37º - Por amor, tudo se faz.

Lucia POV. 

Ela havia ido embora. Eu sabia que essa emancipação não ia dar em coisa boa, mas nunca imaginei que ela pudesse realmente fazer isso. 

Quando cheguei em casa naquele dia, ao procurar por ela, encontrei seu quarto estranho e uma carta sobre a escrivaninha. Eu não sabia o que pensar e então comecei a ler. 

“ Mãe, pai, me perdoem. Vocês um dia me ensinaram a correr atrás do que eu quero, e é isso que estou fazendo. Não sei esconder amor, mascarar sentimentos. Sou intensa, tenho que viver, e não podia deixar isso pra lá. Eu não quero pensar que não fiz nada por nós dois. 

Luan é incrível, ele vai me cuidar e vou ser a melhor designer gráfica que vocês conhecem. Ele me incentiva, me faz querer ser sempre melhor, e é por isso que eu estou com ele agora. Eu vou voltar pra visitar vocês e dar notícias assim que me instalar, eu vou ficar bem. E sobre o casamento, eu confio nele, e assim que for possível, isso tudo vai acabar. Não precisa confiar nele, mas confiem em mim. 

Eu tomei essa decisão com o maior aperto no peito, mas com o sentimento de que estou no caminho certo. Não esqueçam que vocês tem uma filha, que ama vocês demais. Eu vou fazer visitas, só não volto mais pra ficar. 

Por amor, tudo se faz.

Peço também que respeitem minha decisão. Eu amo vocês demais e isso é importante pra mim. Sentirei falta, com amor Liz.”

Chorei muito, e já imaginei o que tinha feito ela tomar essa decisão. Ela sabia da traição, mas como ela mesmo disse, por amor tudo se faz. 

- Eu disse pra não dar à emancipação. - Disse abraçada com Roberto. 

- Ela queria ir, nada ia adiantar. 

- E agora? 

- Esperamos. 

Liz POV.

Eu estava encantada. Era o primeiro apartamento que o homem mostrava. A fachada era linda, moderna. O prédio era novo e quase vazio, o que nos dava privacidade. Havia também elevadores que dava pra travar, se viesse da cobertura, que era o andar que o exagerado do Luan estava querendo ver. 

- Amor, não é muito. Esse negócio de chave do elevador é importante pra gente. - Disse longe do senhor. - E também vai ser a casa que eu vou morar com você quando eu me separar. 

- Tudo bem meu querido. 

Segundo ele era de extrema segurança e privacidade. Tudo ia ficar bem ali. 

O local era bem grande também. Logo na entrada havia uma sala gostosa pra sala de visitas e depois um banheiro e a sala de jantar, com passagem pra uma cozinha grande e moderna. A sala de jantar ainda tinha saída pra um espaço de lazer grande, com churrasqueira, e espaço pra bastante coisa, com vidros escuros, o que Luan aprovou na hora. Logo atrás um sala enorme que daria mais pra sala de TV e depois um corredor que tinha abertura pra mais três quartos. Duas suítes menores e a do casal, com um banheiro gigantesco, um quarto enorme e um closet também. Fiquei meio assustada, achei muita coisa, mas Luan garantiu que não. 

- Você gostou? - Perguntou. 

- Amei amor. - Conversamos baixo. - Mas é grande.

- Vamos morar aqui. - Ele disse. - Pensa nisso. - Ele apontou pra sala. - Consegue se imaginar aqui? 

- Consigo nos imaginar aqui. - Disse sorrindo encantada.

- Então vai ser esse. - Ele sorriu. - E é pertinho do colégio, quase só atravessar a rua. 

- Tudo bem meu anjo. - Dei um beijo em seu rosto. 

Ele conversou com o senhor é quase fechou o negócio. Ia ficar algumas coisas ainda pra assinar, papéis que faltavam arrumar ainda, mas ele nos passou as medidas por que a gente ainda teria que comprar as coisas. 

- Dentro do no máximo uns 3 dias. - Ele informou. 

- Tudo bem! 

- Tem até um quartinho pro nosso bebê amor… - Luan comentou enquanto a gente ia embora e passava pra comprar alguma coisa diferente pra nós dois comermos.

- Você não está pensando muito alto? - Ri. 

- Um pouco, mas vai acontecer ué. 

- Bem pra frente né Luan… - Ri dele. - Além disso, sua mulher é outra. - Aproveitei pra cutucar. 

- Ok, já entendi sua indireta meu anjo, tem paciência vai, por favor… 

- E não tenho?!

- Muita! - Ele riu concordando. 

Chegamos no hotel e depois de comer e de pensar que ele iria embora, tive uma surpresa. Ele fez uma ligação, parecia conversar com Paula, e depois voltou pro quarto. Estava desanimada já, preparando pra me despedir, quando ele me abraçou por trás e começou a beijar meu pescoço com delicadeza. 

- Vai logo vai, vai arrumar problemas. 

- Não, vou ficar. Já avisei que sai pra resolver umas coisas e vou chegar mais tarde. 

- Tem certeza?!

- É claro meu anjo. Agora por que você não fica quietinha e usa sua boca pra me dar uma daqueles beijos que só você sabe? 

Comecei a rir dele e então me virei. Primeiro acariciei seu rosto e depois levei minhas mãos a sua nuca, apoiando no seu pescoço e aproximei nossos lábios num beijo doce e intenso. Suas mãos passeavam pelo meu corpo e eu puxei o seu cabelo. O dia tinha sido intenso e eu entendi que ele queria relaxar fazendo amor. 

Ele acariciou minha cintura e com calma cortou o beijo pra jogar a minha blusa longe. Sorri pra ele e diz o mesmo com sua camisa. 

- Já te disse que fica lindo com camisas? 

- Não. - Ele mordeu a lateral do meu rosto e rimos. 

- Disse sim! - Ri. 

- Quase nem me lembro, diz de novo…

Levei minha boca até seu ouvido dando leve beijos delicados e depois abracei ele mais forte. 

- Você fica muito sexy com camisas. - Disse sentindo minhas bochechas coraram e ele arrepiou e soltou uma risada gostosa. 

- E você fica de toda e qualquer maneira. Principalmente falando assim no meu ouvido com essas bochechas coradas. - Ele disse acariciando meu rosto quando me afastei um pouco.

Ele me pegou pela mão e fez o caminho de volta pra cama. Me olhava encantado, todo com sorriso malicioso quando me colocou na cama com calma e se deitou por cima, tirando meu sutiã e logo em seguida meu shorts. Beijou todo meu corpo. 

- Eu te amo tanto que nem cadê em mim. - Ele falou com os olhos pegando fogo. 

- Você sabe, que eu te amo tanto quanto. 

Luan me tratava como uma princesa e eu não tenho do que reclamar. A gente se amava com intensidade, com amor. Eu tudo puro, era bem nosso. 

Eu acabei adormecendo logo em seguida e ainda senti ele ali me acariciando, por um tempo, até apagar de vez e não ver mais nada. Acordei nua com batidas intensas na porta. Me assustei muito, sem saber o que fazer, gritei que já aí e procurei minha lingerie pelo quarto, achando de volta e vestindo. Vi o roupão do hotel e vesti por cima, achando ser serviço de quarto ou coisa parecida. Luan me mataria se me visse abrir a porta daquela maneira, mas realmente fui pegada no susto e me sentia perdida. Olhei no espelho e depois de verificar que não aparecia nada que não devia e arrumar meu cabelo que Luan tinha deixado um caos, eu abri a porta na impulsividade. Pra minha surpresa, dei de cara com um homem que nunca tinha visto me olhando sorrindo. Me arrependi de abrir dessa maneira, poderia ser alguém que não devia me ver ou algo do tipo. 

- Oi, er… Posso ajudar? 

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Quem será? haha