Um mês e meio depois…
Luan POV.
Acordei sozinho na minha cama do quarto da chácara. Ainda com um pouco de sono, me mexi até me dar conta que dia era hoje. Bati a mão na cama em busca do meu celular e encontrei. Confirmei a data e respirei fundo. Nenhuma ligação do Rio, a não ser a das fãs, que no caso, haviam diminuído muito e agora eram uma a cada dois dias. Um sábado de folga, a quantos anos não tinha isso? Mas também, ia me casar.
Ouvi no jardim uma barulheira sem tamanho. Levantei e abri a janela, então de cima, pude avistar o altar já formado. Iria ser apenas um casamento civil no fim da tarde, eu me recusei a casar no religioso, o que causou um pouco de problema pra mim, mas eu contornei.
Desci depois de colocar uma roupa decente e encontrei minha mãe se preparando pra comer.
- O pessoal da organização foi almoçar e voltam daqui a pouco. - Minha mãe informou e veio me dar um beijo. - Como está se sentindo o mais novo noivo?
- Acho que bem. - Disse sem graça e dei um abraço forte nela.
Meu coração bateu forte, estava precisando muito disso.
- Vai ficar tudo bem meu anjo. As coisas vão se ajeitar. Eu sei que tudo isso foram grande decisões pra você, é muito sacrifício também. Mas você vai ficar bem, e vocês combinam, se entendem, se conhecem, você vai aprender a amar ela da maneira que amava… - Ela parou a fala me olhando docemente, e não terminou.
- Mas eu amo ela mãe.
- Não precisa me enganar, tudo bem? Eu te conheço bem. Só saiba que Deus ajeita tudo.
- Eu queria que fosse diferente. - Confessei. - Mas…
- Já que não é, você está em boas mãos.
Sorri pra ela e me sentei ao seu lado.
Bruna e Paula tinham dormido num hotel na cidade e iriam logo cedo se arrumar num salão.
- Não vai encontrar as meninas?
- Daqui a pouco. - Ela olhou o relógio. Seu pai vai ficar com você. E o pai de Paula chegou logo cedo. Eles foram levar o Julia e a Carmen no salão mais cedo e estão lá no lago vendo não sei o que. Eu ainda tenho que esperar a organizadora chegar.
Carmen era minha sogra, e Julia minha futura cunhada. Minha mãe acertou os últimos detalhes com a empregada depois de comer e logo saiu a procura do meu pai. A organizadora chegou e tudo andou como o combinado. É então encontrei seu José, pai da Paula, que decidiu ter uma conversa comigo sobre cuidar da sua filha. O erro era todo meu, então fui perfeitamente educado e atencioso com ele.
Algum tempo depois meu pai voltou. Estava tão angustiado que fiquei lá dentro, no meu quarto, quieto, tentando pensar um pouco. Estava triste, não consegui voltar ao Rio e consequentemente, não pude falar com Liz e ela ia saber pelas notícias.
- Que Deus me ajude pra não estar fazendo besteira… - Disse baixinho.
Não deu nem meia hora Roberval chegou com Marquinhos e Douglas. Eles eram meus padrinhos. Apareceram no quarto derrubando tudo e me tiraram da cama. Eles foram se arrumar e eu também fui, tomei banho e vesti uma parte da minha roupa. Decidi descer e encontrar todos lá em baixo, mas dei de cara com eles na sala com meu pai.
- Fiz o favor de mandar flores no salão em seu nome pra Paula viu?
- Flores?
- É, você não faz né?
- Tinha que mandar? - Perguntei.
- Não tinha, mas é o mínimo.
- Desculpa tá? - Falei sem paciência. - Obrigado.
- Seu José está se arrumando e sua mãe deve estar chegando com Carmen. - Ele disse levantando. - O pessoal da organização está aí terminando, vão lá ver como está.
Os caras foram comigo e quando sai me surpreendi. Estava tudo do jeito que Paula havia planejado. Lindo, pra ser bem sincero. Bem campo, delicado.
- Ficou bonito mesmo cara. - Marquinhos falou.
- Ficou do jeito que ela queria.
- Olha, melhora sua animação tudo bem?
- Vou tentar. - Disse pra eles, sincero.
- Vai ganhar uma folga. - Douglas riu.
- Nossa que engraçado. - Falei de mal humor.
- Acaba com isso, vai casar mesmo? Foi decisão sua isso…
- Eu sei, mas eu vou.
- E a Lua de Mel?
- Paris, Paula que escolheu. - Suspirei.
- E vocês já…
- Não. - Disse logo.
- Mas vão…
- Vamos né? O casamento é de verdade… Eu só estou me acostumando com isso.
Rober me olhou de canto o tempo todo. Eu sabia que o que ele pensava. Queria que eu estivesse feliz, mas eu não estava.
O tempo até o casamento passou logo. De repente minha chácara encheu de pessoas e eu tive que receber todas elas com a minha mãe ao meu lado. O horário se aproximava e então, fiquei no meu lugar no altar. Quando vi uma movimentação, percebi ela ela havia chegado. Entraram os padrinhos e madrinhas, os nossos pais e depois Paula.
Ela estava muito bonita num vestido tão branco quanto a neve, com alguns bordados. Sorri pra ela, mas na minha mente imaginei Liz. Era isso que eu precisava fazer pra não surtar. As cenas passavam nos meus olhos, mas minha cabeça estava bem longe dali, então quando vi, estava Paula estava bem próxima e beijei sua testa depois de dar as mãos ao seu pai. Ela estava com um sorriso enorme, radiante, então me toquei e disfarcei minha empolgação.
Trocamos votos e declarações, e quando vi, estávamos casados. Me bateu um nervoso, uma coisa estranha no peito. Paula estava no melhor dia de sua vida, e eu estava no pior. Só conseguia pensar se Liz ficaria ao meu lado.
- Enfim, casados! Eu te amo tanto! - Paula disse enquanto dançávamos. - Faz muitos anos já Luan.
- Eu… Também te amo. - Abracei ela.
Depois da festa e de mil cumprimentos, fomos pra um hotel. Passaríamos a noite ali e no dia seguinte, depois de almoçar com as famílias, viajaríamos. Paula chegou tirando os saltos na mão e eu ri dela, já tinha bebido um pouco e esqueci tudo aquela merda, voltando um pouco a ficar a vontade ao seu lado.
- Tem que te pegar no colo né? - Ri.
- Tem, mas você bebeu. - Ela riu. - Vai me derrubar.
- Vou não. - Peguei ela no colo e ri muito.
Pra ela aquilo significava o mundo, já pra minha, nada. Assim que botei ela no chão, o silêncio tomou conta do local. Tirei minha gravata e minha camisa, com calor. Mas não olhei um segundos se quer pra ela.
- Você me ajuda com meu vestido? - Ela me olhou sorrindo e eu aceitei.
Ela se virou de costas e se aproximou. Eu abri ele com calma, sem saber muito o que faria depois. Então ela soltou a parte da frente e ele caiu aos seus pés. Eu estava aparentemente nervoso e me xinguei mentalmente por isso. A encarei e respirei fundo quando ela se virou de frente pra mim, vestida somente com uma calcinha branca, delicada e ousada. Abriu um sorriso e se aproximou.
- Você está nervoso né? - Acariciou meu rosto.
- Um pouco. - Fui sincero.
- Só relaxa e aproveita meu marido!
Então então me beijou com vontade e eu retribuo meio sem jeito. Tentei me concentrar e toquei sua cintura, aproximando ainda mais ela de mim. E me deixei levar.
Posto depois de 12 comentários. ♥