quarta-feira, 2 de novembro de 2016

102° - Isso mostra que nem tudo está perdido não é?

Dias depois…

Meu telefone estava tocando e novamente era Isabella. Já estava na estrada chegando em casa depois do retorno aos palcos e mais uma vez estava sendo um idiota com ela.
- Por que você não atende e diz pra ela a verdade? - Rober perguntou.
- Não quero magoar ela. - Disse chateado. - Mas eu vou dizer, não quero falar pelo telefone e não sei se vou conseguir agir normalmente com ela. 
- Isso só vai piorar as coisas. E o negócio da Liz?
- Chegou hoje de manhã, graças a Deus. - Disse. - Minha mãe comprou o resto e meu pai vai trazer as flores hoje á tarde. Espero que até a noite ela já receba. - Disse ansioso.
- E depois você vai fazer o que?
- Vou esperar a ligação dela. - Sorri. - Acho que ela vai gostar.
- Você acha? - Rober riu. - É a cara dela, e é muito simbólico também, receber algo assim de você, que sempre lutou tanto contra a faculdade dela.
Logo chegamos em casa, e minha mãe já está toda ansiosa me esperando. Cheguei já perguntando de Bella, que descobri que estava almoçando com Liz no centro depois da escola. Queria correr e ver o presente de Liz, que deu trabalho pra 
conseguir, mas agradeci que algumas lojas ainda vendiam, porém, minha mãe me obrigou a comer primeiro. Estava muito animado enquanto ela contava que tinha escolhido uma caixa bonita, e vermelha, com laços dourados.
Depois de comer o creme de abacate que ela tinha feito pra mim, fomos arrumar tudo. Dona Mari parecia mais ansiosa que eu, e fez tudo que pedi com todo carinho do mundo. Fiquei muito feliz quando encontrei todas as três caixas no meu quarto. Parecia lago muito legal, e me cocei pra abrir, mas não fiz.
- Nossa mãe, que legal! - Disse sorrindo enquanto olhava. - Ela vai adorar né?
- Claro que vai. Vamos embalar?
- Vamos.
Ela me ajudou a colocar a colocar na caixa grande e depois a passar o laço.
- Você não vai escrever uma carta?
- Acho que só um cartão. - Disse mordendo os lábios. - Ela vai me ligar se eu for mais misterioso.
- Ela vai te ligar de qualquer forma.
- Eu sei, mas tem coisas que quero dizer pessoalmente. - Disse. - Que horas o pai vem?
- Ele ligou dizendo que estava vindo com seu buquê.
- Ótimo. - Disse pegando a caixa e levando pra sala. - Você vai comigo lá entregar?
- Vou. - Ela disse ouvindo a porta se abrir. - Deu pai chegou.
- Oi filho, tudo bem? - Ele disse me abraçando. - Já liguei pra Liz, e ela acabou de chegar.
- Estou ansioso. - Disse estendendo a mão pra pegar o buquê. - Obrigado. Vou escrever o cartão.
Demorei um bom tempo pra conseguir terminar de escrever, pensando exatamente no que colocar. Cheirei as rosas, eram lindas. Vermelhas vivas, e bastantes, faziam um buquê majestoso. Estava muito feliz. Meus pais colocaram as coisas no carro e eu fui dirigindo, enquanto minha mãe foi comigo. Quando cheguei em frente avisei meu pai pra ligar pra Liz, pra distrair ela. Levei a caixa com a minha mãe e depois ela ajeitou o buquê, e entramos no carro depois de tocar a campainha e fomos embora. Assim que chegamos, meu pai veio contar que Liz desligou o telefone pra atender, então me preparei pra ligação dela.
- Espero que vocês se acertem. - Meus pais desejaram.
- Eu também. - Sorri. 

Liz POV.

Estava falando com seu Amarildo quando a campainha tocou.
- Vai lá atender, mais tarde a gente conversa.
- Tudo bem, eu levo a Bella aí, beijos.
Desci correndo as escadas e encontrei Bella que estava na sala.
- Tá tocando mamãe. - Disse batendo as mãos.
- Eu sei princesa, vou ver quem é. - Disse. - Terminar de pintar a tarefa. - Ela trazia muitas lições de casa pra pintar, com o objetivo de ajudar na coordenação. Ela voltou a se debruçar na mesa da sala sentada no tapete e pintar e fui abrir a porta.
Não havia ninguém, mas tinha uma caixa relativamente grande e um buquê bem grande em cima. Não consegui deixar de sorrir, eram lindas e depois de pegar e sentir, descobri que cheirosas também. Peguei a caixa e levei pra dentro, fechando a porta depois de olhar pra ver se havia alguém.
- Presente mamãe! - Bella apareceu rindo e curiosa.
- É, só não sei do que se trata querida. - Peguei o buquê e procurei um cartão, encontrando.
“Somente espero que não tenha se arrependido de não ter ido na sua formatura por mim. Fiquei muito agradecido, e feliz por tamanho gesto de amor. Assim, espero que goste do presente que escolhi especialmente para a melhor arquiteta do mundo, afinal, tenho muito orgulho de ti. Você é a melhor pessoa que apareceu na minha vida. Com amor.”
Assim que terminei de ler, mal podia acreditar que ele tinha escrito aquilo pra mim, ou até mesmo tirado um tempo seu pra pensar em mim. Quando ele foi embora, acreditei de verdade que não significava nada pra ele, mas agora ele estava mostrando o contrário. Não tinha assinado, mas também não tinha necessidade. Não sabia do que se tratava, mas só pelo gesto eu já estava completamente feliz. Meu coração bobo, apaixonado e esperançoso, se encheu de alegria e amor. Luan despertava em mim as melhores coisas da vida.
- De quem é mamãe?
- Do papão meu anjo.
- Cadê papai?
- Seu avô disse que chegou hoje, daqui a pouco vamos lá ver ele.
- A gente pode levar brigadeiro?
- Pode, podemos meu anjo. - Ri, ela também gostava de brigadeiro como eu.
Decidimos então abrir a caixa. Estava muito curiosa, mas fiquei completamente encantada quando soltei o laço e encontrei uma caixa do Lego Arquitetura, onde se podia montar a Torre Eiffel. Eu era louca em legos, e sabia que tinha essa coleção, mas nunca tive oportunidade pra encontrar. Era uma coisa incrível pra uma arquiteta, diga-se de passagem louca pelos monumentos franceses. Fiquei completamente apaixonada, e feliz, não tanto pelo presente, mas só quem já viveu isso sabe como é bom receber algo de alguém que ama, e ver o quanto a pessoa te conhece. Luan mostrava que me apoiava com aquilo, gesto tão singelo. Ele realmente me conhecia.
- Lego mamãe! - Bella disse apontando a caixinha, e feliz. Tinha incentivado isso nela, e ela também amava os brinquedos de montar. - É pra mim?
- Esse é de adulto, mas você pode ajudar a mamãe! - Expliquei o que era aquilo pra ela.
- A gente pode montar mamãe?
- Claro que sim. - Disse, olhando o resto.
Além da Torre, também ele havia me dado o Museu do Louvre, outra linda obra que eu tinha muito amor. Ainda não conhecia o Louvre, mas era um dos meus maiores desejos. Havia até a pirâmide, e eu amei. Também havia a caixa da Villa Savoye, uma casa que se tornou o marco da arquitetura moderna. Fiquei fascinada e muito feliz com o cuidado dele de me agradar. Havia conseguido.
Sempre penso que não se compra o amor, não com dinheiro pelo menos, mas se compra com os gestos de carinho, ou pela simbologia, envolvendo eles dinheiro ou não.
- Vamos montar mamãe! - Bella disse animada.
- Por que não vamos até a casa da sua avó, e convidados papai pra um piquenique aqui no condomínio.
- Pode no jardim?
- No jardim pode! - Disse me levantando e colocando as rosas na água com um sorriso no rosto.
Ao se trocar, Bella quis ir combinando comigo. Colocamos as duas um vestido florido amarelo de verão que tínhamos iguais, e chapéus fofos pra proteger do sol. Escolhi um óculos e passamos protetor solar. Bella ainda vestiu um shorts por baixo pra poder brincar mais à vontade. 
Decidi ir até uma padaria ali próxima, que Luan amava. Comprei um bolo em miniatura do qual ele mais gostava, e Bella escolheu alguns doces. Eu cuidava muito da alimentação dela, o que permite alguns excessos de vez em quando. Compramos também pãos doces, bolachas gostosas e suco. Logo estávamos na casa da minha ex sogra. Ela recebeu as duas com muito entusiasmo. Bella já correu chamar o pai.
- Você gostou querida? - Mari perguntou me abraçando.
- Eu amei Mari. - Disse envergonhada. - Viemos chamar ele pra um piquenique, pra agradecer, e vocês também, tenho certeza que ajudaram…
- Ajudamos um pouco, a ideia é toda dele. - Sorriu.
- Obrigada. - Abracei ela.
- Tenta de novo… - Ela disse sorrindo.
- Vamos ver né… - Falei envergonhada.
Convidei os dois pra ir conosco, mas eles preferiram ficar. Bella desceu dizendo que o papai estava se arrumando. Assim que ele cruzou o olhar comigo, eu sorri. Cumprimentei com um beijo e um abraço, e depois no caminho a atenção dele foi toda de Bella enquanto eu dirigia. Deixaria pra falar quando chegasse.
Bella ainda vestiu um shorts por baixo pra poder brincar mais à vontade. 
Decidi ir até uma padaria ali próxima, que Luan amava. Comprei um bolo em miniatura do qual ele mais gostava, e Bella escolheu alguns doces. Eu cuidava muito da alimentação dela, o que permite alguns excessos de vez em quando. Compramos também pãos doces, bolachas gostosas e suco. Logo estávamos na casa da minha ex sogra. Ela recebeu as duas com muito entusiasmo. Bella já correu chamar o pai.
- Você gostou querida? - Mari perguntou me abraçando.
- Eu amei Mari. - Disse envergonhada. - Viemos chamar ele pra um piquenique, pra agradecer, e vocês também, tenho certeza que ajudaram…
- Ajudamos um pouco, a ideia é toda dele. - Sorriu.
- Obrigada. - Abracei ela.
- Tenta de novo… - Ela disse sorrindo.
- Vamos ver né… - Falei envergonhada.
Convidei os dois pra ir conosco, mas eles preferiram ficar. Bella desceu dizendo que o papai estava se arrumando. Assim que ele cruzou o olhar comigo, eu sorri. Cumprimentei com um beijo e um abraço, e depois no caminho a atenção dele foi toda de Bella enquanto eu dirigia. Deixaria pra falar quando chegasse.
Era segunda-feira à tarde, o jardim do condomínio estava vazio. Bella escolheu um lugar embaixo de uma árvore e tirou o sapato pra brincar no parquinho.
- Não é melhor ela comer primeiro? - Luan perguntou rindo e segurando os sapatos.
- Tem lugar pra lavar a mão, então não tem problema né. - Disse rindo, sentando com ele. - Comprei aquele bolo pra você. - Tirei da sacola.
- Nossa cara, que gostoso. - Disse sorrindo. - Nunca mais fui lá depois que… - Disse, sem completar a frase.
- Eu e Bella sempre comemos. - Sorri, separando um pratinho pra ele.
- Foi cuidadosa, trouxe até pratinho.
- Você tem sorte, por que sou a melhor. - Disse rindo. - Luan, eu queria te agradecer. - Sorri lhe olhando nos olhos, antes de cortar pra ele.
- Você gostou? - Ele levou uma mão até meu rosto, e abaixei o olhar meio envergonhada.
- Eu amei, eu sempre achei demais essa coleção, mas faltou sei lá, oportunidade.
- Achei sua cara. - Sorriu. - Eu que tenho que te agradecer, e você sabe que não estou sendo modesto.
- Fiz o que eu senti que devia.
- Isso mostra que nem tudo está perdido não é? - Sorriu e eu afirmei. - Só que, foi um sacrifício muito grande, não precisava, você sabe disso.
- Eu não estaria feliz e em paz na festa, de nada adiantaria. Estava onde precisava estar.
- Fico feliz com isso. - Ele beijou minha mão. - Muito obrigada. E saiba que sempre tive muito orgulho de você. É toda menina, mas ao mesmo tempo mulher batalhadora, decidida e segura. Antes eu achava que era o pilar da relação, mas sempre foi você. E eu sempre fui o dependente. - Sorriu. - Nunca no mundo subestimei você.
- Eu sei, e agradeço por que foi talvez a única pessoa que acreditou em mim.
- Muita gente acreditou em você Liz. - Disse sincero. - Só que você largou elas por mim, e eu sou muito grato por isso.
- Bom, então, vamos comer… - Disse tentando quebrar o clima.
Cortei um pedaço de bolo pra cada e encostei na árvore com ele. A gente comeu em silêncio, olhando Bella descer no escorregador ou brincar na areia.
- Adorei o look de vocês. - Ele disse rindo.
- Foi ideia dela. - Falei rindo. - Ficou fofo.
- Ficou demais, duas menininhas! - Riu, olhando a pequena.
Cortei um pedaço de pão e estava toda lambuzada já. Luan me olhando rindo, já que mesmo depois de ter experimentado tudo, ainda estava parecendo igual quando chegou: limpo.
- E o que você vai fazer essa semana? - Perguntei depois que o assunto acabou.
- Vou pro sul.
- E vai ficar um tempo lá passeando?
- Até queria, mas pra levar a Bella tem escola né… - Disse tampando as coisas pra não encher de formiga e peguei o potinho de brigadeiros. - Você vai passar mal, esta comendo muito.
- Eu tô comendo mais mesmo, nos últimos tempos. - Disse. Sabia que era ansiedade, e já tinha engordado alguns quilos. Luan com certeza reparou, mas era galante demais pra comentar.
- Não pode. - Disse simplesmente mas parou quando eu olhei feio pra ele.
- Por que você não leva a Isabella? - Perguntei, sem resistir.
- Por que? - Ele perguntou rindo e desviou o olhar, sem graça. Eu sabia quando ele ficava assim.
- Por que vocês estão ficando, não estão?
- Faz quanto tempo que você está esperando pra me perguntar isso? - Riu.
- Algum. - Ri.
- Então me diga como anda você e o Mateus.
Podia jurar que por essa não esperava. Imaginava que ele tinha percebido que no dia que estávamos na casa dele, eu só estava tentando provocar.
- Não precisa ficar com essas bochechas aí… - Ele falou. - Está meio na cara que vocês estão ficando…
- A gente não está mais.
- Não? - Ele parecia surpreso.
- Não. - Disse.
- Ele fez algo com você?
- Não. - Sorri pela preocupação. - Ele foi muito gentil em tomar a decisão certa.
- Você tem razão. - Disse olhando pra frente. - Eu não falei com a Isa ainda, mas também vou botar um fim.
- Hum… Por que? - Disse fingindo estar mais interessada no meu brigadeiro.
- Eu não posso amar ela, e ela é uma pessoa muito legal pra ficar presa assim…
- Por que você não tenta? - Quando vi, já tinha saído. Tentando me fazer de legal, claro.
- Sério mesmo? - Ele riu, me olhando estranho.
- Não, eu só estava tentando ser uma boa amiga. - Rimos.
- Você é minha ex mulher. - Ele disse revirando os olhos. - Não tente e nem ache que não te conheço.
- Não nos casamos. - Corrigi, feliz da vida por ele terminar o que quer que tinha com Isabella.
- Bella é mais que um casamento. - Ele disse e eu tive que concordar. - Acho melhor buscar ela pra comer. - Ele se levantou.
- Chama, não é mais fácil?
- Ela não vai vir. - Riu. - Até parece que não conhece a miniatura de Liz.
- Graças a Deus. - Ri, e ele já deu as costas indo até a pequena.
Ele ainda deu a mão pra ela descer do escorregador. Era lindo de ver os dois juntos, uma união completa e linda. Eram os amores da minha vida.
Bella comeu com empolgação, e fez Luan experimentar na frente dela tudo que já tinha comido. Ele ria, mas fazia o gosto dela. Eram muito apegados, e se ela era apegada comigo, com Luan era 3x mais. Aquela velha coisa de que falam, que o pai é sempre o herói da menininha. Luan cumpria muito bem esse papel.

Muito obrigada por quem ainda esta aqui, isso significa muito pra mim. Por mais que vocês não acreditem, essa historia significa muito! ♥

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