sábado, 29 de outubro de 2016

98° - Veio esfregar ele na minha cara por que?

Liz POV.

Era quase 20h00 e lembrei que precisava buscar Bella quando meu celular chamou.
- Oi Luan. - Atendi sob o olhar de Mateus.
- Oi Liz. - Disse rápido. - Você vai vir pegar a Bella?
- Eu estou chegando em casa, e depois vou aí. - Disse meio incerta.
- Tudo bem, ela está impaciente, acho que vou dar um banho nela.
- Então faça isso que já chego.
Me despedi e suspirei, cansada, olhando pro meu amigo. Mateus me conheceu na faculdade, depois que me separei de Luan e estava trabalhando como engenheiro do meu escritório que estava quase pronto, e passávamos horas acertando os últimos detalhes. Hoje, a pequena reunião era na sua casa, e estávamos sentados no tapete da sala, debruçados na mesa de centro.
- Tenho que buscar minha filha, chama um táxi pra mim? - Estava sem carro, já que Mateus havia me pegado em casa.
- Eu te levo, e você pega ela no caminho, vamos? - Disse se levantando e juntando nossas coisas.
- Pode ser. - Sorri, agradecendo a gentileza.
Guiei ele até o apartamento de Luan ali no Alphaville. Fomos ouvindo música, rindo e conversando sobre diversas coisas, principalmente sobre as expectativas do escritório. Estava muito feliz com aquilo.
- É aqui, vou subir lá. Se for te atrapalhar Luan pode me levar pra casa.
- Claro que não. - Ele disse. - Mas será que ele vai se importar que eu use o banheiro dele, quero muito urinar. - Disse rindo.
Pensei naquilo por alguns segundos. Luan ficaria irado, mas eu não me importava não. Ele que surtasse.
- Claro que não. - Sorri. - Vamos lá. 
Entramos os dois, sem ser anunciados, já que minha entrada era liberada. Toquei campainha rindo com Mateus, já que tinha achava mas acha muito ruim ir entrando.
- Nossa, achei que ela ia dormir. - Reclamou irritado e parou assim que viu Mateus. - Oi cara. - Cumprimentou olhando dele pra mim, como quem não entendia nada.
- Luan, o Mateus pode usar seu banheiro? - Perguntei, me segurando pra não rir da cara dele.
- Claro, entra! - Luan mostrou pra ele enquanto me sentava, mas foi só ouvir a porta fechar que ele apareceu me olhando sério.
- É sério que você está saindo com esse cara? - Perguntou indignado e segurei pra não rir. - Eu tinha ciúmes dele e você me dizia que era só amizade!
- Quem disse que eu tô saindo com ele Luan? - Ele ficou me olhando sério. 
- Olha, você não vai deixar minha filha no meio disso né? - Segurou meu braço.
Com sua aproximação, me assustei e empurrei ela, perdendo a boa e o humor.
- Você não tem o direito de se na minha vida. - Disse brava.
- Quer ficar com ele fica, mas não deixa minha filha saber. E nem vem pedir pra ele entrar na minha casa. - Rosnou. - Veio esfregar ele na minha cara por que?
- Eu não vim fazer nada, mas se tá incomodado o problema não é meu!
Ouvimos barulho e Mateus apareceu sorrindo, mas ficou sério depois que viu o clima. Me chamou pra ir e agradeceu Luan, que foi muito frio e apareceu pegando Bella no colo, já desmaiada de sono.
- Vou levar ela. - Disse.
- Se quiser eu levo. - Mateus ofereceu. - Ela já está pesada pra Liz. - Sorriu.
Luan fez cara feia e disse que levava. Acompanhou a gente até o carro, deu um beijo na filha e saiu sem se despedir de nenhum de nós dois. Fiquei muito constrangida pela situação, e me senti mal por ter causado isso com intensão de provocar ele. Mateus me levou pra casa em silêncio, e eu não resisti e chorei disfarçadamente no caminho.
Mateus fingiu que não me viu chorar o caminho todo, e eu só conseguia pensar que não devia ter provocado ele. Ele não estava nem aí pra mim, como sempre, e se bobear já tinha até uma nova namorada. A única coisa que ele fez foi me largar quando lhe foi útil.
Assim que chegamos em casa, Mateus se ofereceu pra pegar Bella, e eu acompanhei ele até o quarto. Assim que ele botou ela na cama, cobri e beijei seu rosto, encostando a porta.
- Muito obrigada Ma. - Disse parando encostada na porta da entrada.
- Liz, olha… - Ele se aproximou e fez carinho no meu rosto. - Eu não quis causar problemas.
- Não foi sua culpa, não foi culpa de ninguém. - Disse. - Luan só… - Não terminei, balancei a cabeça e senti meus olhos marejados. - Luan é assim mesmo.
- Acontece que você não tem que passar por isso, não tem que chorar por ele. - Disse sério. - A culpa não foi de ninguém, vocês só deixaram de se entender, não estavam mais na mesma sintonia. Não adianta ele ou você procurar culpado. 
Eu puxei ele pro sofá e sentei abraçada. Estava muito carente, precisava de um abraço, de demonstração de afeto, e ele me deu isso, me deixou chorar em seus braços, mas me surpreendi quando me acalmei um tempo depois e nossos olhares se cruzaram. Só fechei meus olhos e deixei a situação me levar. Talvez, de olhos abertos eu não conseguiria, mas sabia que eu precisava seguir em frente, então me forcei a conseguir. Nossos lábios se tocaram com delicadeza, e eu só consegui pensar em Luan. Logo o pequeno beijo se transformou em algo mais intenso, e ele fez carinhos no meu rosto. Me senti de alguma forma acolhida, mas chorei.
- Ma… - Comecei a dizer quando paramos.
- Não precisa dizer nada. - Me deu um beijo na testa. - Só fica bem que estou saindo. - Me deu a abraço e foi, batendo a porta. Fiquei ainda mais confusa com meus pensamentos e não preciso pontuar que foi uma noite inquieta.

Luan POV.

Estava completamente chateado com a história da Liz com aquele amigo dela. Minha vontade foi ir atrás deles, mas eu chorei. Minha mãe tinha razão, e eu não estava nem pensando nisso. Como consegui ser tão idiota de nem imaginar isso? Eu merecia!
Chamei Isa pra passar a noite aqui, não queria por nada ficar chorando sozinho, e acabei dormindo com ela. Ela ficou me fazendo carinho depois, mas não falei nada.
- O que foi que você tá com essa carinha? - Disse me dando um beijo.
- Estou chateado. - Disse sério. - Desculpa, você não tem nada com isso e não é legal te chamar pra ficar nessa… - Mexi em seu cabelo.
- Não tem problema, só fico preocupada com você. - Beijei sua mão, ela era muito carinhosa, uma pessoa incrível.
- Não precisa ficar minha linda. - Sorri. - Eu vou ficar bem, certo?
- Certo. - Me abraçou mais. - Como está sua filha?
- Está linda e muito arteira. - Disse rindo. - Mas ela é boazinha.
- Claro que sim, você é muito calmo, e a mãe dele também, pelo menos pelo que você fala.
- É sim, ela não tinha como ser diferente.
- Luan, seu coração é muito grande, não pode se entregar por esse tipo de coisa. Nenhum de vocês dois merece isso.
- Eu sei. - Disse fechando os olhos. - Meu mal é amar demais. - Sorriu fraco. - Mas vai passar. - Sorri e selei seus lábios. - Obrigado por ficar aqui, mesmo eu estando chato.
- Aí meu Deus, eu vou embora! - Disse rindo quando abracei ela. - Eu não aguento mais você, é muito chato! - Disse rindo e brincando.
- Olha que eu sou mesmo hein? - Ri.

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