Luan POV.
Os shows do Nordeste geralmente acabavam cedo. Entrei no palco ás 22h00, depois de olhar por tempos a foto da minha menina toda linda saindo sozinha. Me bateu ciúmes, preocupação, amor, saudade e de tudo mais um pouco. Meu coração estava apertado e eu estava preocupado. Cheguei na van procurando meu celular pra ligar pra ela pra perguntar se ela já tinha chego em casa, mas não atendeu. Tentei durante todo o caminho até a capital onde estava hospedado, mas o sinal era ruim e fui começando a ficar nervoso. Quando estava entrando no quarto Roberval atendeu o telefone dele e chamou pelo meu pai, então me olhou assustado. Já era quase 02h, eu não tinha conseguido falar com Liz eu sabia que havia algo errado.
- O que houve com a Liz? - Disse ele levantando na sua direção mas ele saiu correndo e me fechou pra dentro do quarto.
Procurei meu celular e comecei a ligar pra casa, mas nada. Até que alguns minutos depois Roberval voltou e eu sai levantando em sua direção.
- Fala logo Roberval! - Disse bravo, pronto para voar no pescoço dele quando percebi a cara dele. Rober estava branco, e parecia nervoso.
- Acho melhor a gente separar umas coisas da sua mala e… - Ele começou a gaguejar indo até a minha mala e abrindo, começou a mexer em tudo até que deu um empurrão e ela caiu. Ele enfim me olhou.
- A Liz foi assaltada. - Disse rápido.
- Como assim? - Perguntei baixo sentindo meu coração todo se apertar e meus olhos se molharem. Fiquei sem reação.
- Ela estava chegando em Barueri e levaram o carro. Ela…
- Ela… - Disse me sentando.
- Levou um tiro.
Joguei meu corpo na cama e comecei a chorar igual uma criança. Eu sabia que estava sentindo algo muito ruim, e agora minha menina estava sozinha, assustada e machucada.
- Mas ela está bem… - Ele disse pegando no meu braço. - Luan, precisamos ir agora pro aeroporto.
- Quero falar com ela. - Disse passando a mão pelos olhos e me sentando, respirando fundo e me controlando.
- Ela não pode, estava muito assustada, e nervosa… Eles deram um remédio e ela está dormindo. Estão cuidando dela, mas acho que ela vai querer você lá quando acordar.
- E a Bella? - Perguntei assustado. - Cadê a Bella?
- Ela saiu com o Marquinhos hoje, e acabou dormindo no caminho, ficou na casa dele.
- Graças a Deus. - Disse fechando os olhos. - Ai meu Deus. - Disse baixinho e comecei a rezar, pedindo pra Deus pra acalmar Liz e deixá-la bem até eu chegar.
Logo entrei no banho e de lá sai direto pro avião, contando cada segundo pra pousar em São Paulo. Só conseguia pensar em como deveria ter levado o carro Dela pra blindar. Eu tinha insistido, mas ela estava animada com ele novo, e foi prolongando isso. Só queria que ela ficasse bem, só queria abraça-lá. Rober ainda não tinha informações de como ela estava, então não sabia se tinha sido grave quando pousei em São Paulo. Meu pai estava esperando a gente, e ele me acalmou muito. Avisou já ter falado com os pais de Liz, e que eu devia ligar pra eles.
- Estão fazendo os exames, mas já estão procurando pelo carro, eles vão achar o cara.
- Quero que ele se dane. - Disse. - Estou preocupado com ela, deve estar assustada.
- Parece que a bala não entrou, que foi um tiro de raspão, ela vai ficar bem.
- Ainda bem meu Deus! - Disse já a caminho do hospital e agradeci baixinho as minhas orações terem sido ouvidas.
- Tenta manter a calma, não assusta ela! - Meu pai avisou.
- Não, já estou mais calmo. - Falei, ansioso batendo a perna.
Quando chegamos no hospital o médico falava com a minha mãe. O bom de ser famoso era a atenção que eles davam nesses casos, coisa que eu achava errada mas não estava em condições de ligar.
- Ela vai ficar bem. - Disse sorrindo. - Está agitada ainda, o calmante fez pouco efeito, ela quer ver você. O tiro não entro, ela pode ir pra casa amanhã cedo.
- Graças a Deus. - Sorri, feliz, e minha mãe me deu um beijo.
- Não foi mencionado na ficha dela, e como vocês não falaram e nem ela, acho que ainda não sabem… - Ele sorriu e eu fiquei confuso. - Sua esposa está grávida, de um pouco mais de 3 meses.
Meu coração bateu mais forte ou souber aquilo. Mais um bebê pra alegrar nossas vidas. Era fato também que a gente estava sonhando com isso fazia um tempinho, mas foi rápido demais, graças a Deus.
Meus pais me abraçaram com carinho, muita alegria e eu já tinha os olhos marejados quando me passou uma coisa pela cabeça.
- Mas o bebê está bem? - Perguntei preocupado.
- Ela chegou aqui com um começo de aborto. Os primeiros 3 meses são os mais delicados e ela passou por um estresse muito grande, mas está tudo bem agora. Fizemos alguns exames e ele também vai ficar bem, mas ela vai precisar tomar alguns cuidados.
- Bom, menos mal. - Disse sorrindo fraco. - Liz já sabe?!
- Não, estava muito agitada e eu achei melhor deixar pra você contar. - Ele sorriu.
- Obrigada.
Logo em seguida fui informado que ela estava dormindo ainda e que eu poderia vê-la. Estava muito feliz, mas ao mesmo tempo preocupado. Meus pais foram pra casa e eu decidi ficar sozinho com ela. Logo pela manhã minha mãe ficaria com a Bella, e eu esperava poder já voltar pra casa com a minha menina.
Quando cheguei ao quarto deixei algumas lágrimas caírem olhando ela como um anjo dormindo. Estava linda mesmo com a aparência de assustada e tinha um curativo grande no braço. Acariciei seus cabelos longos e fiquei ao seu lado todo o tempo esperando ela acordar.
- Luan… - Ouvi sua voz chamar baixinho e levantei os olhos do celular, indo até ela sorrindo.
Seus olhos encheram de lágrimas e ela me abraçou sem jeito.
- Eu te amo tanto.
- Eu te amo muito meu neném. - Disse apertando ela, tomando cuidado com o braço. - Passou, não precisa mais chorar. - Disse segurando seu rosto e secando as lágrimas.
- Eu achei que não ia mais ver a Bella e você e…
- Não, passou… Agora é só alegria meu amor. Isso não vai mais acontecer ok? - Sorri, abraçando ela.
Não contei da gravidez, pensei em fazer uma surpresa pra ela, e esperar um momento melhor. Fiquei ali, segurando sua mão enquanto ela falava com o médico e depois quando voltou a dormir, bem mais calma dessa vez.
Liz recebeu alto no fim da manhã, e minha mãe estava esperando ela na nossa casa com o almoço. Bella ficou toda contente, abraçou e beijou a mãe. Liz parecia ainda assustada mas bem melhor. Estava toda dengosa, e fiquei preocupado de deixar ela em SP. O médico autorizou a viajar comigo, mas eu fiquei com medo de ficar com dor por falta de repouso.
- Você tem certeza que vai Liz? - Meu pai questionou.
- Tenho. - Ela sorriu pra mim.
- Pensa melhor. - Minha mãe pediu.
- Penso. - Disse.
Comemos juntos, e felizes por Liz estar de volta. Ela foi descansar um pouco depois do almoço e eu decidi pedir ajuda pra minha mãe com a mala. Fomos surpreendidos com Liz entrando no closet um tempo depois, me pedindo ajuda pra arrumar suas roupas.
- Amor, eu não quero te deixar, mas…
- Eu quero ir. - Ele disse olhando nos meus olhos. - Por favor.
Pensei um pouco.
- Tudo bem. - Beijei sua testa. - Que roupa você quer? - Puxei uma nova mala e ela sorriu.
Minha mãe me ajudou, enquanto Liz escolhia roupas que tapavam o curativo no braço, me manga.
- Que bom que não é o direito. - Falou quando peguei suas maquiagens.
Bella iria ficar com meus pais e eu decidi fazer a surpresa pra ela. Pedi pra Rober comprar uma roupinha de bebê, e colocar numa caixa bonita.
Liz ficou se despedindo da nossa pequena enquanto coloquei as malas no carro e voltei pra me despedir. Ela foi tratada com todo carinho pelo pessoal da minha equipe e não desgrudou de mim, estava muito sensível.
Tratei ela com todo o carinho do mundo, e ficou sentadinha vendo meu show da lateral do palco. Queria dar o presente naquela noite linda que estava fazendo em Recife, mas decidi que ela estava cansada demais pra isso. Tomou remédio pra dor e dormiu logo, e eu fiz o mesmo, querendo acordar junto com ela na manhã seguinte.
Liz levantou quase no fim da manhã, e eu despertei com a movimentação dela. Estava sem dor, e pediu pra ir a praia depois do café da manhã. Avisei Rober e comemos juntos, depois descemos. Ela ficou de vestido, e eu também não iria entrar no mar, mas andamos por lá juntinhos até que avistei Rober se aproximar e pedi pra ela sentar na areia e me esperar. Fui buscar a caixa, e meu coração batia alegre e descompassado enquanto eu caminhava até ela de volta.
- Um presente? - Ela sorriu e me deu um selinho.
- Sim meu anjo.
- Um presente lindo pra uma linda menina.
- Me sinto a Liz de 16 anos com você falando assim. - Ela falou doce e nos sentamos.
- Mas você é aquela menina. - Disse enquanto ela abria a caixa e me olhou de boca aberta. - Só que agora mãe de dois bebês.
- Como assim amor? - Ela disse me abraçando sorrindo, meio assustada.
- Descobrimos no hospital, você está gravinha de 3 meses.
Ela me olhava de boca aberta e chorou. Me puxou abraçando, me beijou e sorria.
- Mas eu não senti nada e… - Passou a mão. - Por que você não me contou meu amor? - Disse secando o canto dos meus olhos sorrindo e beijando meu rosto devagar.
- Não contei por que não queria que esse dia ficasse marcado daquela maneira pra sempre. - Sorri acariciando sua nuca com seu rosto bem perto do meu. - Esse dia é seu, do nosso bebê, não de algum vagabundo qualquer.
- Eu te amo tanto. - Ela disse com toda sua delicadeza, calma.
Na semana seguinte Liz já tinha uma barriguinha aparente e Bella já estava sabendo da novidade. Um pouco enciumada, resolvemos chamar ela pra a chácara pra um dia em família. Liz tomava sol e eu estava assando carne quando Bella estava na piscina deixando a minha menina doida. Liz me chamava toda hora, pedindo socorro e pra tirar Bella da piscina. Ri, saindo da churrasqueira quando renovei as carnes e cortei as prontas pra elas. Tirei Bella da piscina e chamei pra comer, mas quando fui sentar Liz pegou o protetor solar.
- Bella, por que não passa protetor no bebezinho filha? - Disse sorrindo pra Liz, e peguei o protetor de sua mão.
- Mas o bebê tá dentro da mamãe. - Disse.
- Então a gente tem que proteger a mamãe do sol. - Disse pegando sua mãozinha e colocando o produto.
Bella olhou pra Liz, que a incentivou com um sorriso.
A pequena levou as mãos até a barriga da mãe e sorriu acariciando com cuidado. Me perdi na cena, olhando tudo que tinha de mais precioso no mundo. Então Liz me olhou com os olhos marejados e eu percebi que tinha lágrimas também. Me aproximei, acariciando sua barriga e lhe dando um beijo. Liz abraçou Bella e ficamos assim, por um bom tempo, juntinhos. Eu tinha o mundo nas mãos e a família que sempre pedi a Deus.
| Fim!
Na semana seguinte Liz já tinha uma barriguinha aparente e Bella já estava sabendo da novidade. Um pouco enciumada, resolvemos chamar ela pra a chácara pra um dia em família. Liz tomava sol e eu estava assando carne quando Bella estava na piscina deixando a minha menina doida. Liz me chamava toda hora, pedindo socorro e pra tirar Bella da piscina. Ri, saindo da churrasqueira quando renovei as carnes e cortei as prontas pra elas. Tirei Bella da piscina e chamei pra comer, mas quando fui sentar Liz pegou o protetor solar.
- Bella, por que não passa protetor no bebezinho filha? - Disse sorrindo pra Liz, e peguei o protetor de sua mão.
- Mas o bebê tá dentro da mamãe. - Disse.
- Então a gente tem que proteger a mamãe do sol. - Disse pegando sua mãozinha e colocando o produto.
Bella olhou pra Liz, que a incentivou com um sorriso.
A pequena levou as mãos até a barriga da mãe e sorriu acariciando com cuidado. Me perdi na cena, olhando tudo que tinha de mais precioso no mundo. Então Liz me olhou com os olhos marejados e eu percebi que tinha lágrimas também. Me aproximei, acariciando sua barriga e lhe dando um beijo. Liz abraçou Bella e ficamos assim, por um bom tempo, juntinhos. Eu tinha o mundo nas mãos e a família que sempre pedi a Deus.
| Fim!
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