40º - Famoso, tem imagem pra preservar!

Luan POV.

Assim que a quinta-feira acabou eu tive que voltar pra casa e logo depois do almoço no dia seguinte eu fui viajar. Marquinhos voltou pra minha casa e Paula ia ir pra Campo Grande com ele no fim da tarde depois do consultório. Sai de casa no meio da tarde e dessa vez Arleyde iria com a gente, então aproveitei pra traçar um plano e perguntar pra ela sobre divórcio. Estava tão feliz com o apartamento novo que eu queria que tudo se resolvesse bem e logo. Ia fazer 6 meses de casa do meio dessa confusão toda e sabia que não seria tão fácil assim. Fomos a viagem quietos, sem muitas conversas e logo chegamos. 

Ela foi resolver umas coisas e depois iria até meu quarto. 

- Você está com uma cara tensa. - Roberval comentou no elevador pela primeira vez comigo no dia. 

- Está tudo bem. - Disse e sorri pra disfarça. - Sinto sua falta cara. 

- Eu também. - Ele me olhou e o elevador abriu. 

Saímos como se nada tivesse acontecido e entramos no quarto. Ele me ajudou a me instalar e depois disse que iria descansar um pouco. 

- Er, não precisa ficar estranho comigo. - Eu disse. 

- A vida é sua Luan. Eu não tenho que me meter mais.

- Mas você é meu amigo. 

- É exatamente por isso que eu te disse aquilo no hotel aquele dia que você sumiu. 

- Você sabe, não sabe? - Perguntei. - Que estamos juntos. 

- Sei, é claro que eu sei. Você não é bom em esconder as coisas. Mas devia ser, Paula pode descobrir. 

- Quero me separar Rober. 

- Acho que agora é um pouco tarde pra você cair em si. Esse casamento desde o começo foi errado, não era pra ter acontecido. Você sabe disso. 

- É claro que sei. Mas eu gosto dela, não quero magoar ela. 

- Você tem que fazer o que é certo. - Ele suspiro e sentou ao meu lado. - Eu adoro a Liz cara, e por isso acho que não é justo com ela, nem com você e nem com a Paula. 

- Liz sente sua falta. - Disse. - Vou conversar com a Arleyde hoje.

- Vai contar tudo? 

- Não, só assuntar. Talvez não seja a hora da verdade. 

- Não, não é. Só se resolve. - Ele colocou a mão no meu ombro e depois se levantou. - E manda um beijo pra baixinha. 

- Ela vai adorar. - Ri e ele foi saindo, mas chamei.

Queria contar pra ele sobre o apartamento, sobre muitas coisas, sobre tudo no final, mas travei. 

- O que foi? 

- Nada. Só bem vindo de volta cara. - Ele só sorriu e saiu pela porta me deixando sozinho. 

Me sentei numa poltrona e fiquei quieto, esperando Arleyde. Ela logo apareceu e sentou na mesinha já escrevendo algo no computador enquanto me perguntava algumas coisas. 

- Lelezinha, um amigo famoso está com um problema. 

- Quem? - Ela perguntou ainda sem prestar muita atenção em mim.

- Ele não ama mais a mulher, e quer separar. - Disse rápido e mexendo no celular como quem não quer nada. 

- E então? - Ela perguntou. - Só se separar. 

- Mas ele tem outra. Ele quer assumir ela, e ela é menor, mais emancipada.

- É Luan, aí complica né. Famoso, tem imagem pra preservar. - Ela falou me olhando de canto, ainda sem levantar suspeitas contra minha pessoa.

- Se casou a pouco tempo. Ele está com receio de conversar com a equipe. 

- Mas ele tem que fazer. - Ela falou. - Olha, não sei, você com essa história e não falar quem é e nem vai falar. Ele não pode assumir a menina, ou bom, poder pode, mas vai ser ruim pra ele. Tem boa imagem? - Assenti, já que ela me olhava. - Ruim, devia é ficar casado. Pelo menos até a menina ser maior. E se for pra se encontrar com ela, que seja bem discretamente. Na minha opinião, a equipe dele pode pensar outra coisa. - Ela voltou a mexer no computador e eu fiquei calado. 

Fiquei pensativo até o show. Sabia que não podia assumir ela, e nem acabar com o casamento. Acabar com tudo agora só traria problemas e podia fazer meus pais e todo mundo ficar contra nós dois, e isso era tudo que eu não precisava. Não queria nada disso e nem magoar a Paula, mas também não queria magoar a Liz e nem sabia como falar pra ela sobre a novidade bem ruim pra nós dois. Decidi que só falaria quando se tornasse impossível de esconder, até então, ia levar isso como se não fosse nada, ainda mais em meio à tantas felicidades como o novo apartamento. 

O bom de estar viajando era que podia falar com Liz sempre, e ficava falando a madrugada a fora. Conversamos muito, todos os dias e quase o tempo todo. 

Liz estava feliz, alegre com a mudança na segunda-feira já, o que também me deixou animado. Me sentia feliz, renovado, e não via a hora de mudar logo ela pra apartamento. Um recomeço pra nós dois, nosso ninho de amor onde eu tinha certeza que vamos ser muito felizes. Sem contar os shows que me davam um pique extra. 

Falei pouco com Paula, que cuidava da mãe que já estava bem e logo poderia ir se tratar em casa. Voltaria a trabalhar segunda-feira também, e mais, já que com as viagens algumas coisas se acumularam na clínica. 

Três dias depois… 

Foram dois dias intensos de mudança. Liz havia projetado toda a decoração no computador com um aplicativo que a loja mostrou pra ela, e depois de montado as coisas, foram dois dias dela me apontando paredes e mandando mover móveis pro centímetro exato. Ela tinha talento, por que o projeto ficou lindo, mas deu muito trabalho pra mim. Mas no final valeu muito a pena, por que o AP ficou lindo e seu sorriso era ainda mais. Ela gostou tanto que até estava pensando em mudar de curso e fazer arquitetura. Era a ultima semana de férias e logo ela ia começar na escola, então decidi fazer um jantar na quarta-feira depois que terminei tudo. 

Liz saiu de casa no fim da tarde, queria cortar os cabelos, então ela mesmo marcou um horáriono salão da minha irmã e botei ela num táxi de confiança. Terminei os últimos detalhes e guardei as compras de comida que ela havia feito mais cedo. Ainda estávamos aprendendo, e da mesma forma que era novo pra ela cuidar da casa, também era pra mim, então foi um trabalho difícil. Liguei pra meu restaurante preferido que não era de comida japonesa, e pedi nosso jantar. Arrumei a mesa mais bonita que consegui e me arrumei também. Tinha deixado algumas roupas ali já, então foi bem simples. Era quase minha segunda casa. 

- Amor? - Ela chamou entrando devagar. 

Sai da cozinha correndo e a encontrei no corredor.

- Está tão linda! - Disse sorrindo e acolhendo nos meus braços. 

Seus cabelos ainda eram bem cumpridos e retos, mas estavam menores e bem hidratados, lindos, da maneira como eu amava eles. 

- Obrigado. - Sorriu tímida. 

- Fiz um jantar pra gente. Na verdade eu pedi. Mas esta gostoso. E terminei de arrumar o apartamento. 

- Vou tomar um banho e me arrumar, já que você está tão cheiroso e arrumado dessa maneira. Não precisa ir pra casa? - Perguntou olhando o relógio que já marcava quase 20h00.

- Não. Vou passar a noite na casa do Rober. - Ri fraco e ela me olhou sem entender.

- Vocês brigaram? 

- Claro que não coisa mais linda da minha vida. - Ri apertando suas bochechas e abraçando ela novamente. - Eu vou ficar aqui, com você, na nossa casinha, primeira noite neném, tem que dar sorte.

Ela me olhou encantada e sorrindo. 

- Eu te amo tanto. 

- Eu também te amo muito. 

Ela foi tomar banho e não demorou muito. Voltou linda, a vontade, só com uma camisa minha. 

- Posso? - Perguntou ao me ver te olhar. 

- Liz, deve. Pode ficar pra você. Ficou muito melhor. - Ri, abrindo a cadeira pra ela, que se sentou sorrindo. - Terminei tudo, mas depois eu te mostro. - Abri um vinho. - É massa, sei que você gosta. 

- Me conhece bem. E a mesa ficou linda, estou impressionada. - Ela sorriu e eu servi.

- Fiz tudo pra você. Queria te levar no restaurante, mas… 

- Está ótimo pra mim aqui meu amor. - Ela era perfeita. 

Comemos devagar, conversando. Ela tomou um gole da sua bebida e me olhou com um sorriso suspeito. 

- Sabia eu é crime dar bebida pra menores senhor? - Rimos. 

- Nossa, estou encrencado. Cada dia minha ficha fica pior. - Brinquei. - E tudo isso por que me apaixonei. 

- Que pecado. - Ela falou e riu divertida. - Essa comida está boa. 

- Maravilhosa, meu restaurante preferido. - Disse. 

Assim que terminamos, deu as mãos pra ela e mostrei todos os detalhes que terminei de arrumar, e ela ficou ainda mais encantada. 

- Nem acredito que a gente está aqui. - Ela riu se jogando no sofá. - Que sonho meu Deus. 

- Eu trouxe uma coisa pra você. 

- O que? - Ela perguntou curiosa e tirei da mesinha de centro da sala um pacotinho com o Uno. 

- Vamos jogar?

- Vamos! - Levantou rápido e se ficou do lado contrário dê mim. Distribui as cartas rindo sobre a mesa e ficou decidido por ela mesmo que ela ia começar. Rimos muito durante o jogo, e quando ela jogou um +4 eu me senti injustiçado. 

- Não vale, você está roubando!

- Não estou não bebezinho. - Rimos e ela apertou minha bochecha. 

- Vou jogar uma também agora. Eu estava guardando por que te amo, mas… 

Joguei uma e voltou pra ela, anulando a minha e somando +8. Ela me olhou abismada e de boca aberta. 

- É assim que você diz que me ama Luan? - Falou emburrada comprando. 

- Você não me amou antes. - Disse dando de ombros. 

Ficamos quase duas horas jogando e então eu venci pela quinta vez contra 3 delas. Ela emburrou e jogou as cartas, levantando e sentando no sofá.

- Você só trouxe esse jogo por que ganha todas. 

- Minha emburradinha. - Abracei ela rindo e beijei seu rosto. - Mereço um prêmio. 

- O que você quer? - Ela perguntou me olhando feio. 

- Estrear a cama nova. - Ri malicioso. 

Ela fechou ainda mais a cara e de repente abriu um sorriso e levantou. 

- Só se você me pegar primeiro. - Saiu correndo da sala e eu ri, saindo atrás, mas não ia jogar dessa vez. Era mais rápido que ela e consegui abraçar ela por trás no início do corredor que levava aos quartos. 

- Olha só, peguei… - Ri e encostei ela na parede. - E acho que você já ficou muito com essa camisa neném. - Abri botão por botão enquanto ela me olhava sorrindo docemente, arrepiada.

Peguei seu cabelo me enrolei minha mãos neles, juntando nossas bocas num beijo quente e cambaleando pro quarto ao fim do corredor com dificuldade.

Liz conseguia despertar em mim, meus desejos mais profundo e intensos, e ela tinha tudo pra me fazer perder o juízo em dois segundos. Ela podia fazer qualquer coisa comigo. Eu estava em suas mãos. 

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Me desculpem a demora, eu tive problemas pra escrever hoje.