33º - É o jeito que você me olha…

Assim que larguei Liz em casa sai correndo pro shopping mais próximo rezando pra estar vazio e eu não ser reconhecido. Entrei correndo em uma loja e levei sorte que a dona estava sozinha. Ela me atendeu muito bem e me ajudou no que eu precisava, sem perguntas ou fotos. Consegui comprar o presente que queria pra Liz e voltei pro hotel. 

Dormi muito bem aquela noite, e era quase 10h00 eu já estava de pé. Liguei pros meus país, conversei um pouco com Bruna e depois pra Paula, que me informou que voltava pra casa no dia seguinte, se lamentando por ser apenas um dia antes de eu ir viajar. Também liguei pra Liz, que me atendeu meio sonolenta. 

- Vem tomar café comigo preguiçosa. Mas tarde almoçamos.

- Até eu tomar um banho e chegar aí já é o almoço.

- Não se você tiver presa. Vem logo pequena, tenho um presente pra você. 

- Presente? - Ela perguntou curiosa. 

- Vem logo, vou pedir bolo de cenoura! - Disse desligando.

Pedi o café, liguei na recepção pra liberarem ela e sai correndo pro banho caprichado pra esperar minha menina. Assim que coloquei uma bermuda, bateram na porta pra arrumar a mesa e uns 20 minutos depois ela aparece toda linda, delicada, num vestido de menina. 

- Não posso crer que esse anjo é só meu! - Disse lhe dando um beijo delicado nos lábios e entramos.

Ela ficou vermelhinha com o elogio e eu não consegui evitar de rir.

- Você sempre consegue me deixar sem graça. 

- Só a verdade. - Sorri puxando a cadeira pra ela. - Quando começa suas aulas?

- Dentro de duas semanas, mas não vou começar. 

- Por que? - Pedi. 

- Por que vou me mudar, pra SP. 

- Você pensou melhor? - Perguntei sério servindo ela com um suco.

- Pensei. - Ela sorriu. - Eu vou. Você vai cuidar de mim não vai? 

- É claro que sim. - Disse e lhe dei um selinho. - Estou feliz demais por nós. 

- Eu também. - Ela sorriu. 

- Você me lembrou que tenho que procurar alguma escola pra você. A casa vemos depois, perto do colégio. Um hotel também, por enquanto.  Pensei que pudesse ficar com o Rober, ele nem para em casa e não fica sozinha, mas ele não está mais muito a favor da gente e eu não quero mais discutir com ele. Não contamos com ninguém, só eu com você e você comigo e pronto. Bom, você tem que me ajudar na lista pra fazer pra mim ver em São Paulo, tudo bem? 

- Podemos fazer isso mais tarde. 

- Quando vai ser? 

- Minha mãe vai chegar mais tarde que meu pai hoje. - Seus olhos brilharam e tenho certeza que o meu também. - Vou falar com ele, o que acha? 

- Perfeito. - Sorri. - Vou resolver tudo e depois que os papéis ficarem prontos, venho te buscar. 

- Já dei uma boa pesquisada e vai dar super certo. - Ela sorriu. 

- Vamos ser feliz minha pequena. Vou te fazer muito feliz.

- Tenho certeza que sim, e eu também espero fazer muito bem a você. - Ela disse acariciando meu rosto. 

Terminamos de comer conversando e depois fizemos uma lista de tudo pra nada dar errado. Conversamos também sobre o que ela ia precisar falar pro seu pai e como seria hoje era melhor por eu estar ali no Rio caso algo desse errado. Depois de tudo pronto e acertado, assistimos um pouco de TV, jogados na cama rolando um com o outro e rindo. Ela me deixava leve, completo. 

Depois que almoçamos e escovamos os dentes, eu saí chamando ela de volta pro quarto. 

- O criancinha, vem cá!

- Criancinha? - Ela respondeu aparecendo com seus cabelos longos. 

- É, fica achando divertido escovar os dentes. 

- Você não gosta de me beijar? - Ela perguntou ironizando e eu ri.

- Para de coisa e vem logo. - Ri e ela veio, sentando ao meu lado. 

- Fica aqui! 

- O que foi? - Perguntou rindo. 

- Tenho um presente pra você. - Disse envergonhado entrando no guarda-roupa do hotel e procurei a caixa. Comecei a ficar extremamente envergonhado, mas ri com medo da reação dela. Levei a caixa até minha pequena e sorri. 

- Bom, eu acho que vai ficar perfeito em você. 

Ela me olhou suspeitando e pegou a caixa devagar, e depois desfez o laço e tirou a tampa, e então ela soltou um riso baixo me olhando ainda com sua pureza. 

- Você me mata qualquer dia Luan… - Sorriu. 

- Não estou mentindo. - Ri, - Pensei muito no que te dar, é um presente pros dois é bem justo né? - Sorri com malícia.

Ela tampou a caixa e levantou sorrindo. Me deu um beijo provocante e depois foi indo pro banheiro. 

- Fica quietinho aí! - Mandou.

- Não vou a lugar nenhum. - Disse me deitando na cama novamente depois de arrumar ela de leve enquanto esperava Liz.

Tinha comprado pra ela um conjunto de lingerie que era sua cara. Bem delicado, menina, de fundo vermelho e renda preta, não muito pequeno pra minha surpresa. Ela ia ficar linda nele, e eu mal podia esperar pra ver aquilo. 

Alguns minutos depois ela saiu do banheiro vestida somente com ele. Apesar de estar toda sexy, ela ainda tinha sua delicadeza e pureza, com as bochechas vermelhas e jeito tímido enquanto eu a olhava. 

- Vai ficar com vergonha de mim? - Ri me aproximando. 

- É o jeito que você me olha… - Ela disse sorrindo. 

- Que jeito Liz? - Perguntei fascinado. 

- Encantado. 

- É por que eu sou louco por você. - Disse puxando ela pra mim enquanto sentei no pé da cama. 

Com delicadeza peguei em sua mão e girei ela, bem devagar, analisando e me encantando ainda mais por cada curva do seu corpo. Eu estava enganado, tinha ficado muito melhor nela do que eu imaginava. Mostrava o ideal pra dar mistério, provocava na medida. 

Mas ela não ficou muito com ele. Logo estava sentada de frente pra mim. Nos beijamos com vontade, com paixão. O mundo podia acabar que eu não ia soltar ela nunca mais. Minha mãos passavam por seu corpo todo, e eu beijei cada centímetro da sua pele. Era uma marca nossa, eu nunca havia feito amor com outra pessoa, Liz foi a primeira e única. 

Suas delicadas mãos puxaram meu cabelo quando sentiu minha mão abrir o feche do seu sutiã e meus lábios desceram pros seus seios. Acariciava um com as minhas mãos e o outro com os lábios. 

Voltei minha boca pra sua, depois beijei seu pescoço e mordi, ela reagiu e rindo, me gastou reclamando. 

- Vai me marcar. 

- Pra todo mundo ver que você é minha. 

Liz deu um sorriso então ela levou à sua pro meu pescoço, nem me importei na hora nela me deixar marcar ou algo do tipo, o que acabaria me causando problemas, mas por sorte, ela, com seu jeitinho meigo, me distribuiu beijos. 

Me virei de repente e ela deu um grito de susto e riu, quando lhe joguei na cama e me afastei olhando novamente seu corpo todo. Peguei sua perna e subi depositando beijos delicados e quando cheguei próximo de sua calcinha, escorreguei ela por suas pernas jogando pro mesmo destino da parte de cima: longe. 

Conseguimos nos amar a tarde toda, apenas com pequenos instantes de descanso. Liz era incrível e eu não fazia ideia como consegui ficar quase 5 meses sem ela. 

- Nossa, estou morto. - Disse. 

- É fraquinho! - Ela me zoou e depois riu. 

- Vou te dar um desconto por que não consigo me mexer mais. - Falei. 

- Preciso ir pra casa, logo meu pai chega e eu preciso tomar um banho pra falar com ele né… Precisa dar tudo certo.

- Toma aqui…

- Não, em casa amor… - Ela disse reclamando com a voz manhosa. 

- Se você fizer essa voz manhosa de novo eu não deixo você ir… - Falei com a mão sobre o rosto. - Aliás, só deixo pra você falar logo com seus pai e acabar com isso. 

Levei ela pra casa e lhe dei um beijo de despedida quase na frente do seu prédio. A gente não precisava mais se esconder deles, eles saberiam.

- Qualquer coisa me liga e faz o que a gente ensaiou.

- Vai dar tudo certo. Boa viagem. 

Ela entrou quando estava quase escurecendo e eu só pedi a Deus que tudo desse certo. 

Liz POV. 

Entrei em casa louca. A tarde com Luan tinha sido incrível e só aumentou a minha ânsia por fazer algo por nós dois. E estava próximo. 

Corri pro banho e quando sai e me troquei, encontrei meu pai chegando em casa, sozinho como eu imaginei.

- Trouxe comida. - Ele disse.

Jantamos em silêncio e quando ele se levantou pra subir e tomar banho, eu chamei na sala.

- O que houve? 

- Quero muito falar com o senhor. É importante. 

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