como tudo isso aconteceu! - Ela falou. 
- Como o que? 
- Que a gente se envolveu amor! 
- Ah claro. - Disse quieto. 
- Na verdade, somos amigos coloridos faz tempo, mas paramos um pouco com isso, por causa dos últimos acontecimentos. - Senti todos olhando pra mim enquanto eu continuei comendo. - Mas acho que foi bom, Luan percebeu que me ama. 
- Paula, a gente não precisa ficar falando sobre isso. - Falei impaciente. 
- Se não falasse, eles não iam entender Luan. - Suspirei fundo. 
- É, então continue. - Sorri ironicamente. 
- Eu sempre soube! - Bruna sorriu. - Você é a mulher ideal pro Luan. 
- Faço muito bom gosto também Paula. - Meu pai sorriu. 
É claro que ele faz, pensei né? Imagina se não fizesse... 

Logo em seguida sentamos na sala e as mulheres começaram a conversar sobre a formação de Paula e sei lá mais o que, já que fitava um ponto fixo na parede e ali permaneci por muito tempo.
- Não vai beber Luan? - Meu pai disse chegando com uma latinha de cerveja. 
- Não, ainda tenho que levar a Paula embora. 
- Ela pode dormir aqui.
- Ela precisa ver uma coisa do escritório bem cedo amanhã. - Dei desculpa. 
- Tudo bem. - Ele se aproximou e se certificou que ninguém escutava. - Tem certeza, sobre isso? Você não precisa casar agora Luan.
- Achei que tivesse ficado feliz. - Disse. 
- Fiquei, mas eu só quero a sua felicidade. 
- Relaxa tudo bem? - Sorri. 
Só queria que ele parasse de falar sobre o assunto, ou eu teria um ataque e jogaria na cara de todos umas boas verdade. Minha felicidade, que frase irônica.

Assim que convenci agradavelmente Paula a se despedir, consegui levar ela pra casa. 
- Você foi bem, só precisa melhor o humor! - Ela disse assim que entrou no carro. - É claro que sua mãe me questionou sobre Liz... 
- E você? - Me assustei. 
- Confia em mim e esquece. 
- O que você disse? - Perguntei impaciente.
- Que é passado. Foi somente uma fase escura da sua vida e fim. 
- Então eles desconfiaram. 
- Um pouco, mas é normal. Estranharia se não houvesse desconfiança. 
Parei em frente à sua casa.
- Pronto noiva... - Fiz careta. 
Paula deu uma risada e depois sorriu. 
- Você vai se acostumar. 
- Vou, prometo. - Disse de má vontade. 
Ela então virou meu rosto pra si e me deu uma um beijo. Eu retribui, por que afinal, a decisão foi minha, eu tinha que assumir ela. Eu sabia que só precisava falar com Liz e tudo ficaria bem. 
Assim que ela saiu, peguei meu celular. Havia 6 chamadas de um número do Rio, e meu coração bateu mais forte. Retornei na mesma hora, mas não atendeu. Fiz isso mais 3 vezes, e ainda sim nada. 
Passei a mão pelos cabelos apressado, sem saber o que fazer agora. Era Liz, meu coração dizia, e eu tinha ferrado tudo. Comecei a chorar enquanto tentava ligar de novo, mas não tive resposta alguma. Se eu não tivesse inventado essa palhaçada, eu poderia ter falado com ela. Tudo que eu não precisava era ir pra minha casa, então sem saber muito o que fazer, dirigi até a casa do Rober. 
Ele atendeu de pijama, com a cara de sono. 
- O que foi cara? - Disse enquanto eu entrei com tudo pra dentro do apartamento.
- Liz me ligou! Eu não sei o que fazer.
- Você não vai casar com a Paula? 
- Vou, mas a Liz ligou, você ouviu o que eu disse? 
- Você disse que ela não tinha seu telefone de cabeça. 
- Foi o papel que eu dei pro amigo dela. - Disse atropelado ligando novamente, então vi que tinha feito besteira. Nem ele sabia da viagem.
- Papel? 
- É, tá legal? Eu não fui só pra Angra. 
- Luan! Seu pai podia descobrir...
- Que se dane! Da pra me ajudar? 
- O que a gente vai fazer? - Ele disse sentando. 
- Não sei, achei que você tinha uma ideia. 
- Deixa eu ver. 
Ele olhou a ligação e depois me olhou. 
- Como você sabe que é ela?
- Só pode ser. 
- É pode ser uma das suas fãs loucas. - Elas não são loucas.
- Luan, é sério. Como você sabe? 
- Eu não sei! - Disse nervoso. 
- Não surta, tudo bem? Você vai casar e boa. 
- Não cara... 
- Luan, se acalma primeiro e depois a gente vê. 
- Eu vou no banheiro. - Levantei, dando pra ele o celular. 

Rober POV. 

Assim que ele me deu o celular eu decidi colocar o número no wpp. Assim que atualizou, abriu a foto do menino que estava com Liz na boate no dia em que se conheceram. Rapidamente apaguei o número, bloqueei o menino e depois apaguei do celular. 
- Um dia você vai me agradecer por isso. - Disse, triste.
Algum tempo depois Luan voltou. 
- Eai? 
- Eu liguei. 
- Ligou? 
- Sim, e atenderam. 
- Quem era? 
- Uma fã. Mas inventei uma desculpa e elas vão parar de te encher. Apaguei o número também. Não atende mais. 
- Tem certeza? - Ele disse decepcionado. 
- Sim, assim que atenderam elas começaram a chorar. 
- Eu realmente achava que era ela cara... 
- Eu sinto muito. Só segue sua vida, vai ser melhor pra todo mundo. 

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Indicações de fanfics (clica em cima); 1, 2, 3.  

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

16º - Liga logo!

- Felipe, eu tenho uma ideia! 
Bia gritou depois de alguns segundos totalmente dramáticos onde segurava ma minha mão minha última chance de falar com ele. 
- Qual? 
- O papel oficial. Que ele te deu. Você disse que passou a limpo.
- Deixei na minha cama, mas sumiu. Acho que voou, não sei, já fiz minha empregada vasculhar o quarto e ela não achou. 
- A gente tem que achar isso. - Bia disse.
- Gente, talvez todos tenham razão. Não é pra dar certo, olha todos esses problemas. 
- Você vai desistir? Ele veio atrás de você! 
- Não, não vou. - Falei decidida. - A gente vai procurar. 
- Vamos todos lá em casa e a gente tira meus móveis do lugar, mas a gente acha. Tem que estar lá. 
- Quando limpou, não foi jogado no lixo? 
- Não, ela olha tudo antes de jogar, e não viu ele. 
- Então tem que estar lá. - Disse esperançosa. 
- Eu vou com os meninos e a gente procura. Hoje! - Bia disse. 
- Meus pais vão sair à noite. - Felipe disse. - Posso falar que vamos fazer um trabalho. 
- Eu vou dar um jeito, eu posso sair escondida. 
- Não, Bia, seu pai vai falar que você foi encontrar ele. É segunda, o dia oficial das visitas.
- Luan está proibido de pisar aqui! - Disse. - Posso falar que vamos fazer trabalho. 

O dia passou rápido e me arrumei pelo fim da tarde. Assim que meus pais chegaram, eu apareci na sala. 
- Preciso fazer um trabalho na casa do meu amigo. 
- Não, de jeito nenhum. - Meu pai falou.
- Vou ficar sem nota.
- É só um trabalho Roberto. - Minha mãe falou. - Ela vai voltar logo. 
- Tudo bem, mas eu levo você. 
Então ele foi capaz de me levar até a porta da casa de Felipe num condomínio do Rio. Felipe disse que seus pais estavam pra chegar e ele conversou com meu país, Bia até apareceu com uma cartolina na mão, na maior encenação, e assim que ele saiu, saímos correndo pro quarto do Felipe.
- A gente tem que achar. - Disse.
Olhamos atrás de cada porta, de cada quadro e embaixo de cada objeto de decoração.
- Só falta atrás dos móveis pesados. - Caio falou se jogando cansado na cama. 
- A gente não pode desistir. - Felipe disse levantando e puxando Caio pela camisa. - Vai cara, levanta e vamos empurrar os móveis. 
Primeiro foi a escrivaninha, e logo depois uma estante de coleção de carinhos. Eu e Bia vasculhamos as duas por trás, e nada. 
Então faltou o guarda roupa. Caio e Felipe puxaram com dificuldade, e então eu vi um papel lá atrás, perto da lateral oposta. 
- Ali Bia! - Gritei, por que ela estava mais perto. 
A euforia tomou conta do quarto e assim que ela pegou, entendeu pra Felipe. 
- É esse mesmo! - Ele riu alto comemorando. 
Eu corri até ele é peguei na mão, limpando de leve a poeira. 
- A letra dele. - Sorri pros três. - Nem acredito meu Deus, obrigado! - Nos abraçamos e comemoramos pedindo uma pizza, já que estava perto da hora de ir embora. 
- Nem acredito que vocês fizeram isso por mim, não sei nem como agradecer! - Disse sorrindo pra eles.
- Liga. - Bia falou. 
- Isso, liga! - Felipe disse me dando seu celular. - Pode usar a vontade! 
- Liga logo! - Caio disse ficando ao meu lado. 
- Estou louca pra ouvir a voz dele. - Disse discando os números tremendo.

Luan POV.

Quando contei que traria Paula pra jantar em casa, meus pais ficaram radiantes e parecia até que quem viria era o Papa. Minha mãe preparou a comida preferida dela e todos se empenharam, até Bruna foi pra cozinha fazer uma torta que Paula gostava. 
- Não exagerem, é só um jantar. - Ri, falando antes de sair pra pegar Paula.
Assim que cheguei, mandei mensagem e esperei no carro, estava nervoso, ansioso, precisava que tudo desse certo e ao mesmo tempo tinha dúvidas sobre isso, se era mesmo o que eu tinha que fazer. Mas batidas na vidro me chamaram a atenção e Paula entrou no carro assim que eu liberei. Ela estava muito bonito, muito pouco tinha visto ela tão bem arrumada. 
- Nossa, vai na minha casa mesmo, tem certeza? - Ri.
- Como você é bom com elogios... - Ela riu. 
- Está linda. - Sorri. 
Ela foi o caminho todo falando sobre a reforma, que estava quase completa. Me ofereci pra ajudar na decoração que ela faria no dia seguinte sozinha e ela ficou bem feliz até por meu gosto. Assim que parei o carro na porta de casa, e ia sair, respirei fundo, nervoso, e ela percebeu. 
- Quem vai contar? 
- Eu, eu conto quando estiver preparado e for o melhor momento. Você vai ajudar? 
- Confia em mim. 
- Tá, tudo bem. Eu confio. 
- Você quer fazer isso dar certo não quer? - Ela virou meu rosto pra si. 
- Quero. 
- Então aja naturalmente. 
- Como Paula?! É tão fácil pra você? A duas semanas eu estava no Rio quebrando o pau com o pai da Liz na frente do meu pai! Isso não é natu... - Ela me interrompeu. 
Levei um susto quando seus lábios tocaram os meus e eu perdi totalmente a ideia do que eu estava falando, mas não pro lado de paixão e nada disso, mas pelo susto mesmo. 
- Dessa forma! - Ela disse sorrindo colando novamente os lábios no meu. - Só relaxa... - Ela então iniciou um beijo cadenciado, e pediu passagem pra minha boca. 
Eu não tive como não retribuir. Meu coração estava tão esmagado que eu me senti confuso no momento. Era estranho beijar ela, mas eu queria que toda aquela confusão desse certo e pra isso eu sabia que isso teria que acontecer uma hora ou outra. Só não esperava que fosse tão de repente. É o beijo dela não era nada parecido com o de Liz. Eu preferia o de Liz. 
Assim que paramos, ela me olhava sorrindo enquanto meu estômago parecia que estava dando voltas. Eu estava tão nervoso que poderia ter um ataque de ânsia naquele mesmo momento, e não por causa de Paula, eu amava dela, como amiga, mas amava, mas por causa do nervosismo de assumir um casamento. Foi naquele momento que minha ficha começou a cair. Até por que, aquele casamento, diferente do que eu tentava imaginar até agora, não seria nada de mentira. A única mentira, era o amor que eu não sentia por ela.

Divulguem muito a fanfic pra mim por favor! hahah
Estou muito feliz com os comentários de vocês...
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

15º - Sem Liz.

Eu tinha tomado uma grande decisão. 
Não voltei a ver Paula depois daquele dia, mas pensei muito sobre o que ela disse durante as viagens de shows e na semana que passou. Pedi pra encontrar ela em seu apartamento na quinta seguinte. Queria conversar e já ir logo viajar, já que queria um tempo pra me acostumar com tudo isso. Cheguei com nossa comida, japonesa, e entrei dando um beijo em sua testa. 
- Disse que precisava falar comigo.
- Vamos comer primeiro. - Sorri. - Enquanto isso você me conta do consultório. 
Ela me contou enquanto a gente comia que estava quase terminando a reforma. O pai de Paula era um médico neurologista bem famoso em São Paulo e deu pra filha um lugar na sua clínica de presente. Ela estava fazendo uma reforma inteira pra sala dela e acabou me mostrando algumas coisa que havia chegado pelo correio. 
- Vai ficar incrível! - Ela sorriu. 
- Vai mesmo, assim que ficar pronto, quero ver hein! 
- Claro que vai ver! - Disse me abraçando. - Vai ser o primeiro... 
- Preciso falar com você. - Você pode pensar mais na proposta. 
- Já tenho uma resposta. 
- Luan, não nega agora, pensa melhor e... 
- Eu aceito. 
Ela ficou alguns segundos me olhando e sorriu. 
- Aceita?
- Aceito. - Sorri meio forçado. - Eu nunca imaginei... Nós dois... E... Mas a gente se conhece muito e não tem como dar errado né? - Ela riu. 
- Claro que não! - Ela sorriu e pegou meu rosto com a mão. - Eu sei que é complicado, mas olha... Eu prometo que eu vou fazer de tudo pra te fazer feliz. Vida nova. 
- Eu acredito. - Disse. 
- E como vai ser? 
- Não sei, não pensei em nada. Acho que primeiro temos que contar pro meus pais e pra Bruna, e estou com medo deles não acreditarem. Segunda você pode ir jantar em casa.
- Deixa comigo isso! - Ela sorriu animada. - Segunda? 
- É, só preciso de um fim de semana pra me acostumar com isso tudo e não pirar... - Ri. 
- Isso, tira esse fim de semana, e depois a gente entra de cabeça. Só não esqueça da minha única condição. 
- Sem Liz, pode ficar tranquila. - Disse sem olhar pra ela. 
Logo em seguida, Paula começou uma maratona de falas sobre o jantar na segunda e eu quase me joguei da janela, então inventei uma desculpa qualquer e fui embora deixando pra trás uma "noiva" animada. 
Eu me casaria sim com Paula, mas agora eu tinha um plano. Eu tinha pensado muito e faria isso por mim e Liz. Casaria, depois iria atrás dela. Com a minha liberdade de volta, poderia ir pro Rio quando quisesse, e nada mais me impedir ia de ficar com minha neném. Paula não precisava saber disso, e nem ninguém mais. E além disso, com as notícias do casamento, seu Roberto devolveria a liberdade a Liz também, e assim tudo seria mais fácil. Eu ainda precisava descobrir quem tinha mandado as fotos, mas depois de algumas semana se tentativa, desisti. Não tinha uma pista. 
É claro que eu achava tudo isso loucura, mas eu não me importava de viver isso por ela. Só me preocupava com Liz recebendo as notícias por manchetes já que eu não consegui falar com ela, e estava à espera da sua ligação que não veio. Mas eu tinha de que ela entenderia. Eu a amo muito. 
Por outro lado, Paula também fazia isso por amor e eu tinha plena certeza disso. Ela me amava, e pra ela, isso bastava. Eu tinha certeza que ela tinha feito a proposta por que vê em sua cabeça que poderia com o tempo, me fazer amá-la. Mas eu sabia que isso nunca aconteceria. Eu amava Liz e não tinha a mínima intensão de mudar isso. 

Liz POV. 

Eu estava surtando! 
Primeiro que meus pais tiraram férias e me levaram pra Orlando na casa da minha avó paterna. Do Rio até lá agindo como se nossa vida estivesse perfeita e não de pernas pro ar. O nome "Luan" era proibido. Eu nem sabia o que ia fazer, mas tentei pegar meu celular pra marcar o número de Luan e não consegui, já que ele tinha guardado desligado no cofre que eu não sabia a senha. Passei dias angustiantes sem nem poder falar com Bia e me sentindo presa. 
Quando enfim voltamos pro Rio fui informada que só sairia de casa pro colégio, isso por que convenci ele a não me mudar alegando que ficaria prejudica em sair no meio do terceiro bimestre. Assim que pisei na segunda, duas semanas depois do ocorrido, de volta na escola, Bia veio correndo na minha direção.
- Senti muito sua falta. 
- Eu também Bia, estou enlouquecendo. 
- Não conseguiu pegar o telefone? 
- Ainda não. 
- Estive olhando todas as matérias, e não tem nada demais. Fora que ele estava no Rio semana passada. - Meu coração bateu mais forte.
- Aqui? 
- Não, em Angra. 
- Sozinho? 
- Sim. Cada dia isso fica mais estranho. Uma semana to... - Um grito interrompeu nós duas. 
- Liz! - Felipe e Caio vieram na minha direção e me abraçaram. - Sentimos sua falta. 
- Estava com saudades... 
- Vamos pra quadra? 
- Quadra? 
- Tem 20 minutos até a aula começar , não deve ter ninguém e nós precisamos conversar. 
- Vamos! 
Seguimos os quatro até a quadra, que realmente estava vazia. Assim que me sentei, Caio fez a pergunta. 
- O que está rolando entre você e o Luan Santana?
- Nada, vocês sabem, daquele dia e nada mais. - Disse nervosa enquanto Bia me olhava de canto.
- Fala a verdade. 
- Conta amiga. - Ela disse. 
Acabei contando tudo pra eles, que ouviram atentos e por fim se olharam. 
- Eu tenho uma coisa pra te contar. 
- Fala. - Disse nervosa. 
- Ele esteve aqui, procurando por você. 
- Quem? Luan? Quando? - Meu coração pulava de alegria. 
- Na terça na hora da saída. Ele parou eu e o Caio perto da escola, disse que lembrava da gente e perguntou por você.
- E então? 
- Disse pra ele que você estava viajando, expliquei por cima né? Não sabia muito. 
- Bia já tinha ido embora. - Caio completou.
- E ele? 
- Ficou bem triste, mas... - Eles se olharam. - Ele me deixou um papel, com o número dele, e pediu pra dar a você e pedir pra você ligar pra ele assim que pudesse. Mas, eu... - Ele levou a mão no bolso e eu quase fiquei radiante, até que vi o que ele estava falando. - Eu fui pra casa. - Ele me deu um papel branco com alguns números apagados e eu formei lágrimas nos olhos. - Eu marquei novamente num novo papel maior, já que ele tinha feito num pequeno demais, e botei no bolso, pra não esquecer quando te encontrasse. Também não falamos com a Bia por que ele disse que era só pra falar com você. Eu sabia que era importante. Mas sai com Caio e a gente tomou chuva. Apagou, eu sinto muito. 

Vocês gostam que eu responda comentários? Por que dá trabalho e tal e se vocês gostarem eu continuo, mas se não eu vou parar... Me contem!

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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

14º - Seus pais vão se esquecer que Liz existiu.

Estava impressionado com a minha inteligência. Assim que voltei pra casa na segunda-feira, fiz a maior cara de dó pro meu pai, e convenci ele a me deixar ir viajar. Atribui que estava muito abalado pelos últimos acontecimentos e precisava botar a cabeça no lugar, então, com a condição que o Rio ficasse fora da ideia, eu consegui para sair de casa sozinho naquela mesma noite, mas preferi pesquisa melhor pra não cometer nenhum erro. 
Passei a noite programando cada detalhe, já tinha todinho o roteiro na cabeça. Mas ele incluía estar perto do Rio, então, antes de dormir, conversei com meu pai e apresentei metade dos meus planos. Eles não incluíam Liz. 
- Angra dos Reis? 
- Tem um hotel bem tranquilo e cinco estrelas lá. Não vou chegar ao Rio pai, é longe. 
- Não sei. 
- Por favor, eu nunca fui pra Angra. 
- Tudo bem. - Ele me olhou desconfiado. - Mas estamos conversados né? 
- Claro.
Programei cada detalhe: Iria de helicóptero e pra não ser rastreado pelo cartão saquei uma boa quantia em dinheiro, depois de pegar cada telefone que iria precisar e fazer a conta de quanto em dinheiro também. Enquanto estivesse em Angra, deixaria minha marca aparente, mas depois, tudo tinha que ser feito de forma discreta. 
Sai de casa pela manhã, e fui até o Rio de helicóptero, pra pousar em Angra. Liguei pra minha família e contei como meu quarto era incrível. Mas assim que desliguei, sai em direção à recepção. Um cara de uma locadora de carros já me esperava, e ali mesmo aluguei ele, e dirigi 150 km até o Rio. 
Eu ainda não sabia bem como fazer pra ver ela, mas tinha que arriscar. Assim que cheguei ao bairro, estava próximo da hora dela sair da escola, então me dirigi até o local. Esperei um bom tempo no local em que a encontrava sempre, mas nada dela sair, então fui até mais próximo da escola. Reconheci alguns de seus amigos de longe, mas nada de Liz. Um pouco afastado da escola, vi seus amigos que estavam na boate quando a conheci e decidi que falaria com eles. Parei o carro em frente a eles dois, que estavam sentados num banco. Os dois se assustaram com o carro, e eu tirei os óculos. Me apresentei, e sorri. Os dois se aproximaram do carro e se apresentaram como Felipe e Caio. 
- Estou procurando a Liz. Sei que vocês podem guardar segredo. 
- A gente sabe que vocês se conheceram aquele dia na boate. 
- Sim!- Ri. - Sabem dela? 
- Ela não veio essa semana. - Um deles respondeu. 
- Desde ontem?
- Sim. 
- Está doente? 
- Não, ela está viajando. 
- Viajando? 
- É. Bia disse que os pais dela tiraram férias na sexta de decidiram ir viajar.
- Sabe pra onde? 
- Não. Na verdade ela está bem estranha, não falamos com ela a semana passada toda. 
- É, eu sei. Faz tempo que estou tentando falar com ela. 
- Não sei como ajudar cara. 
- Entrega esse telefone pra ela. - Disse anotando meu número num papel. - Só pra ela, por favor. 
- Claro.
- Muito obrigado! 
Me despedi e sai dali com tristeza. Parei meu carro na praia e fiquei sentando um pouco, meio afastado das pessoas, mas sai logo. Não podia correr o risco de me verem pelo Rio. 

Assim que voltei pro meu quarto, percebi que precisava tomar uma decisão séria. Eu não podia mais continuar nessa, e precisava estabelecer limites e saber até onde iria por Liz. Precisava de um plano.
A semana passou devagar, e com a minha cabeça martelando saídas que eu não tive. Liz não me ligou, e aquilo me angustiava. Acabei voltando pra casa sem ver ela e com um plano furado. 

- Como foi em Angra? - Minha me perguntou na mesa, enquanto jantava, um dia antes de voltar pras viagens. 
- Bom, não sai do hotel. - Menti. - É lindo. E tranquilo, consegui colocar a cabeça no lugar.
- Isso é ótimo. - Meu pai sorriu. - Cabeça no lugar, isso é importante! 
É claro que eu entendi a indireta, bem direta até. Resolvi entrar no jogo.
- Talvez você tenha razão pai, Liz vive em outro mundo, não é? 
- Se não fosse tão nova! - Minha mãe se lamentou. - Mas siga em frente filho, é só uma garota. 
- Estive pensando em passar a noite com Paula hoje, conversar com ela um pouco, e quem sabe... Dar uma chance pra outra mulher. - Sorri bem forçado. - Não quero problemas. 
- Eu apoio totalmente. - Meu pai disse. - Mas vou pegar no seu pé quanto ao Rio até você se casar, não quero problemas com a justiça Luan. 
- Pode deixar pai... 
- Estou feliz demais por ter percebi isso. - Ele confessou e eu somente sorri. 
Olha o fim de poço que havia me metido. 

Assim que terminei o jantar sai pra encontrar Paula. Assim que cruzei a porta de seu apartamento ela pulou nos meus braços e me deu um beijo forte. 
- Parabéns cardiologista! - Disse rindo. - Eu sabia que você ia conseguir. 
- Você tem que visitar meu novo consultório! - Ela disse fechando a porta. 
- Vou, prometo. - Disse me sentando.
Paula sentou próxima, de joelhos, e me abraçou pelo pescoço. 
- E como você está? 
- Nada bem. - Disse. - Mas vamos deixar pra lá, tudo bem?! Eu sei o que você pensa, e o que todo mundo pensa. Não estou a fim de ouvir mais que devia deixar ela pra lá e blá blá...
- Não vou te criticar, conversa comigo. Qual o plano?
- Eu não tenho um plano. 
- Não? 
- Só estou de saco cheio. Minha família ficou a semana toda pegando no meu pé, vigiando, se eu pego no telefone parece fim de mundo, e as indiretas? - Passei a mão pelo rosto. - Não sei por quanto tempo vou aguentar isso. E ainda não posso pisar no Rio. 
- Por muito tempo?
- Até eu casar. - Fiz careta. - Meu pai disse que não vai desgrudar de mim. Faz uma semana e eu estou surtando. Imagina daqui um mês!
- Casa então!
Comecei a rir e depois quando vi que ela falava sério, fiquei olhando pra ela alguns segundos pra lourinha abraçada comigo, com cara de susto.
- Que casar Paula, tá louca?
- Não, não estou. - Ela falou sério. - Sua família te deixaria em paz. Seu pai disse, até casar... 
- Eu não posso casar com a Liz. - Ri. - Preciso de autorização dos pais dela, e pode ter certeza que ele não vai me dar. 
- Não estou falando da Liz Luan! - Ela falou. 
- Não vou casar com mais ninguém. 
- Por um tempo, todos seus problemas resolvidos. E você aparecer com outra mulher, deus pais iam amar, não iam?
- Paula, que loucura meu Deus! Por que você está falando isso? - Ri.
- Por que eu te amo, você é meu melhor amigo, e eu quero te ajudar. - Ela sorriu.
Eu sabia que ela me amava, mas será que amava o suficiente pra propor um casamento desses? Ela sabia que eu amava Liz. 
- É sua vida Paula. 
- Mas eu não me importo! - Ela virou meu rosto pra ela. - Garanto que você vai ficar livre, pode ter certeza. Seus pais vão amar e se esquecer que Liz existiu. 
- Eu sei que vão. 
- Mas você tem que esquecer também. - Entendi o que ela falava. - Me dá uma chance, me deixa te ajudar, cuidar de você Luan! 
- Não sei Paula. Tenho que pensar. - Disse confuso.
- Você não tem que pensar, não tem outra saída. Você sabe disso. - Ela sorriu. - A gente sempre disse, que se nada desse certo, a gente casava. 
- Não era pra levar a sério. - Fui sincero. 
- Nada deu certo, deu? 
- Meu Deus, que loucura! - Disse com a mão na cabeça. - Você me deixou confuso, eu preciso pensar. - Disse, bem sincero. 
Fui pra casa mais cedo que o normal, com aquela proposta de Paula me pegando de surpresa. Eu não sabia o que pensar, e não tinha nenhum plano. 

Prometo que não vai ficar igual, esperem um pouco vai? Por favor!
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domingo, 25 de outubro de 2015

13º - Amores perdidos no tempo...

Cinco dias depois... 

Já era terça-feira e eu estava enlouquecendo pouco a pouco. Ficar sem notícias de Liz me tirava totalmente a paz. Andava de um lado pro outro no meu quarto na casa da praia enquanto esperava minha família se arrumar pra sairmos pra comer fora. Rober e Well também estavam com a gente. 
Eles pareciam todos felizes em estar em Pernambuco de novo e tudo que eu queria era sair de Porto de Galinhas. Eu não aguentava mais ficarem me sentindo vigiado o tempo todo. Sem contar o surto da minha mãe quando chegamos em casa na sexta e meu pai, naturalmente, contou que eu estava tendo "um caso", nas palavras dele, com uma menina. Ele até a fez parecer com 8 anos de idade. Desde de então, os dois, com auxílio da minha irmã, estavam de olho em mim 24 horas por dia. 
Fui até a varanda, de frente pro mar, e abri tentei respirar um ar puro, com o telefone na mão. Eu não desgrudava dele um segundo, com medo de Liz conseguir me ligar e eu perder sua chamada. Mas já estava perdendo as esperanças considerando que eu havia trocado de número fazia uma semana e ela ainda não sabia de cabeça. Sem seu celular, confiscado pelo pai, seria impossível. Também fiquei com medo de ligar, seu pai estar com ele ligado, e acabar ficando com raiva dela. 
Levei um susto quando a porta se abriu sem nem anunciar. Entrei no quarto de volta, guardando o celular no bolso. 
- O que você está fazendo? - Bruna perguntou desconfiada. 
- Estão prontos? - Disse sorrindo forçado. 
- Vim te chamar. - Ela me analisou. - Por que está nervoso? - Soltei todo o ar que estava preso e suspirei, levando a mão a cabeça. 
- Por que faz 5 dias que não falo com ela e não sei como está! - Disse, me dando por vencido. 
- Papai disse que você promete que não procuraria mais ela. - Ela falou. 
- Você não vai contar isso pra ele, vai? 
- Não, mas não me obrigue a falar. Não quero você enrolado com a justiça por causa dessa menina. 
- Bruna, por Deus, ninguém vai ter problemas. Isso é exagero! - Disse. 
- Vai correr o risco? 
- Não. - Me dei por vencido. - Estou quieto! Disse que não procuraria mais ela. 
- E cumpriu?
- Sim. Agora podemos esquecer Liz  e ir jantar, por favor? - Disse pegando a carteira. 
- Vamos. - Ela saiu na frente. 
Durante toda a noite, evitei pegar no meu celular. Mas também não participei muito, já que me mantive calado boa parte do tempo. Eu estava sofrendo e queria fazer isso sozinho, já que pra eles eu nem estava me importado em deixar bem evidente minha "felicidade". 
A madrugada foi longa, o que me fez ficar jogado na areia da frente da casa algumas horas somente pensando no que faria. 
- Sinto sua falta Liz. - Disse pra mim mesmo, olhando a lua. 

No dia seguinte, levantei com o barulho da casa. Enquanto mastigava meu café, com sono e totalmente alheio à conversa, levei uma bronca. 
- Será que pode demonstrar pelo menos um pouco que está feliz e tornar as coisas um pouco agradáveis? - Minha mãe pediu. 
Abri meu melhor sorriso, mais forçado impossível, e olhei pra ela. 
- Estou imensamente feliz, não dá pra ver? O que vamos fazer hoje? Ir a praia? - Todos me olhavam. - Não quero mais nada pra minha vida hoje, só isso me basta. Tão ansioso que nem comer mais quero, vou me trocar. - Disse me levantando e seguindo pro quarto. 
Assim que fechei a porta, me joguei na cama e deixei meu desespero tomar conta. Senti lágrimas caírem e jurei pra mim mesmo que eu ia ser forte o bastante por Liz. Eu iria até o fim do mundo por ela, nem que tivesse que cometer mil loucuras, eu teria ela. 

Assim que me caiu a ficha que já havia se passado uns dez minutos, levantei depressa e me vesti pra praia. Iria vestir a melhor fantasia e desviar a atenção deles, já que talvez fosse esse o melhor caminho, talvez eles poderiam esquecer sobre tudo isso e me deixar em paz. 
E assim foi, quando todos dirigiram-se juntos até um ponto bem perto da casa, na areia. Assim que me sentei ali, me dei conta que Liz amaria estar ao meu lado. Como uma boa carioca, era uma garota da praia, apesar de não ter um pingo de pele bronzeada. Me sentei ali, e fiquei. Pensando, por um bom tempo. Em certo momento, olhei pro lado e me vi sozinho. A praia estava deserta por ser baixa temporada, e todos estavam no mar. Levei um susto quando Rober se aproximou com duas latinhas de cerveja e me jogou uma delas. Abri rápido, estava calor e eu talvez precisasse muito daquilo pra distrair a cabeça. Agradeci, mas voltei a ficar em silêncio. 
- É recente ainda, você vai sair dessa. - Ele me pegou de surpresa. 
- Acontece que eu não quero sair. 
- Mas vai ter, uma hora. Eu sei que se amam Luan, e eu sinto muito de verdade. - Ele ficou parado olhando pra frente, na mesma direção que eu. 
- Obrigado. - Disse olhando pra ele e abri um sorriso amarelo. 
- Eu estive pensando... - Ele falou cauteloso. - Não sei se devo falar. 
- Começou, termina agora. 
- Você já parou pra pensar que talvez foi o melhor? Deus sabe o que faz. Ele sempre soube Luan. 
- Belo melhor. - Ri irônico. 
- Estava indo longe demais. Pelos menos, no começo, é mais fácil. Pros dois. 
- Demorou um pouco. - Olhei pra ele. - A gente já se envolveu. O destino chegou atrasadinho. 
- Eu entendo, mas quero que pense numa coisa. Nela apenas. Você amava ela, certo? - Assenti. - Então pense somente nela agora. Sabemos que na escola estava tudo ok, mas e a vida dela? Se tudo isso viesse à tona? Liz é nova pra lidar com tudo isso. 
- Tudo isso é a avalanche que vem junto comigo, né? - Ele afirmou com a cabeça após minha pergunta. - Pois bem. Eu carregou isso mesmo...
- Ela não estava preparada pra lidar com seus fãs, imprensa, revistas, fotos, elogios e críticas e tudo mais. Do dia pra noite? - Ele me perguntou. - Imagina... Num dia ela é a menina mais discreta da escola, no outro, é a mais falada do país todo. 
- Ela me ama, nada disso importa. 
- Pra ela não. - Ele falou. - Mas e pra você?
- O que está dizendo? 
- Não se importa? Dela ter que passar por tudo isso?
- Claro que me importo. - Confessei. 
- Então aceita isso! - Ele disse firme. - Eu sei que é difícil. Mas aceita que o melhor pra ela, é deixa ela seguir a vida brilhante que tem pela frente. Ela vai pra melhor faculdade, é inteligente, e vai ser a melhor profissional, seja no que quiser fazer. Vai atrair os melhores tipos de caras, as melhores amigas. Ela vai superar um dia.
- Eu não vou ouvir isso. Meu pai que te mandou aqui? - Disse querendo levantar.
- Não Luan. - Ele me puxou. - Presta atenção. Eu sei que você quer o melhor pra ela. E é pro bem dos dois que estou falando isso. 
- Eu sei que baguncei a vida dela, tá legal? - Rosnei. - Mas amor encaixa tudo. 
- E em nome dele você deixaria sua família? - Ele me pegou de surpresa com aquela pergunta. Então fiquei em silencio. - Eu sei que não. Agora, pensa um pouco. Você acha que ela teria que fazer o que por você? 
- Não precisa ser assim. 
- Precisa. Os pais dela nunca vão aceitar. Eles não têm esse direito, mas você sabe que fariam! Ela pode sair agora, enfrentar tudo por você. Você também pode. Mas da mesma forma que eu sei que ela não ia querer que você fizesse isso, você não quer que ela perca os pais. 
- Claro que não. - Disse pensando naquilo, bem confuso. 
- Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe não foi o melhor pros dois? Aliás, pelo menos pra uma das partes, foi. 
- Ela está sofrendo também.
- É, ainda vai sofrer muito. Mas uma hora passa. Ela vai fazer a vida dela e você vai ficar orgulhoso da mulher que ela vai se tornar. 
- E o amor?
- O amor é outra coisa, não tem nada haver com estar perto de corpo. É de alma. As mais lindas histórias de amor são assim... Elas não aconteceram, elas são de amores perdidos no tempo. 
- Não vou ser feliz sem ela. 
- Você aprende quando perceber que ela ficará melhor onde ela está. Talvez, lá seja o lugar dela. - Ele disse se levantando em direção ao mar. 
- E onde é o meu lugar? - Disse mais alto pra ele ouvir. 
Rober se virou e me olhou com tristeza. 
- Você sabe onde é seu lugar. Onde é sua vida. Você conquistou ele Luan! 
Ele voltou a andar até seu destino e eu suspirei, com pesar.
- Eu tenho um novo lugar, novos braços pra morar, você só não sabe disso Roberval... 

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sábado, 24 de outubro de 2015

12º - Liz é chave de cadeia!

Eu não podia acreditar no que tinha ouvido. Meu coração foi se apertando cada vez mais. 
- Vou manter ele bem longe do estado, e se for preciso vir, virei junto. Eu, tanto quanto o senhor, não quero mais problemas, e não aceito esse relacionamento. Luan tem uma imagem a zelar, e não pode ter esse tipo de problema com a lei. Farei ele entender isso hoje mesmo. 
- Agradeço muito e... 
Fomos interrompidos com passos rápidos na escada e Liz surgiu correndo na minha direção. Me levantei e abri os braços pra ela, que se enterrou neles começando a chorar. 
- Vai pro quarto agora Liz! - Seu pai gritou.  
E então ela me escondeu atrás de si. 
- Não, me deixe só falar com ele então, por favor! 
- Não, nada disso, sobe agora! 
- Pai, me despedir, por favor. - Ela disse chorando.
Olhei pro meu pai, pedindo ajuda e então percebi no seu olhar que ele não queria fazer aquilo. 
- Seu Roberto, deixe os dois se despedir. Não iram se ver mais. Enquanto isso podemos conversar a sois. 
Ele pensou por alguns segundos e então assentiu. Liz agradeceu e subiu as escadas correndo, me puxando pela mão, bem forte. Assim que chamamos em seu quarto, ela trancou a porta e me abraçou. 
- Ah meu Deus...
- Como ele descobriu? - A apertei num abraço cada vez mais forte.
- As fotos, chegaram por baixo da porta. 
- Fotos? 
- Essas... - Ela pegou na cama e me mostrou as fotos que somente nos dois tínhamos. 
- Você deixou alguém ver? 
- Não, estão numa pasta bloqueada. Só Bia viu, mas do meu lado. 
- Não deixei ninguém ver elas. - Disse confuso. 
- Foi do seu, só pode, te garanto que aqui não foi. 
- Vou descobri, eu prometo. 
- O que vamos fazer? - Ela perguntou me dando beijos nos lábios. 
- Não sei. - Suspirei, guardando seu perfume na minha mente. - Mas eu vou pensar em algo. Meu pai já disse que não venho mais pro Rio, e ele vai cumprir. 
- Enfrenta ele, me avisa e vem. Eu tento enrolar meus pais. 
- Eu não posso. Apesar da idade, meu pai ainda manda muito em mim. E eu temo que ele pode ligar pro seu e contar, não quero que você sofra as consequências aqui. 
- Vai acabar assim? - Ela me perguntou chorando.
- Não, claro que não. - Passei a mão por seu cabelo. - Eu vou dar um jeito, eu vou resolver. Enquanto isso você vai andar na linha aqui. 
- Entendi, tudo bem.
- Me promete que me espera? - Pedi. - Espera eu voltar, mesmo que demore... Não vai me esquecer?
- Eu te amo, muito. Não vou te esquecer. - Peguei seu rosto entre minha mão. 
- Eu te amo, e também não vou te esquecer. Eu prometo, eu volto. Nem que a gente tenha que fugir pra bem longe até eles aceitarem. Nem que eu tenha que fazer mil loucuras, eu volto.
- Eu confio em você. - Ela disse sorrindo.
Ficamos um tempo nos beijando e bem justos. Liz chorava muito e eu também. 
- Minha neném. 
- Como que vou dormir sem o seu boa noite? 
- Você vai ficar bem. Vai mostrar pra eles que está ótima, e fazer eles esquecerem. Então se cuida, faz tudo certinho. 
- Eu vou me cuidar. Se cuida também. E não me deixa aqui pra sempre. 
- Não, eu prometo. Minha luz, minha coisa mais linda. - Disse sorrindo e beijando cada canto do rosto dela, que estava sentada no meu colo. 
Segundos depois, sua mãe bateu na porta e me mandou descer. Descemos os dois então, de mãos dadas. E seu pai foi logo me mandando se separar dela. Lhe dei um beijo na testa e ela se apoiou na parede e ficou me olhando com uma carinho que me cortava no coração. Meu pai me chamou e depois de se despedir, fomos embora. Assim que pisamos pra fora do prédio, meu pai começou. 
- Não acredito que você fez isso... 
- Pai, por favor, eu já sei, me deixa quieto vai. - Disse entrando no carro.
- Você só pode ter ficado muito louco pra fazer isso... - Ele me ignorou, e começou a falar durante o caminho. - Ele ia te denunciar! E se eu não tivesse vindo junto? Ia parar na delegacia? 
- Ela não ia deixar eu ser indiciado pai... 
- Ela é menor! Não tem que deixar ou não deixar... - Ele quase gritou. - 16 anos Luan? O que você tem na cabeça de vento?!
- Eu não pedi por nada disso, tá legal? 
- Mas deixou acontecer! 
- Pai, eu amo ela e nada vai mudar isso... 
- Então você vai ficar bem longe daqui até essa garota fazer 18 anos! 
- Você não pode me controlar assim! - Bati no volante com raiva no semáforo. 
- Eu posso sim, não quero um filho preso!
- Tudo bem pai... - Me dei por vencido já planejando mentalmente que iria escondido, como sempre fui. 
Mas ele parecia adivinhar meus pensamentos.
- Não vou deixar você fazer besteira... Eu vou vir pro Rio com você. 
- O que? - Quase gritei. - Quantos anos você acha que eu tenho?
- Acho que uns 16 como ela, pra estar fazendo essa loucura. Você pirou, Luan! 
- Pai, pra que tanto drama meu Deus! Eu não desistir dela, vou ficar fora por uns tempos e quando eu puder, eu volto! 
- Quando você puder voltar, já vai ter idade de estar casado! Não namorando uma menina Luan! 
- Eu decido a minha vida! 
- Luan, pensa bem. A diferença de idade é enorme! - Ele falou desesperado. - Vocês estão em etapas diferentes. Quando você quiser casar, ter um filho e sei lá, ela ainda vai estar entrando na faculdade! 
- A gente pode superar isso, sempre superamos pai! 
- Você vai esquecer ela. E vai me obedecer. 
- Já disse que tudo bem... - Falei devagar, tentando manter a calma e não chorar. Planejava ficar na minha que ele não ia ficar em cima. 
- Você acha que eu não sei que você não ia aceitar assim? Bem que sua mãe avisou que havia algo errado, mas eu achei que você não fosse tão idiota! Liz, é esse o nome dela não é? Liz é chave de cadeia! - Ele disse. - Não pense que vai me enganar... Vamos conversar no hotel. 
Respirei fundo e tentei segurar as lágrimas. Mas assim que entramos no quarto de hotel, ele comecei ainda mais. 

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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

11º - Luan não vai mais chegar perto da sua filha...

Durante o caminho meu pai me encheu de perguntas, mas elas não foram respondidas. Eu só levei a mão a cabeça e fiquei o tempo todo pensando em uma solução. 
- Estou falando com você. 
- Tudo sobre controle pai... 
- Não é o que parece! - Ele falou baixinho, mas nervoso. - Por que tem que sair assim, de noite, nessa pressa?
- Eu baguncei um pouco a vida dela. - Disse. - Tenho que me responsabilizar por algumas coisa... 
- Ela está grávida? 
- Não pai, por Deus! - Disse assustado. - Não tem nada disso. 
- Não vejo outra explicação. 
- Está tudo sobre controle, eu espero. - Disse, e ele sossegou, vendo que eu não abriria mais o problema. 
Assim que chegamos, havia uma locadora de carros aberta, então fiz questão de pegar um. Se desse algum problema, não poderia sair por aí de táxi. Dirigi até o prédio dela, onde já conhecia bem o caminho. Quando estacionei, me senti perdido. Não sabia bem o que fazer ainda. 
- E agora? 
- Não sei. - Disse. - Acho que vou pedir pra me deixar entrar. 
- São 23h00. Não é hora. 
- Pode ter certeza que ninguém tá dormindo. - Ri fraco saindo do carro. 
- Luan! - Meu pai saiu atrás. 
- O senhor fica pai.
- Não, não mesmo. Vou com você. 
- Pai, já te pedi, assunto meu. 
- Eu não entro, mas vou até o bloco com você. 
- Tudo bem. 
Me dirigi com ele na minha cola até a portaria. Havia dois prédios e preferi deixar o carro pra fora. Assim que cheguei na portaria, percebi que era bem equipada com segurança. Era um condomínio de alto padrão, e eu apesar de ao saber muito sobre seus pais, sabia que eles eram médicos muito importantes do maior hospital do Rio. Assim que me identifiquei, eles me informaram que iriam pedir autorização. Eu já sabia que podia dar com a cara na porta, mas me deu um medo enorme da minha situação ser mesmo essa, mas pra minha surpresa, seu pai liberou minha entrada. Fui informado pelos porteiros que Liz morava na cobertura do bloco 2. 
- Você conhece os pais dela? - Meu pai perguntou.
- Não na verdade. Bom, me espere aqui. - Disse chegando no prédio. 
- Vou subir com você. 
Não pudia questionar, pra ele não perder a cabeça antes mesmo do barraco acontecer, então só assenti e subimos. Assim que sai do elevador, dei de cara com uma única porta. Meu pai sentou uma poltrona que havia no hall e eu bati na porta. Não demorou a ser aberta, mas fui surpreendido com o pai dela furioso fechando ela atrás de si. 
- O que você está fazendo aqui? Não entendeu o que eu disse? - Ele partiu pra cima de mim e só vi os olhos assustados do meu pai, agora ao meu lado. 
- Eu só quero conversar. - Disse tentando respirar normalmente. - Me deixa entrar e conversamos. 
- Eu já te mandei ir embora e não chegar mais perto dela! - Ele quase gritou. - Ou vou te denunciar! 
- O senhor não pode fazer isso! - Respondi. 
- Opa, vamos manter a calma, cala a boca Luan! - Meu pai disse e sorriu pro homem furioso a minha frente. - Oi, tudo bem? Desculpa a confusão, essa hora da noite. Eu estou meio perdido, não sei de nada da história, mas sugiro que a gente entre e converse em particular, e não no corredor. Quem sabe não posso te ajudar? - Ele estendeu a mão pro pai de Liz, que apertou meio receoso. - Amarildo. 
- Roberto. - Ele disse. - Entre. Mas mantenha seu filho bem comportado, por que se não eu vou chamar a polícia e a gente vai resolver isso tudo... 
- Não vai ser preciso. Luan não vai sair do lugar! - Ele sorriu me olhando de canto. 
Agora tinha ferrado tudo! 
Seu Roberto nos deu licença e entramos devagar. Era uma sala de estar cheia de porta retratos, e na maioria deles havia lindas fotos da minha menina junto aos seus pais. Sua mãe chegou assustada, sem saber como reagir, e somente nos cumprimentou com a cabeça, e então meu pai se apresentou. Ela se parecia muito com Liz, era a cara dela pra falar a verdade. 
- Bom, se puder me inteirar da história, posso ver no que posso ajudar. - Ele disse assim que se sentamos no sofá. 
- Seu filho é um tarado, maniaco. Influenciou minha filha e... 
- Senhor, calma, não é bem assim! - Disse interrompendo ele com as mãos no rosto. 
- E é como então? 
- Nós nos apaixonamos. Aconteceu! - Disse simplesmente.
- Você só quer usar ela, mais uma pra sua vida. 
- Liz não é mais uma.
- Luan, se acalma. - Meu pai falou e eu assenti. - Creio que possa me explicar, os fatos. 
- Bom, não sei. Descobri hoje que os dois tem um caso. Mas seu filho tem vindo ver ela constantemente. 
- Bom, essa semana que tomei conhecimento que Luan estava vindo pro Rio, mas somente sei que tem alguma menina no meio e nada mais. E não sei nada ainda da história. 
- Só recebi algumas fotos dos dois hoje é você pode entender minha preocupação e minha reação. Mas não sei muito bem o que houve. - Meu pai afirmou, pensando que ele estava falando da minha fama, coitado. 
- Então, Luan, pode explicar o que está acontecendo? - Pediu.
- Posso, quero desde o começo, mas não me deixam falar! - Disse estressado. 
- Somente explique Luan. 
- A gente se conheceu numa festa, ficamos, e aconteceu. Eu não sabia nada sobre ela, mas eu gostei. Voltei, por que eu realmente me encantei por ela. Somente na terceira vez eu descobri a idade dela e... 
- Como assim? - Meu pai perguntou. 
- O senhor não sabe? - Roberto questionou e meu coração bateu mais forte. 
- Não. 
- Liz tem 16 anos. Agora me entende? - Seu pai confirmou.
- Perfeitamente. - Ele disse assustado me olhando. - Continue Luan Rafael! 
- Pai... 
- Agora! - Ele disse mais alto e eu já comecei a chorar. 
- Eu me afastei dela, mandei ela embora do hotel. - Mexia nas mãos. - Mas eu já estava apaixonado. E voltei novamente. E então a gente tem se encontrado desde então. Mas eu queria deixar bem claro que eu quero ela como minha namorada. Ela não é mais uma, eu a amo, estou realmente apaixonado. 
- É uma pena, por que já te falei que se você voltar a se aproximar de Liz, eu vou denunciar você.
- Liz tem 16 anos, a lei permite. - Enfrentei. 
- Digo que você a influenciou. Isso a lei não permite. 
- Isso não é verdade! - Disse mais alto.
- Que se dane a verdade, você não chega mais perto da minha filha!
- Vamos se acalmar por favor. - Meu pai pediu. - Passou, os dois erraram, e agora que sabemos de tudo, passou... 
- Pai! 
- Cala a boca Luan! - Ele me disse. - Vamos esquecer isso, tudo bem? Te dou minha palavra que Luan não vai mais chegar perto da sua filha! Não vai ser preciso denunciar ninguém. 

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10º - Você não vai denunciar ninguém!

Levei a mão no rosto assustada, sem reação, e me afastei chorando. Minha mãe puxou meu braço e então ouvi gritos para ele se acalmar. 
- Não criei filha pra ser vagabunda! 
- Você não sabe de nada pai! - Disse firme. - Vamos sentar e conversar... 
Luan me dava uma força que eu não tinha. Ele tinha, todo esse tempo, me preparado para algo do tipo.
- Conversar nada! - Ele estava furioso. - É bom você ficar longe dele, por que se não, eu vou denuncia-lo!
- Você não vai denunciar ninguém. Eu estou com ele por que eu quero! - Disse bem alto. 
- Você é uma criança! E ele um tarado! 
- Eu sei bem o que eu quero! Eu amo o Luan e vocês não vai mudar isso. 
- Vou mudar sim! Sou seu pai e eu que mando aqui. 
- A gente tem uma historia! Não escolhemos nada disso, aconteceu! 
- Que história menina, você pirou é? - Ele riu. - Devia deixar você se ferrar, ele só quer te usar, e logo vai desaparecer, você já deu o que ele queria! 
- Você não sabe de nada pai! O que aconteceu com nós dois, só a gente vai saber! Só eu sei o que eu sinto e tudo que ele já me disse. Eu vi nos olhos dele sinceridade. - Sorri entre lágrimas. - É todo amor que ele me deu, ninguém nunca vai me dizer que era falso. Ele me amou cada segundo desses 3 meses, e não foi à toa que saiu de SP pra vir me ver. 
- Pra te comer!
- Não fala assim comigo! - Gritei.
- Alguém tem que te mostrar a realidade. 
- Você nunca iria saber disso. 
- Se queria esconder isso... Fizesse direito. Não tenho culpa que chegou isso aí pelo correio. - Ele respirou fundo. - Não acredito nisso! 
- É só um cara pai! Eu o amo, isso não conta nada pra você? 
- Ele tem o dobro da sua idade! - Ele disse rangendo os dentes. - Você não sabe como me decepcionou, todos os dias na escola a tarde e... Pra mim chega! - Voltou a gritar. - Cadê seu celular? Cadê? 
- Não sei. - Tremi. 
- Agora! - Peguei o celular e antes que fechasse a chamada do Luan, meu pai pegou com tudo da minha mão. 
- O senhor não pode fazer isso! Eu vou aí, a gente conversa... - Luan disse desesperado e meu pai ficou furioso. 
- Você não me apareça nunca mais. Fique longe da Liz ou eu te denuncio. 
- Luan! - Gritei, mas meu pai desligou a chamada e o celular. 
- Agora você... Está de castigo. Não fala mais comigo. - Ele disse saindo do quarto. 
Assim que ele saiu, eu me joguei na cama chorando. Não sabia o que fazer. Precisava falar com Luan, mas nem tinha como. E eu estava completamente perdida. 

Luan POV. 

Fiquei desesperado quando ouvi o pai de Liz pelo celular, ainda mais quando ele começou a falar sobre nós dois. Não sabia o que pensar, havia programado mil coisas pra caso esse dia chegasse, e agora eu estava em desespero. Preferi ficar quieto ao vê que ela havia escondido o celular, mas cada palavra de ofensa que ele dirigia a ela, eu tinha raiva. Ouvir ela chorar daquela forma mexeu tanto comigo que eu estava estagnado chorando. Minha cabeça começou a fazer mil planos, sobre o que faria agora, mas a única coisa que eu não podia era perder ela. 
De repente me deu um medo enorme de ele colocar ela pra fora de casa ou fazer algo com ela. E toda a culpa era minha. Tomei então uma decisão. Iria pro Rio. 
Comecei a pegar uma mochila e jogar algumas roupas dentro, sem me importar de verdade com o que estava ali. Chamei um táxi. Entrei na internet e verifiquei o próximo voo, dentro de uma hora e pra minha sorte ainda tinha passagem. Eu tinha que andar logo e agradeci por já estar vestido de acordo. Desci correndo as escadas, depois de pegar tudo que precisava, mas me arrependi assim que dei de cara com meus pais na sala. Eu não havia pensado no que dizer a eles.
- Onde você vai essa hora?! - Perguntou. 
- Han... - Me enrolei. - Na casa da Paula. 
- Quando ela passou aqui pela tarde pra deixar a carteira que você esqueceu lá, disse que iria pra casa dos pais. - Minha mãe disse. 
- Amanhã. - Disse aparentemente nervoso.
- Hoje, na verdade ela estava indo pro aeroporto. - Meu pai acrescentou. - O que está acontecendo? 
- Olha, eu falo depois, mas eu preciso ir de verdade. - Disse correndo pra porta. 
- Você não vai a lugar nenhum nervoso dessa maneira sem falar pra onde... - Ele tomou minha frente. 
- Pai, é coisa minha. 
- No Rio? 
- É, onde for, não importa. 
- O avião está na manutenção. 
- Não se preocupe. 
- Me preocupo, e você não vai. 
- Pai, por favor. - Senti meus olhos pesarem e era só o que faltava. 
- Fala logo.
- A menina que eu gosto, está com problemas, eu preciso ir até lá. 
- Amanhã você viaja. 
- Amanhã pela tarde estarei aqui. 
- Você não vai pro Rio sozinho, eu vou com você. 
- Não!
- Então vamos sentar e esperar. 
- Pai, é mesmo sério, e me desculpa, mas você não vai me prender aqui. 
Eu tinha que ir, apesar de não fazer ideia do que iria fazer quando chegasse. 
- Do que estão falando? - Minha mãe perguntou. 
- Mãe, depois! Pai, é mesmo serio. 
- Então você me conta no caminho. 
Ele saiu correndo pra dentro enquanto eu convenci a minha mãe que ficaria tudo bem. Ainda tratei de me programar mentalmente. Se ele tinha que ir junto, que fosse. Era só ficar no carro e tudo ficaria bem. Tinha que ficar. 

Obrigado pelos comentários! Postagem normal no fim de semana... Os capítulos são programados. Mas torçam por mim no ENEM? Boa sorte ai pra quem vai prestar haha Posto depois de 12 comentários. ♥