domingo, 25 de outubro de 2015

13º - Amores perdidos no tempo...

Cinco dias depois... 

Já era terça-feira e eu estava enlouquecendo pouco a pouco. Ficar sem notícias de Liz me tirava totalmente a paz. Andava de um lado pro outro no meu quarto na casa da praia enquanto esperava minha família se arrumar pra sairmos pra comer fora. Rober e Well também estavam com a gente. 
Eles pareciam todos felizes em estar em Pernambuco de novo e tudo que eu queria era sair de Porto de Galinhas. Eu não aguentava mais ficarem me sentindo vigiado o tempo todo. Sem contar o surto da minha mãe quando chegamos em casa na sexta e meu pai, naturalmente, contou que eu estava tendo "um caso", nas palavras dele, com uma menina. Ele até a fez parecer com 8 anos de idade. Desde de então, os dois, com auxílio da minha irmã, estavam de olho em mim 24 horas por dia. 
Fui até a varanda, de frente pro mar, e abri tentei respirar um ar puro, com o telefone na mão. Eu não desgrudava dele um segundo, com medo de Liz conseguir me ligar e eu perder sua chamada. Mas já estava perdendo as esperanças considerando que eu havia trocado de número fazia uma semana e ela ainda não sabia de cabeça. Sem seu celular, confiscado pelo pai, seria impossível. Também fiquei com medo de ligar, seu pai estar com ele ligado, e acabar ficando com raiva dela. 
Levei um susto quando a porta se abriu sem nem anunciar. Entrei no quarto de volta, guardando o celular no bolso. 
- O que você está fazendo? - Bruna perguntou desconfiada. 
- Estão prontos? - Disse sorrindo forçado. 
- Vim te chamar. - Ela me analisou. - Por que está nervoso? - Soltei todo o ar que estava preso e suspirei, levando a mão a cabeça. 
- Por que faz 5 dias que não falo com ela e não sei como está! - Disse, me dando por vencido. 
- Papai disse que você promete que não procuraria mais ela. - Ela falou. 
- Você não vai contar isso pra ele, vai? 
- Não, mas não me obrigue a falar. Não quero você enrolado com a justiça por causa dessa menina. 
- Bruna, por Deus, ninguém vai ter problemas. Isso é exagero! - Disse. 
- Vai correr o risco? 
- Não. - Me dei por vencido. - Estou quieto! Disse que não procuraria mais ela. 
- E cumpriu?
- Sim. Agora podemos esquecer Liz  e ir jantar, por favor? - Disse pegando a carteira. 
- Vamos. - Ela saiu na frente. 
Durante toda a noite, evitei pegar no meu celular. Mas também não participei muito, já que me mantive calado boa parte do tempo. Eu estava sofrendo e queria fazer isso sozinho, já que pra eles eu nem estava me importado em deixar bem evidente minha "felicidade". 
A madrugada foi longa, o que me fez ficar jogado na areia da frente da casa algumas horas somente pensando no que faria. 
- Sinto sua falta Liz. - Disse pra mim mesmo, olhando a lua. 

No dia seguinte, levantei com o barulho da casa. Enquanto mastigava meu café, com sono e totalmente alheio à conversa, levei uma bronca. 
- Será que pode demonstrar pelo menos um pouco que está feliz e tornar as coisas um pouco agradáveis? - Minha mãe pediu. 
Abri meu melhor sorriso, mais forçado impossível, e olhei pra ela. 
- Estou imensamente feliz, não dá pra ver? O que vamos fazer hoje? Ir a praia? - Todos me olhavam. - Não quero mais nada pra minha vida hoje, só isso me basta. Tão ansioso que nem comer mais quero, vou me trocar. - Disse me levantando e seguindo pro quarto. 
Assim que fechei a porta, me joguei na cama e deixei meu desespero tomar conta. Senti lágrimas caírem e jurei pra mim mesmo que eu ia ser forte o bastante por Liz. Eu iria até o fim do mundo por ela, nem que tivesse que cometer mil loucuras, eu teria ela. 

Assim que me caiu a ficha que já havia se passado uns dez minutos, levantei depressa e me vesti pra praia. Iria vestir a melhor fantasia e desviar a atenção deles, já que talvez fosse esse o melhor caminho, talvez eles poderiam esquecer sobre tudo isso e me deixar em paz. 
E assim foi, quando todos dirigiram-se juntos até um ponto bem perto da casa, na areia. Assim que me sentei ali, me dei conta que Liz amaria estar ao meu lado. Como uma boa carioca, era uma garota da praia, apesar de não ter um pingo de pele bronzeada. Me sentei ali, e fiquei. Pensando, por um bom tempo. Em certo momento, olhei pro lado e me vi sozinho. A praia estava deserta por ser baixa temporada, e todos estavam no mar. Levei um susto quando Rober se aproximou com duas latinhas de cerveja e me jogou uma delas. Abri rápido, estava calor e eu talvez precisasse muito daquilo pra distrair a cabeça. Agradeci, mas voltei a ficar em silêncio. 
- É recente ainda, você vai sair dessa. - Ele me pegou de surpresa. 
- Acontece que eu não quero sair. 
- Mas vai ter, uma hora. Eu sei que se amam Luan, e eu sinto muito de verdade. - Ele ficou parado olhando pra frente, na mesma direção que eu. 
- Obrigado. - Disse olhando pra ele e abri um sorriso amarelo. 
- Eu estive pensando... - Ele falou cauteloso. - Não sei se devo falar. 
- Começou, termina agora. 
- Você já parou pra pensar que talvez foi o melhor? Deus sabe o que faz. Ele sempre soube Luan. 
- Belo melhor. - Ri irônico. 
- Estava indo longe demais. Pelos menos, no começo, é mais fácil. Pros dois. 
- Demorou um pouco. - Olhei pra ele. - A gente já se envolveu. O destino chegou atrasadinho. 
- Eu entendo, mas quero que pense numa coisa. Nela apenas. Você amava ela, certo? - Assenti. - Então pense somente nela agora. Sabemos que na escola estava tudo ok, mas e a vida dela? Se tudo isso viesse à tona? Liz é nova pra lidar com tudo isso. 
- Tudo isso é a avalanche que vem junto comigo, né? - Ele afirmou com a cabeça após minha pergunta. - Pois bem. Eu carregou isso mesmo...
- Ela não estava preparada pra lidar com seus fãs, imprensa, revistas, fotos, elogios e críticas e tudo mais. Do dia pra noite? - Ele me perguntou. - Imagina... Num dia ela é a menina mais discreta da escola, no outro, é a mais falada do país todo. 
- Ela me ama, nada disso importa. 
- Pra ela não. - Ele falou. - Mas e pra você?
- O que está dizendo? 
- Não se importa? Dela ter que passar por tudo isso?
- Claro que me importo. - Confessei. 
- Então aceita isso! - Ele disse firme. - Eu sei que é difícil. Mas aceita que o melhor pra ela, é deixa ela seguir a vida brilhante que tem pela frente. Ela vai pra melhor faculdade, é inteligente, e vai ser a melhor profissional, seja no que quiser fazer. Vai atrair os melhores tipos de caras, as melhores amigas. Ela vai superar um dia.
- Eu não vou ouvir isso. Meu pai que te mandou aqui? - Disse querendo levantar.
- Não Luan. - Ele me puxou. - Presta atenção. Eu sei que você quer o melhor pra ela. E é pro bem dos dois que estou falando isso. 
- Eu sei que baguncei a vida dela, tá legal? - Rosnei. - Mas amor encaixa tudo. 
- E em nome dele você deixaria sua família? - Ele me pegou de surpresa com aquela pergunta. Então fiquei em silencio. - Eu sei que não. Agora, pensa um pouco. Você acha que ela teria que fazer o que por você? 
- Não precisa ser assim. 
- Precisa. Os pais dela nunca vão aceitar. Eles não têm esse direito, mas você sabe que fariam! Ela pode sair agora, enfrentar tudo por você. Você também pode. Mas da mesma forma que eu sei que ela não ia querer que você fizesse isso, você não quer que ela perca os pais. 
- Claro que não. - Disse pensando naquilo, bem confuso. 
- Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe não foi o melhor pros dois? Aliás, pelo menos pra uma das partes, foi. 
- Ela está sofrendo também.
- É, ainda vai sofrer muito. Mas uma hora passa. Ela vai fazer a vida dela e você vai ficar orgulhoso da mulher que ela vai se tornar. 
- E o amor?
- O amor é outra coisa, não tem nada haver com estar perto de corpo. É de alma. As mais lindas histórias de amor são assim... Elas não aconteceram, elas são de amores perdidos no tempo. 
- Não vou ser feliz sem ela. 
- Você aprende quando perceber que ela ficará melhor onde ela está. Talvez, lá seja o lugar dela. - Ele disse se levantando em direção ao mar. 
- E onde é o meu lugar? - Disse mais alto pra ele ouvir. 
Rober se virou e me olhou com tristeza. 
- Você sabe onde é seu lugar. Onde é sua vida. Você conquistou ele Luan! 
Ele voltou a andar até seu destino e eu suspirei, com pesar.
- Eu tenho um novo lugar, novos braços pra morar, você só não sabe disso Roberval... 

Posto depois de 12 comentários. ♥

16 comentários:

  1. Não sei nem o que comentar desse capítulo... Você para, hein? Quer dizer... NÃO PARA, POR FAVOOR. To sofrendo junto com o Luan :(

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  2. Chorando com esse capítulo!
    Posta mais hoje!

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  3. Ain gente como faço pra parar de chorar??? gostei desses conselhos do testa não,e por favor me diga q ele NÃO irá se consolar nos braços da Paula,continua amor beijoss.

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  4. Aí que capítulo :,( ROBERVAL até merece a Isabella depois das coisas que disse ao Luan, mas estou sem estruturas :3 meu emocional todo fudido!

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  5. Triste demais esses dois separados, espero que eles se reencontrem logo!
    Continua.

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  6. Ñ tem nada que descreva o quão perfeito esse cap foi. Por mais que eu queira eles dois juntos, o Luan tem que começar a ver o lado da Liz tbm. Eles vão ter q passar por muita coisa quando assumirem um relacionamento... só ñ quero q isso ñ demore muito

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  7. Se o Luan ficar com a Paula eu te mato ta? Zooooa kkkk Ain eles tão sofrendo MT mds, muda logo isso :( continuaaaa

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  8. Aí que dó, meu coração até dói de ver meu casal assim :( hahha continua

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  9. Já vou avisando que não aceito Luan com a Paula....

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  10. Amor, to começando a ler sua fanfic agora. Pode indicar pra mim? semlimitesparaoamor-fanficls.blogspot.com

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  11. ai meus Deus menina vc me fez chorar nestes capitulos que triste mas ele n pode deixar ela ir precisa lutar ai meu core em lagrimas aqui cont
    cátia

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  12. Putz não sei o que comentar depois desse capítulo que foi magnífico . Roberval e suas filosofias tentando convencer que foi melhor assim ! Melhor pra quem ? Talvez seja difícil pra Liz lidar com a vida agitada do Luan , mas eu sou como o Luan o amor resolve tudo . E a história mais li da de amor é aquela que gera felicidadea e frutos . *Laís

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