sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

108° - Vamos nos tornar marido e mulher hoje ao pôr do sol?

Liz POV.

Fui surpreendida com as meninas planejando uma festa do pijama na casa da minha vó. Mulheres e meu sobrinho iriam pra lá, e os homens ficariam com a casa alugada.
- Você vai né? - Bruna perguntou enquanto comprava lingerie. Ela tinha me arrastado pra loja e me fez ficar com vergonha ao escolher algumas coisas “para Luan”, como ela mesmo disse.
- Vamos falar com o Luan primeiro né…
- Tudo bem, liga pra ele.
- A hora que eu chegar em casa a gente vai!
- Eu já arrumei tudo, vamos direto pra casa da sua avó! É do lado, não vai ser o fim do mundo! - Ela disse brava.
- Tudo bem Bru, mas preciso falar pra ele antes!
- Comprei até champanhe…
- Eu nem gosto! - Disse rindo.
- Mas vai gostar dessa! - Disse rindo e passando as compras.
- Você já viu o preço desse sutiã? - Disse abrindo a boca.
- O que tem?
- É o preço de uma passagem pra cá, tem quantos diamantes?
- Não exagera. E não é só um sutiã, é um conjunto.
- Tudo bem. - Disse.
- Eles vão sair também Liz! - Ela disse me olhando feio. - Para de ficar com essa cara.
- Eles vão sair pra onde? - Ela deu de ombros.
- Programa de meninos.
- Eu ainda te mato Bruna!
- Relaxa Liz.

- Você promete que vai se comportar né? - Falei pra Luan, enquanto me despedia dele.
- Claro que sim. - Ele riu acariciando meu cabelo. - Estou com seu pai é seu avô, o que é que eu posso fazer?
- Vai saber. - Ri beijando seus lábios. - Amanhã a gente se vê, qualquer coisa me liga.
- É só uma noite meu anjo. - Ele respondeu.
A noite pra meninas que a Bruna tinha planejado foi muito legal. Conversamos muito, comemos muita porcaria e falamos de atores  e cantores gatos.
- O melhor de todos é o meu amor. - Disse sorrindo e a gente riu.
- Tanto que nem queria desgrudar dele né… - Bruna riu. - Eu não mereço, são muito grudentos. - Todos riram.
- Você é ainda pior. - Retruquei.
Conversamos sobre diversas coisas de mulheres, falamos mal dos “maridos” e tudo mais. Foi muito divertido, e eu amei.
- Onde será que eles estão hein? - Perguntei.

Luan POV.

Eu tinha amado aquele lugar. Primeiro que saímos já um pouco tarde, e andar a vontade na rua era muito bom. Seu Manuel não bebia, e se ofereceu pra voltar dirigindo, mas eu fui. Amava dirigir. Chegamos em um bar um tanto quanto sem graça, mas estranhei quando subimos as escadas e demos de cara um uma porta velha, e assustadora. Fiquei do lado do Seu Manuel, é uma janelinha abriu na porta, igual aqueles filmes de bandidos americanos. Achei aquilo sensacional. O homem, pelo que entendi, pediu uma senha, e Seu Manuel respondeu me olhando animado. A porta se abriu, e eu adorei o local. Se chamava Hanson's Shoe Repair e parecia um bar clandestino, e me explicaram que era um local que imitava a época que bebidas alcoólicas eram proibidas no país. Não era grande, mas era muito agradável, a música estava baixa, só se ouvia as pessoas conversarem.
- Tomem cuidado se não quiserem passar o casamento no hospital em coma alcoólico. - Seu Manuel alertou, passando os cardápios depois de falar com o garçom. - As bebidas daqui são fortes.
Começaram a desfilar lindas garçonetes com saias curtas e roupas countrys.
Foi sem duvidas umas das minhas melhores experiências de contar as bebidas incríveis que eles serviam. Não fiquei bêbado de passar mal, mas digamos que fiquei muito alto e estava rezando pra estar bem na manhã seguinte.

Liz POV.

Acordei meio sonolenta. O quando ainda estava escuro e ninguém veio me chamar. Era quase hora do almoço, e escutei barulhos lá embaixo, o que era estranho já que todas dormiram tarde. Tomei um banho e desci com um vestidinho fresco e de bom humor.
- Bom dia mulheres da minha vida. - Disse beijando a cabeça da minha filha que comia com o primo. - E bom dia homenzinho da tia. - Ele me deu um beijo todo fofo.
- Liz, achei que teria que te acordar. - Bruna apareceu. - Vamos comer fora e depois passar o dia num SPA.
- Pra que tudo isso? - Ri ajudando a minha mãe com a fruta das crianças. - Qual a comemoração?
- E precisa? - Perguntou brava.
- Preciso ir ver meu amor, isso sim.
- Eles vão passar o dia com as crianças. - Ela disse emburrada.
- Tudo bem dona. - Falei.
Não demoramos pra sair todas as mulheres, e Bruna deixou as crianças na outra casa. Queria descer e ver Luan, mas levei uma bronca e fiquei no meu canto. Comemos num restaurante tradicional da cidade, e muito gostoso. Logo em seguida fomos até o SPA da Bruna, de dona brasileira que era muito simpática e nos recebeu muito bom. Foi uma tarde animada. Muita fofocas, comidas gostosas e fizemos unhas, massagem, hidratação e ainda ganhei um banho relaxante. Quando estava me secando, Bruna apareceu com um daqueles sacos de vestido de festa e eu olhei estranho pra ela enquanto botava o hobby que havia ganhado.
- Vai sair?
- Nós vamos.
- Onde? - Perguntei.
Ela pegou minha mão e me puxou pra cama. Em seguida, abriu a porta, falou algo e me deu um buquê de rosas amarelas maravilhosas. Havia um cartão escrito com sua caligrafia estranha.

“Eu amo a maneira como você faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, ou como se a vida toda valesse a pena. Eu sou quem eu sou por causa de você. Não podia mais esperar pra ter você como minha esposa. Vamos nos tornar marido e mulher hoje ao pôr do sol?”

Deixei uma lágrima cair e logo em seguida Bruna voltou sorrindo.
- Arrumamos tudo, você vai amar. - Disse, abrindo o vestido.
Ainda estava chocada e completamente emocionada. Luan era minha vida. Mas quando ela virou o vestido pra mim, abri a boca. Ele era lindo, bem grande e cheio, de princesa como manda Orlando. As mangas princesas caídas no braço, decote coração e cheios de rendas e bordados delicados. Era a minha cara, sem tirar nem pôr.
- É lindo Bru. - Disse acariciando ele emocionada.
Abracei minha cunhada, agradecendo e ela só me respondeu:
- Me agradeça tendo o casamento mais feliz desse mundo. Você e meu irmão merecem.
Logo o quarto virou uma confusão. Minha família me abraçou muito, e eu só chorava. Começamos a correr contra o tempo e me maquiaram. Eu ainda não sabia onde era o casamento, mas não podia atrasar. Fiz até um penteado de princesa, com cabelos semi soltos e ganhei uma coroa delicada.
- Queria ligar pra Luan. - Pedi.
- Querida, você vai casar com ele. - Bruna falou, linda. Soltei uma risada. - Eu queria um marido assim, isso é muito romântico.
- Para de reclamar! - Falei.
- Só queria um casamento surpresa em Orlando ué. - Disse e todos riram.
A cada minuto que se passava, eu ficava mais nervosa, mas conseguimos estar prontas a tempo. Meu coração batia forte quando saímos de lá. Havia um carro pra mim, antigo, e as meninas foram na frente com Bruna dirigindo.
Durante o trajeto até o local que eu ainda não sabia qual era, minhas mãos tremiam. Estava emocionada, e não via a hora de abraçar Luan bem forte. Eu amava ele com todas as minhas forças, e esse dia com certeza entraria na minha lista dos melhores dias, juntamente com o nascimento de Bella. Ansiosa, com frio na barriga, só queria casar logo com o homem da minha vida.

Fui surpreendida quando o carro entrou dentro do parque da Disney, onde já não havia ninguém. Eu iria me casar no Magic Kingdom! Luan sabia o quanto esse era um dos meus lugares preferidos no mundo, e comecei a chorar quando paramos na frente do castelo.
Haviam cadeiras, com alguns dos nossos amigos e parentes mais próximos, pessoas que nem sabia que estavam aqui e um altar montado logo na porta do castelo da Cinderela com a pessoa mais linda do mundo me esperando nele. Aquilo era um sonho, estava extasiada.
Meu pai abriu a porta do carro e eu não consegui mais segurar as lágrimas. Na hora me lembrei da nossa conversa no carro, quando Luan foi me ver depois do seu antigo casamento e me pediu pra casar num parque em Orlando. Sorri, agora olhando pra ele no altar, visivelmente emocionado.
Meu pai me deu um beijo na testa, e me abraçou forte.
- Sou muito orgulhoso de você meu anjo.

Luan POV.

Liz foi guiada pelo seu pai e meu tempo parou. Ela estava magnífica, e acho que nem esse lugar era digno da sua beleza. Escolhi aqui sabendo o quanto ela amava, e principalmente o quanto nosso amor fazia jus a um conto de fadas. Depois de tantos anos, me sentia muito feliz de estar realizando aquele sonho. Meu primeiro casamento de verdade, e eu nem podia comparar com a sensação do outro.
Enquanto ela se dirigia até o altar, eu não conseguia desviar o olhar. Ela estava radiante, feliz e linda. O vestido de princesa combinava perfeitamente com ela, e era lindo. Ela é minha princesa. 
Construímos ao longo do tempo uma parceria de amor e cuidado, companheirismo e respeito. Ela me fazia uma pessoa melhor, me fazia mais leve e mais feliz. Sempre foi isso que busquei em um relacionamento, mas a minha maior meta era fazer com que ela fosse feliz também. Minha maior meta é cuidar dela e da minha filha, e fazer as duas cada dia mais felizes, fazer nosso amor cada segundo maior.
Quando ela chegou em mim e me deu as mãos, eu senti elas tremerem. Dei um beijo na sua mão, com o sorriso mais sincero e recebi de volta o mais apaixonado. Liz me abraçou, tão forte como eu achei que ela jamais podia.
- Muito obrigada meu amor.
- Eu que agradeço por você fazer cara dia da minha vida mais colorido. – Respondi sorrindo.
Guiei ela até o altar, onde a cerimônia foi realizada por um juiz de paz, e teria validade no Brasil. Optei por não casar na igreja, já que queria fazer isso da forma mais tradicional em outra data e assim Liz poderia escolher como quisesse. Não houve muitas cerimônias, mas ele disse palavras bonitas e nossa emoção deixou aquilo cada segundo mais especial. Era incrível ter amigos próximos ali comigo naquele momento, mesmo distante. 
Bella entrou com a aliança, e nosso sim mais importante foi dito exatamente ao por do sol.