quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

93º - O amor que bate no peito, também bate na mamadeira.

- Minha filha! - Dona Lúcia entrou já chorando no quarto e correu pra abraçar Liz. 
Seu pai me cumprimentou em silêncio e já foi até a mulher que estava olhando Bella no colo da minha noiva. 
- Ela se parece com você menor meu amor. - Disse pra filha e eles sorriram. - Que princesa do vovô! 
- Princesa da vovó também! - Todo mundo rua e então Lúcia pegou a pequena. 
Ficaram balançando, enquanto Liz contava sobre o parto com a ajuda da minha mãe e eu estava sentado sorrindo olhando pra ela. 
Falaram então dá amamentação e as mulheres começaram a conversa com Liz sobre isso enquanto seu Roberto sentou ao meu lado com Bella. 
Tentavam convencer ela, eu resolvi não me meter por enquanto, ver no que ia dar aquilo, e depois conversar com Liz em particular. Era um assunto delicado, e por mais que eu estava nervoso com isso, e preocupado, não podia imaginar o que era pra ela toda aquela situação, ainda mais por que Liz teve problemas nessa gravidez desde o inicio e ela lutava muito contra isso, culpada de muita coisa. Mas eu sabia o quanto ela estava feliz de sermos uma família agora. 
Logo mais tarde, quando Bella chorou de fome, foi uma coisa bem complicada. Meu pai e seu Roberto resolveram sair do quarto, pra não deixar ela nervosa. Me chamaram também, mas eu fiquei. Me sentei e resolvi ficar no meu canto enquanto nossas mães, já experientes, tentaram ajudar ela. Uma enfermeira também, mas não funcionou. A cada momento que demorava, Bella ficava com mais fome aquilo estava me torturando, tanto quando mexia com a Liz. O choro da minha menina entrando na minha cabeça, me deixava sem chão e impaciente. Depois de quase meia hora, da minha mãe e Lucia insistirem em parar, Liz ainda se mantinha irredutível, já chorando. Resolvi de certa maneira que ela hora dela parar.
- Amor, chega. - Disse me levantando e pegando a mamadeira sobre um dos moveis do local. 
- Não, eu vou tentar mais uma vez. - Ela disse.
- Você já está nervosa, dai fica sem leite e só vai piorar a situação. - Estendia a mamadeira pra ela sobre os olhares atentos das duas curiosas que parecia surpresas por ela se render tão bem aos minhas falas. 
Peguei Bella e passei a balançar pelo quarto enquanto Liz tirava o leite pra dar a ela na mamadeira. 
Estava me surpreendendo com minhas atitudes. Acho que fui pai na hora certa. Agora sou maduro o suficiente pra lidar com tudo que vier, e isso estava sendo muito importante pra mim, também pela idade e falta de experiencia da Liz. Não que tivesse experiencia com bebês, mas eu tinha em tomar decisões e aquilo estava se mostrando importante. Sabia agora a hora e como agir pro bem da minha família. 
Foi um momento difícil pra Liz, mas era o melhor pra todos nós. Ela pegou Bella e sorriu pra mim, com os olhos cheios de lagrimas. Incentivei com um sorriso e uma caricia, ficando ao seu lado. Ela seguiu as dicas de sua mãe e em seguida aconchegou Bella no seu colo. E então, com todo o seu jeito, começou dar o leite pra ela. Passada a euforia inicial, rimos da pequena toda agitada bebendo tudo com fome. Passava meus olhos de Liz até Bella, e sorri pra minha linda noiva, que me sorriu de volta olhando em seguida nossa filha nos seus braços. 

Depois que as duas tiveram alta, nossa vida voltou um pouco ao normal, ou quase isso. Ficaria uma semana com elas na casa da minha mãe, ou por um tempo. Fizemos o teste do pezinho e do ouvidinho, e tudo certo. Liz também foi com a minha mãe furar a orelha da pequena, já que eu disse que não queria ir por nada nessa vida. Minha mãe ajudou o tempo todo, e nos primeiros dias a gente não teve problemas de noite. Os pais de Liz voltaram pro Rio, prometendo voltar logo nas ferias. E eu corri atras de soluções por causa da amamentação, por ver o quanto aquilo incomodava Liz. Mas no fim do segundo dia dela em casa, desisti. Camili conversou com nós dois sobre isso, assegurou que era a coisa mais normal do mundo e que tudo ficaria bem e acabou convencendo Liz. Bella não mamaria no peito, mas teria o mesmo amor e o mesmo afeto com a mãe que era louca por ela. 
- O amor que bate no peito, também bate na mamadeira. - Disse. 

Liz mãe me fez ver ela de outra maneira. Era dedicada, atenciosa, e muito amorosa. Estava aprendendo tudo que minha mãe ensinava bem rápido e não via problema em levantar horas e horas pra socorrer uma chorona de noite. Fazia isso com um sorriso no rosto, o que me deixava ainda mais orgulhos da minha neném. E é claro que quando via que ela estava cansada, eu ajudava muito, já que também podia dar mamadeira. Ainda estava tentando aprender a lidar com as outras coisas, mas isso eu estava me virando bem.
- Ela é tão boazinha! - Minha mãe disse depois de um dia todo de Liz dormindo enquanto estávamos na sala de noite. - Quase não chora! Liz você teve sorte. 
- Espero que continue assim Mari. - Ela riu. 

- Os olhos dela são lindos. - Disse. 
Eles eram grandes, e pareciam duas bolinhas de gude, lindas. Já eu, fiquei imensamente feliz quando ela abriu eles. Pareciam com os meus, indo contra o que todo mundo achava já que cada dia mais ela lembrava a Liz.
- Parece que o mundo tem outro sentido, você sente isso? - Minha neném perguntou enquanto acariciou o cabelo dela. 
- Eu sinto. - Sorri olhando elas. 
- Seu maior presente pra mim. - Ela sorriu. 
A gente estava ali, acordos, as três da manhã depois de dias cansativos, mas felizes. 
- Acho que é o contrário né? - Disse. 
- Você que é bobo demais. - Ela me olhou sorrindo. 

No fim da semana foi difícil lidar com a ideia de que deixaria elas pra trás. Meu coração estava apertado. Não queria mais deixa-las, era dolorido e difícil. Agora eu talvez entendia as coisas que meus pais me diziam longe de mim. Foi horrível ir embora e estar com a cabeça em outro lugar, e eu sabia que aquilo só estava começando.
Liguei de duas em duas horas e quando minha neném percebeu, ela me zoou muito. 
- Não aguenta mais de saudade e saiu hoje.
- Claro que não. - Ri. 
- Verdade, confessa logo. 
- Tudo bem, confesso. Não aguento mais mesmo, estou quase voltando. - Disse antes de entrar no palco. - Ja era uma tortura, agora parece que ficou pior. E todas as entrevistas perguntando dela só me fazem não esquecer que deixei vocês pra trás. - Ri por fim.
- Que drama meu Deus. - Ela riu. - Eu estou bem, Bella melhor ainda, só dorme e mama. - Riu e depois voltou a falar cochichando. - E sua mãe está me mimando tanto que comprou brigadeiro.
- Não pode ficar comendo muito amor… - Reclamei rindo.
- Não vou comer muito. - Disse como aquelas pessoas que alegam inocência em crimes, como se não acreditasse. Tinha duas crianças em casa.
- Dá cólica nela, você ouviu a medica.
- Eu não vou comer muito, pronto. Só unzinho.
- Vou pegar logo logo a dona Marizete quando chegar ai. Sabia que você não devia ficar na casa dela rapaz…
- Para de ser rabugento.
Comecei a rir dela e acabei tendo que desligar logo. Era difícil, mas eu ia ter que aprender a ficar longe. 

Essa frase do titulo do capitulo é da Fernanda Gentil num desabafo sobre a amamentação. É um tema muito importante. É algo mega importante pro bebe e pra mãe, mas as vezes, não acontece. É normal e justificável, mas o ideia é a amamentação, ok? 
Desculpem, mesmo. Mil perdões, mas foi um inicio de ano muito difícil pra mim. Espero que gostem!

10 comentários:

  1. Mulher de Deus, faz isso comigo não. Quase me mata do coração com esse sumiço seu.
    Essa familia eh tao cut *-* Luan no modo pai eh mais cut ainda *-* amo tanto eles brazeu, coisa mar linda ♡♥

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  2. Que capítulo tendo de início mas todo amorzinho no final kkkk continua e demora tbm pra postar

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  3. Amando... imagina quando a Bella chamar papai. Luan vai pirar.

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  4. Ta muito perfeito continua logo!

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  5. Oq tá acontecendo? Ta sumindo

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  6. Cap muito fofo. E esse tema que você esta abordando é muito interessante Lua. Você escreve bem, so quero que poste mais, please! Sei que tem bloqueio e tal e espero que ele passe logo e você volte a postar como antes. Estou te esperando aqui. Beijoooss!!!

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